A
MORTE DE JESUS
Texto Áureo
= “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito. E, havendo dito isso, expirou.” (Lc 23.46)
Verdade Prática
= Jesus não morreu como mártir ou herói, mas como o Salvador da humanidade.
LEITURA
BIBLICA = Lucas 23.44-50
INTRODUCAO
A morte de Jesus não foi um mero incidente
histórico, pois já havia sido predita no jardim do Éden (Gn 3.15). Portanto,
não se tratava apenas da morte de um justo, mas de um sacrifício vivo e
perfeito, como oblação pelos nossos pecados, recebido por Deus como propiciação
pelas nossas ofensas (Rm 3.25).
A MORTE
DE JESUS FOI PREDITA NO ANTIGO TESTAMENTO
1. A promessa do sacrifício de Jesus. A
primeira referência ao anúncio da vinda do Messias já estava vinculada à sua
morte: “esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Com o
passar dos tempos, Deus escolheu o patriarca Abraão e prometeu-lhe suscitar,
dentre os seus descendentes, o Redentor (Gn 12.1-7; Gl 3.16). Dentre os filhos
de Jacó, Deus escolheu Judá para ser um dos progenitores legais do Messias (Gn
49.10).
2. “Segundo as Escrituras”. A morte
física de Jesus aconteceu “segundo as Escrituras” (1Co 15.3). Ela já estava
prevista no Antigo Testamento. Salmos 22 e Isaías 53 descrevem os pormenores
dessa morte. Jesus afirmou que a Lei de Moisés e os Profetas se convergem nEle,
sendo sua paixão e morte o cumprimento das Escrituras Sagradas (Lc 24.26, 27;
44-46). Os quatro Evangelhos apontam essa morte como cumprimento dos profetas
(Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.24,36,37). O sacrifício de Jesus é a
conclusão dos ensinamentos do Antigo Testamento.
A
TRAIÇÃO DE JUDAS
Embora
não possamos ter certeza absoluta do motivo pelo qual Judas traiu a Jesus,
algumas coisas são certas. Primeiro, temos que reconhecer que, embora Judas
tenha sido escolhido de forma consciente para ser um dos doze (João 6:64), as
Escrituras apontam ao fato de que ele nunca realmente acreditou que Jesus era
Deus, e ele provavelmente nunca tinha sido convencido de que Jesus era o
Messias.
Ao
contrário dos outros discípulos que chamaram Jesus de "Senhor" (que é
de grande importância em várias formas), Judas nunca utilizou este título para
Jesus e ao invés o chamou de "Rabi"; isso afirmava apenas que ele via
Jesus como nada mais do que um professor. Enquanto outros discípulos várias
vezes fizeram grandes profissões de fé e de lealdade (João 6:68, 11:16).
Judas não só nunca fez isso, mas
permaneceu bastante silencioso em todas as narrativas bíblicas.
Esta falta de fé em Jesus é o alicerce para todas as outras considerações
abaixo. O mesmo vale para nós. Se não reconhecermos Jesus como Deus encarnado
e, portanto, a uma única pessoa que pode oferecer salvação eterna e perdão
pelos nossos pecados, então seremos sujeitos a vários outros problemas que
resultam de uma visão errada da Deus.
Em segundo lugar, Judas não só
faltou fé em Cristo, mas ele teve pouco ou nenhum relacionamento pessoal com
Jesus. Quando os evangelhos sinóticos dão uma lista dos
doze, eles são sempre mencionados na mesma ordem com pequenas variações (Mateus
10:2-4, Marcos 3:16-19, Lucas 6:14-16).
Acredita-se
que essa ordem indica a proximidade da sua relação pessoal com Jesus. Apesar
das variações, os irmãos Pedro e Tiago e João são sempre mencionados em
primeiro lugar; isso é bastante coerente com o seu relacionamento com Jesus.
Judas é sempre mencionado por último, o que pode indicar a falta de um
relacionamento pessoal com Cristo. Além disso, ao avaliarmos os evangelhos,
podemos ver que o único diálogo registrado entre os dois envolve Judas sendo
censurado por Jesus por ter feito um comentário à Maria com objetivos
gananciosos (João 12:1-8), a negação de Judas de sua traição (Mateus 26 : 25) e
a traição em si (Lucas 22:48).
Em terceiro lugar, Judas foi
consumido por ganância, a ponto de trair a confiança não só de Jesus, mas
também dos outros discípulos, como vemos em João 12:5-6.
Judas talvez teve o desejo de seguir a Jesus simplesmente porque ele viu que
pessoas importantes também estavam seguindo a Jesus; outra vez ele tenha
acreditado que poderia tirar proveito das coletas para o grupo. O fato de Judas
ter sido o encarregado da bolsa de dinheiro aparenta indicar o seu interesse e
experiência com dinheiro (João 13:29).
Além
disso, Judas, como a maioria das pessoas naquela época, acreditava que o
Messias iria acabar com a ocupação romana e assumir uma posição de poder para
reinar sobre a nação de Israel. Talvez Judas seguiu a Jesus com a intenção de
tirar vantagem da sua associação com ele como o novo poder político. Não há
qualquer dúvida de que ele esperava fazer parte da elite dominante quando isso
viesse a se realizar.
Ao
chegar o momento da traição de Judas, Jesus já tinha deixado claro que ele
planejava morrer e não iniciar uma rebelião contra Roma. Por isso Judas pôde
ter assumido, tal como fizeram os fariseus, que uma vez que ele não iria acabar
com a ocupação romana, ele provavelmente não era o Messias que estavam
esperando.
Há alguns versículos do Velho
Testamento que apontam para a traição, alguns mais especificamente do que
outros, veja dois a seguir:
“Até
o meu próprio amigo íntimo em quem eu tanto confiava, e que comia do meu pão,
levantou contra mim o seu calcanhar”(Salmo 41:9, veja sua realização em Mateus
26:14, 48-49). Também: “E eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me
o que me é devido; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário, trinta
moedas de prata. Ora o Senhor disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço
em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei
ao oleiro na casa do Senhor” (Zacarias 11:12-13, veja a realização dessa
profecia em Mateus 27:3-5). Essas profecias do Velho Testamento indicam que
Deus já sabia da traição de Judas e que Ele já tinha planejado soberanamente a
forma pela qual Jesus iria morrer.
Mas
se Deus já sabia da traição de Judas, então teve Judas uma escolha, e ele é
quem vai ser responsabilizado por sua parte na traição? É muito difícil para
muitos conciliarem o conceito de "livre arbítrio" (como a maioria das
pessoas compreendem isso) com a presciência de Deus de eventos futuros; em
grande parte isso é devido à nossa experiência limitada de passar pelo tempo de
uma forma linear.
Se
vemos Deus como fora do tempo, pois Ele criou tudo antes que o
"tempo" começou, então podemos compreender que Deus pode ver cada
momento como o presente. Vivemos em um tempo linear como se o tempo fosse uma
linha reta e passamos gradualmente de um ponto a outro, lembrando o passado,
mas não cientes do futuro que se aproxima. No entanto, Deus, sendo eterno e o
Criador da noção de tempo, não seria "pontual", ou seja, sobre a
linha do tempo, mas sim fora dela. Então, poderíamos enxergar o tempo (em
relação a Deus), como um círculo, onde Deus habita no centro e, portanto,
igualmente perto de todos os pontos e não se limitando a poder estar em apenas
um ponto no tempo.
Dessa
forma, Judas teve a capacidade completa de fazer sua escolha – pelo menos até o
ponto onde “entrou nele Satanás” (João 13:27) – e a presciência de Deus (João
13:10,18,21) de nenhuma forma substitui a habilidade de Judas de fazer sua
escolha.
Ao
contrário, Deus já enxergava o que Judas iria eventualmente escolher como parte
do presente, e Jesus deixou bem claro que Judas seria responsável por suas
escolha se teria que prestar contas por elas: “E, quando estavam reclinados à
mesa e comiam, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come,
há de trair-me” (Marcos 14:18).
Note que Jesus chama a participação
de Judas de traição. Quanto a sua prestação de contas por
sua traição, Jesus disse: “Pois o Filho do homem vai, conforme está escrito a
seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! bom seria para
esse homem se não houvera nascido” (Marcos 14:21). Satanás também teve sua
parte no processo, como vemos em João 13:26-27 e ele também terá que prestar
contas por suas obras. Deus, em Sua sabedoria, é sempre capaz de transformar
até mesmo a rebelião de Satanás para o benefício da humanidade. Satanás ajudou
enviar Jesus à cruz, e sobre a cruz o pecado e a morte foram derrotados,
tornando a oferta de salvação de Deus livremente disponível para todos os que
aceitam Jesus Cristo como seu salvador pessoal para o perdão dos seus pecados.
JULGAMENTO
E CONDENAÇÃO DE JESUS
Houve
seis partes dos julgamentos de Jesus: três estágios em um tribunal religioso e
três estágios perante um tribunal romano. Jesus foi julgado diante de Anás, o
antigo sumo sacerdote; Caifás, o atual sumo sacerdote, e o Sinédrio. Nestes
julgamentos "eclesiásticos", Ele foi acusado de blasfêmia por ter
alegado ser o Filho de Deus, o Messias.
Os
julgamentos diante das autoridades judaicas, ou seja, os julgamentos
religiosos, mostraram em que grau os líderes judeus o odiavam porque
descuidadamente desconsideraram muitas de suas próprias leis.
De
acordo com a própria lei judaica, houve várias ilegalidades envolvidas nestes
julgamentos:
(1)
Nenhum julgamento era para ser realizado durante o tempo de festa, e Jesus foi
julgado durante a Páscoa.
(2)
Cada membro do tribunal era para votar individualmente para condenar ou
absolver, mas Jesus foi condenado por aclamação.
(3)
Se a pena de morte fosse dada, era necessário que pelo menos uma noite se
passasse antes da sentença ser executada, porém, apenas algumas horas se
passaram antes de Jesus ser crucificado.
(4)
Os judeus não tinham autoridade para executar ninguém, mas mesmo assim
projetaram a execução de Jesus.
(5)
Nenhum julgamento era para ser realizado à noite, mas este julgamento foi
realizado antes do amanhecer.
(6)
O acusado era para receber conselho ou representação, mas Jesus não teve nada.
(7)
Não deviam ter feito perguntas auto-incriminatórias a Jesus, mas Ele foi
perguntado se era o Cristo.
Os julgamentos perante as
autoridades romanas começaram com Pilatos (João 18:23) depois de Jesus ser
espancado. As acusações apresentadas contra Ele eram muito
diferentes das acusações nos julgamentos religiosos. Ele foi acusado de incitar
as pessoas à revolta, proibindo o povo a pagar os seus impostos, e afirmando
ser rei. Pilatos não encontrou nenhuma razão para matar Jesus, por isso o
enviou a Herodes (Lucas 23:7).
Herodes permitiu a ridicularização
de Jesus, mas, querendo evitar a responsabilidade política, enviou-o de volta a
Pilatos (Lucas 23:11-12). Este foi o último julgamento,
enquanto Pilatos tentava apaziguar a animosidade dos judeus ao ter Jesus
flagelado. O flagelo romano é uma terrível surra, possivelmente de 39
chicotadas.
Em
um esforço final para liberar Jesus, Pilatos ofereceu que o prisioneiro
Barrabás fosse crucificado e Jesus liberado, mas sem sucesso. As multidões
pediram que Barrabás fosse solto e Jesus fosse crucificado. Pilatos atendeu ao
seu pedido e entregou Jesus à vontade do povo (Lucas 23:25). Os julgamentos de
Jesus representam o escárnio supremo da justiça. Jesus, o homem mais inocente
na história do mundo, foi considerado culpado de crimes e condenado à morte por
crucificação.
O DIA DA
CRUCIFICAÇÃO
1. O dia se tornou em trevas (v.44). Até a
natureza foi afetada com a morte do Filho de Deus. O Sol negou a sua luz em
pleno dia. Houve trevas em toda a Terra desde o meio-dia até às três horas da
tarde. Isso aconteceu em todo o planeta e não foi um eclipse solar; tratava-se
de uma escuridão sobrenatural.
2. O véu rasgado (v.45). Quando
Jesus morreu, o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo. O “véu
do templo” era a cortina que separava o lugar Santo do lugar Santíssimo, onde
somente o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, no dia da expiação (Êx 26.33;
30.10; Lv 16.15).
O véu rasgado revela que a morte de Jesus abriu a
todos os seres humanos o caminho para Deus (Hb 6.19,20; 10.19,20). O
significado espiritual desse acontecimento se afirma claramente em Hebreus
9.1-14; 10.19-22.
3. O brado de Jesus (v.46). Lucas
foi o único escritor que registrou as últimas palavras de Jesus citadas antes
de entregar o espírito ao Pai. O relato de Lucas mostra de maneira
inconfundível que Jesus entregou-se por nós. Ele deu sua vida pelos pecadores,
como havia prometido. A minha vida, disse, “ninguém ma tira de mim, mas eu de
mim mesmo a dou” (Jo 10.18). Jesus entregou o espírito com “grande brado” (Mc
15.37) ou com “grande voz” (Lc 23.46; Mt 27.50). O termo “está consumado” (Jo
19.30), tanto em grego como em aramaico, é uma só palavra. O brado de Jesus na
cruz, declarando haver concluído a obra da redenção e entregando ao Pai o
espírito, indica triunfo. Ele foi crucificado, mas vitorioso, cumpriu a sua
missão gloriosamente.
4. A reação do centurião e da multidão (vv.47,48). A morte
de Jesus foi um acontecimento ímpar. O centurião reconheceu haver crucificado
um homem justo, e a multidão “voltava batendo nos peitos” (v.48) como gesto de
aturdimento. Estavam ali participando de um espetáculo de zombaria, mas de
repente, as palavras de Jesus e os miraculosos sinais da natureza, que
acompanharam a morte de nosso Senhor na cruz, despertaram as consciências
daquelas pessoas, levando-as a uma profunda lamentação por aquele crime sem
precedentes na História. Era uma manifestação coletiva de culpa e vergonha; a
reação foi um preparativo para o povo receber a mensagem de Pedro no dia de
Pentecostes (At 2.23).
5. Evidências externas.
Historiadores judeus e romanos atestaram o sacrifício de Jesus. O fato foi registrado
por Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século da Era Cristã. A
literatura judaica antiga também menciona a morte de Jesus.
O
SACRIFÍCIO VICÁRIO
1. A morte vicária. O termo
“vicário” significa “o que faz as vezes de outro; substituto”. A morte vicária
significa morte substitutiva, pois Jesus morreu, derramando o seu sangue, em
nosso lugar. Os apóstolos entenderam o significado teológico da morte de Jesus.
O apóstolo Paulo ensinava que Cristo morreu em nosso lugar (1Co 15.3; Cl 2.20),
e, que Deus propôs o sangue de seu Filho como propiciação pelos nossos pecados
(Rm 3.25). Esse era também o ensino dos demais apóstolos (1Pe 3.18; 1 Jo
2.1,2).
2. A reconciliação pelo sangue. O Antigo
Testamento anunciava a vinda de Jesus, sua paixão e morte, apresentando também
a importância do sangue, no sacrifício do Calvário: “... é o sangue que fará
expiação pela alma” (Lv 17.11). Isso é confirmado no Novo Testamento: “... sem
derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22). Expiação significa “remir a culpa”,
e, por extensão, “reconciliação”. É a restauração de uma relação quebrada. Na
cruz fomos reconciliados com Deus (2Co 5.19; Ef 2.11-19).
3. A provisão de Deus para a salvação. A Bíblia
ensina que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) e
que o homem é incapaz de salvar-se (Is 64.6; Ef 2.8,9) e de ir para o céu pela
sua própria força, justiça e bondade. Deus proveu a salvação de maneira que a
paz e a justiça se encontrassem (Sl 85.10). O sacrifício de Jesus satisfez toda
a justiça da Lei e dos profetas.
4. Os opositores da cruz de Cristo. Os
muçulmanos negam terminantemente a morte de Jesus. O Corão ensina que Jesus não
morreu. Essa é a mais grotesca negação do cristianismo. Rechaçar a História,
afirmando que Jesus não morreu, é um disparate. A confirmação bíblica e
histórica da morte de Jesus é fato incontestável. A verdade é que a cruz de
Cristo sempre foi escândalo para os que perecem (1Co 1.23).
CONCLUSÃO
Jesus morreu por toda a humanidade, a fim de
expiar, diante de Deus, todos os nossos pecados. O nascimento, a morte e a
ressurreição de Jesus foram os acontecimentos mais importantes da história da
humanidade. Então, curvemo-nos diante da cruz para recebermos o perdão de
Cristo e adoremos aquEle que morreu e ressuscitou para dar-nos a vida eterna.
Elaboração pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
www.gotquestions.org
Lições
bíblicas CPAD 2008
Comentário Bíblico
Contemporâneo Edição Contemporânea de Almeida
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
LUCADO, M. Graça para o momento. RJ: CPAD,
2004.
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