19 de julho de 2016

O Trabalho e Atributos do Ganhador de Almas


O Trabalho e Atributos do Ganhador de Almas

 

Texto Áureo = "Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério" (2 Tm 4.5).

 

 

VERDADE PRÁTICA =  A missão do evangelista é falar de Cristo a todos, em todo Lugar e tempo, por todos os meios possíveis.

 

LEITURA EM CLASSE = Atos 8.26-40 = II  Co 5.11, 18-21

 

INTRODUÇÃO

 

Ao iniciarmos o estudo de mais uma série de lições desse trimestre,  vale salientar o privilégio que Deus nos oferece através do tema geral deste trimestre - ganhar almas. Devemos ter em mente que fazemos parte de um poderoso avivamento que o Espírito iniciou e tem feito prosperai-; e em todos os avivamentos da História uma tônica tem sido observada: o zelo de ganhar almas para Cristo Jesus.

 

O EVANGELISTA É ALGUEM QUE É ENVIADO

 

O evangelista é um mensageiro – alguém que é enviado para fazer uma proclamação. Semelhantemente a João Batista, o evangelista anuncia Jesus às pessoas.

“Evangelho” é uma palavra que significa boas novas. Assim sendo, o evangelista leva uma mensagem de boas novas às pessoas que precisam ouvi-la. É a melhor notícia do mundo, sobre como Jesus morreu na Cruz para carregar toda a ira de Deus pelos nossos pecados, e, desta maneira, obter para nós o perdão dos pecados, e dar-nos a vida eterna.

 

João Batista foi enviado por Deus ao Rio Jordão no deserto (Mt 3:1-12; Jo 1:6-8,19-34). O evangelista freqüentemente é enviado a um lugar onde as pessoas não conhecem ou ainda não ouviram nada sobre Jesus. O termo “evangelista” significa uma pessoa enviada com uma mensagem. Deus escolhe os evangelistas para que eles possam ir com a mensagem de Jesus e contá-la aos outros. A evangelização requer um trabalho árduo – inclusive um estudo diligente da Palavra de Deus, bem como sacrifício, planejamento, coragem e jejum.

 

Ser Evangelista é um Dom Leia Efésios 4:11,12: “E Ele Mesmo deu alguns para serem apóstolos, alguns profetas, alguns evangelistas, e alguns pastores e mestres, para o treinamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo.” Esses versículos nos dizem que Jesus dá o dom de ser evangelista. Um dom tem o propósito de ser recebido com agradecimento e apreciação. Às vezes os evangelistas não são estimados pelos pastores ou pelas igrejas.

No entanto, as pessoas que vêm a Cristo através da obra do evangelista agradecem a Deus vez após vez pelo presente que Ele lhes enviou – alguém que lhes contou sobre Jesus e lhes explicou como poderiam ter a salvação e a nova vida através de Cristo.

O dom de evangelista é um dos cinco dons de servos líderes dados por Jesus (Ef 4:11). O evangelista é um dom à Igreja, porque ele ou ela leva as pessoas a Cristo. As pessoas que são verdadeiramente salvas vão a igrejas e aprendem como seguirem e servirem a Deus.

 

O evangelista também é um dom às pessoas do mundo. Ele ou ela lhes conta as maravilhosas novas sobre o Salvador, Jesus, que morreu e ressuscitou. Através da pregação do Evangelho, as pessoas ouvem como elas podem ter os seus pecados perdoados e receber a vida eterna. A pregação do Evangelho é a essência do ministério do evangelista.

 

O PROPÓSITO É QUE O PÁSTOR E O EVANGELISTA SE AJUDEM MUTUAMENTE

 

Os pastores e os evangelistas têm diferentes tarefas e chamados, mas eles são igualmente colaboradores no mundo por Jesus Cristo. Os pastores e os evangelistas devem valorizar e honrar os dons e chamados uns dos outros. Um chamado não é mais importante do que o outro: ambos são necessários. Os pastores e os evangelistas têm diferentes funções. Eles devem tentar ajudar um ao outro na obra do Evangelho. Alguns dizem que o pastor é o líder mais importante da Igreja. Isso não é verdade. Todos os líderes do Novo Testamento são importantes e muito valiosos para Deus e para os Seus propósitos.

 

Lembre-se de que Jesus chama e dá estes homens e mulheres ao mundo. Enquanto

Jesus estava na terra, Ele trabalhou como apóstolo, evangelista, pastor, mestre, e profeta. Agora ele deixou essas mesmas obras para que outros a fizessem (Ef 4:11,12).

O evangelista ajuda o pastor, introduzindo novos cristãos na igreja. A igreja cresce. O evangelista sabe que o pastor ensinará os novos crentes e os ajudará a se fortalecerem em Cristo. O pastor ajuda o evangelista, orando por ele, estimulando as pessoas a ajudá-lo em sua obra, e sustentando-o com dinheiro e recursos.

 

O pastor e o evangelista submetem-se um ao outro, preferindo um ao outro em amor (Rm 12:10; Ef 4:1-6). Um não diz ao outro o que fazer. Ambos estão sob a autoridade de Deus.

 

Alguns São Pastores-Evangelistas Em alguns lugares muitas pessoas são salvas num curto período de tempo. Elas precisam ser ensinadas e precisam crescer em sua vida com Jesus. Os evangelistas que pregam a mensagem de Cristo e ganham crentes talvez

precisem tomar conta dessas novas ovelhas no aprisco de Deus até que pastores possam ser encontrados para cuidarem dos novos crentes.

Alguns homens e mulheres têm um “chamado duplo” de levar os pecadores a Jesus, e, aí então, de ensinar também os novos crentes. Eles têm uma paixão de fazer discípulos para Cristo.

 

Talvez você seja um pastor com um forte chamado para a evangelização. Se você está ocupado, trazendo almas para Jesus, você está vivendo na prática a mensagem do

Apóstolo Paulo ao Pastor Timóteo: “Faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2 Tm 4:5). Deus o plantou num lugar para você cuidar das Suas ovelhas, e você também pode fazer um forte trabalho de evangelização neste lugar. Talvez Deus queira que você inicie uma igreja numa outra cidade ou vila. Os seus dons na evangelização podem ajudar a fazer com que muitas pessoas sejam salvas. No entanto, tenha cuidado para que você não esteja treinando a serem pastores os que são chamados para serem evangelistas!

 

O EVANGELISTA É UM ESPECIALISTA

 

Deus fala a homens ou mulheres específicos para pregarem e contarem a mensagem da salvação. O evangelista diz “sim” ao serviço a Deus desta maneira. Todos os cristãos têm o mandamento de compartilharem a sua fé em Cristo com outros (Mt 28:18-20; Mc 16:15; Lc 24:46-48; At 1:8). Todos os cristãos devem falar alegremente sobre quem Cristo é e o que Ele fez por eles. Todos os cristãos devem ganhar outros para Jesus Cristo!

 

No entanto, o evangelista tem um chamado especial para fazer isso. O evangelista é treinado e equipado no ministério específico de trazer almas para Cristo. O evangelista recebeu o chamado vitalício de “pescar” homens e mulheres para Jesus. Jesus disse a Pedro: “Vinde após Mim, e Eu vos farei pescadores de homens”

(Mc 1:17).

 

O EVANGELISTA É DOTADO

 

Deus dá dons e ferramentas aos evangelistas para equipá-los em sua obra. Os evangelistas podem pregar com autoridade e poder porque isso faz parte do seu dom proveniente de Deus. Milagres geralmente acontecem quando um evangelista está ministrando – mas é o Evangelho em si que salva, e não os milagres (Rm 1:16; 1 Co 1:21-24).

 

Deus pode ensinar ao evangelista como pregar, a fim de que as pessoas compreendam o Evangelho e creiam. Se você é um evangelista, você pode pedir a Deus para lhe dar ferramentas e entendimento para que você possa fazer o seu trabalho melhor.


 

O EVANGELISTA É IMPORTANTE

 

Não haveria nenhum cristão hoje em seu país se alguém não tivesse ido até ele pregar o Evangelho. O Apóstolo Tomé foi o primeiro a viajar à Índia para compartilhar as Boas Novas. O eunuco etíope de Atos 8 levou o Evangelho à África. Os evangelistas podem muito bem ter incluído os soldados e os comerciantes romanos que levaram a mensagem de Jesus à Europa e à Grã-Bretanha.

 

As pessoas perdidas não podem ser salvas a menos que sejam conscientizadas sobre o Evangelho da salvação através de Jesus Cristo (Rm 10:14,15).

 

O EVANGELISTA DEVE SER SUSTENTADO E ESTIMULADO

 

O evangelista é uma pessoa, homem ou mulher, com um zelo dado por Deus de compartilhar a verdade da salvação com tantas pessoas quanto possível. Isso pode trazer dificuldades ao evangelista. Deus freqüentemente envia evangelistas a lugares remotos, ou a lugares resistentes ao Evangelho.

 

O Diabo luta contra a obra do verdadeiro evangelista. Satanás se opõe à evangelização porque ele conhece o grande poder do Evangelho de salvar as pessoas do Inferno, de transformar suas vidas, e de libertá-las do pecado e de espíritos demoníacos.

O evangelista ora pelos enfermos e para que os endemoninhados sejam libertos. O evangelista fala às pessoas para se arrependerem de seus pecados e servirem ao verdadeiro Deus Vivo. Os evangelistas freqüentemente vão a um lugar para trazer os outros a Cristo e prepará-los para a implantação de uma igreja.

 

Os pastores e as igrejas devem valorizar os evangelistas e sustentar os trabalhos deles com orações e finanças. Não podemos esperar que as pessoas não-salvas paguem um evangelista para trazer-lhes as Boas Novas sobre Jesus. É um privilégio e responsabilidade de cristãos e igrejas sustentar e estimular os evangelistas. A Igreja precisa de evangelistas!

 

No entanto, todos os ministros também devem estar dispostos a trabalharem para ajudarem a sustentar a si próprios. O Apóstolo Paulo fez isso, fazendo tendas (At 18:1-3; 20:34; 1 Co 4:12). Paulo declarou que era correto receber sustento de outros, na qualidade de ministro (1 Co 9:1-23). No entanto, Paulo também declara que ele não dependia desta provisão. “A fim de que quando eu pregar o Evangelho, eu possa apresentar o Evangelho de Cristo de graça, para que eu não abuse da minha autoridade no Evangelho” (1 Co 9:18). Os evangelistas – e todos os ministros – precisam usar de sabedoria e ser dirigidos pelo Espírito Santo nestas questões, para que nenhuma crítica ou acusação possa ser dirigida contra eles ou contra o Evangelho de Jesus Cristo.


 

A NISSÃO DE UM EVANGELISTA

 

“E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mateus 4:19)

 Jesus nos fez um claro chamado para que O sigamos. Mas, o "vinde a mim" inclui uma tarefa especial: deixar com que Ele nos torne pescadores de homens. É importante notar que neste versículo parece haver uma indicação de que seguir a Jesus nos torna gradativamente pescadores de homens: “e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus” (Mateus 10:7). Mateus 28:19 poderia ser traduzido assim: “Portanto, enquanto ides, fazei discípulos todas os grupos de pessoas, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” [...]

 A missão do evangelista se resume em cinco ações: ir, testemunhar, pregar, ensinar e preparar outros para irem também.

 

 ■Ir. Sair do aprisco para buscar os perdidos. Ir aos lugares mais profundos do inferno para resgatar as almas. Pisar a terra e conquistar as nações para Cristo.

 

 ■Testemunhar. O conhecimento pessoal da salvação em Jesus e da unção do Espírito farão com que o evangelista seja uma testemunha viva do poder do Evangelho. Este testemunho é feito até mesmo sem palavras por meio de um viver santo e agradável ao Senhor.

 

 ■Pregar. Pregar a Palavra é um requisito de todos ministro. Contudo, quando falamos em pregar estamos falando daquela mensagem que é poderosa para transformar e é confirmada por Deus através de sinais e maravilhas.

 

 ■Ensinar. “... todas as coisas que eu vos tenho ensinado.” O evangelista será um canal do Senhor Jesus ao perdidos para que aprendam a verdade que liberta. Ele não vai ensinar simples doutrina e sim uma pessoa: Jesus Cristo.

 

 Preparar outros para irem também. O ciclo da obra do evangelista fará com que seus frutos também frutifiquem. O evangelista enviará outros a fazerem a mesma obra de ganhar almas. Fazer discípulos é criar em outros ministros como nós.

 

Um evangelista não deve ser apenas um ganhador de almas, mas um lapidador das mesmas para o serviço cristão. Ele fará verdadeiros discípulos. A missão do evangelista não é ganhar o mundo todo sozinho, mas as pessoas ao seu redor e alcance. Se Deus o houvesse chamado para ganhar todo o mundo, então poderia estar certo de que Ele não chamaria mais ninguém. Deus não chamaria milhares de homens e mulheres para que cada um deles ganhasse o mundo. Mas, cada um fazendo sua parte, esse mesmo mundo será conquistado aos poucos, por um exército muito bem preparado. É o que está acontecendo hoje no mundo.

 

 

Um escritor disse que há vários missionários espalhados pelo campo, cada um enviado por organizações diferentes. Contudo, o trabalho que está sendo feito e a maneira como está sendo feito mostra-nos que é na verdade um exército unido. A mesma dedicação, o mesmo espírito, a mesma mensagem, a mesma unção e até os mesmos sofrimentos. Isso acontece porque esses que estão no campo se entregam de tal forma que demonstram saber qual é a sua missão: ganhar o mundo.

 

Sabendo qual é a sua missão o evangelista terá um propósito definido em sua vida que o levará a ter e viver um estilo de vida próprio de um evangelista.

 

O TRABALHO DE GANHAR ALMAS É SUBLIME, MI 4.19.

 

Tão logo iniciou a recrutar os Seus primeiros discípulos, Jesus deu-lhes ciência da tarefa que lhes era proposta. Não devemos esperar que os anos se passem para depois nos entregarmos ao labor de ganhar almas. Jesus disse aos pescadores que chamava para O seguirem: sereis pescadores de almas. A sublimidade da tarefa se evidencia no maravilhoso fato de que nos tornamos cooperadores de. Deus, 1 Co 3.9. Somente o Espírito Santo pode convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo, Jo 16.7-11, Pregar o Evangelho para que o Espírito convença as almas, é, portanto, uma sublime e maravilhosa tarefa.

 

O TRABALHO DE GANHAR ALMAS E ESPIRITUAL, II Co 5.20.

 

O texto bíblico confere a evangelização uma qualidade especificamente espiritual: somos embaixadores da parte de Cristo. Todas as possibilidades e recursos humanos são basicamente insuficientes para conduzir os pecadores a Cristo. Somente homens cheios do Espírito podem levar a cabo o programa de evangelização que Cristo propôs à Sua -Igreja, At 1.8. O homem natural não está capacitado a proclamar a mensagem salvadora, 1 Co 2.14, pelo que se torna um instrumento impotente e ineficaz, até que sua mente venha a ser despertada pela sabedoria e pela revelação do Espírito, Ef 1.17.

 

O TRABALHO DE GANHAR ALMAS E DIVINA Lc 19 10.

 

O principal responsável pela salvação do mundo é Deus. Ele não quer que os pecadores se percam, 1 Trn-2.-3,4. Ele providenciou para os homens o instrumento de Sua libertação? Espiritual, Jo 8.36.

 

Quando a Igreja empreende a tarefa de evangelizar, ela está sendo induzida pelo espírito à realização de uma missão divina, muito além do plano humano ou secular. Que Deus nos conceda a necessária visão de Sua obra, Jo4.35, afim de que nos predisponhamos, sem tardança, a cumprir todo o propósito de Deus, Ai 20.27. Somente assim, poderemos ser “aprovados em Cristo”, Rm 16. 10a.

 

 

O TRABALHO DE GANHAR ALMAS É URGENTE, Jo 9.4.

 

Quando o Espírito Santo pó no coração do crente a urgência da missão de ganhar almas, e se sente compelido a usar de todos os recursos disponíveis ara trazer almas ao Reino de- Deus. A. urgência da tarefa decorrente de algumas implicações bíblicas e práticas. Vejamos:

 

 a. A missão é urgente porque são poucos os nossos dias na terra, SI 90.10,12. Se tardamos em realizá-la, perderemos o nosso tempo, Ef 5.16, e nunca mais poderemos fazer qualquer coisa de positivo para Cristo, Ec 12.1. Muitos hoje choram a mocidade perdida, o tempo não aproveitado, e totalmente irrecuperável. E os que foram ceifados precocemente?

 

b. A missão é urgente porque estamos nos últimos dias. Os sinais da vinda de Jesus se multiplicam, cotidianamente, se cumprem a cada momento. Nossos dias, como povo- de Deus na terra, estão findando. Se não trabalharmos para Jesus agora, nunca mais nos há de ser possível. Logo a trombeta soará, 1 Ts 4.16,17. Jesus disse: Cedo venho. Ap 2222.

 

c. A missão é urgente porque Satanás- não dorme, MI 13.25. Sim, o Inimigo em sua cruel e destruidora obra, -está provocando verdadeiro pânico no mundo e o único refúgio é o Cristo de Deus. Se é tão urgente, por que não cumpri-la, de imediato? Se é tão por que não a realizamos agora? “O que fazes, faze-o ...depressa”.

 

O TRABALHO  DE GANHAR ALMAS E INDIVIDUAL, At 4.33.

 

Deus destinou a tarefa de ganhar almas a todos os crentes. Cada filho de Deus deve considerar sua particular e pessoal obrigação ganhar outros, que tornar-se-ão filhos de Deus. Os agentes de Satanás estão espalhados por todo o mundo, sua missão é perniciosa, mas eles não cessam de agir. E hora de cada crente tomar consciência do que precisa fazer, do que lhe pertence realizar para o Senhor Jesus e Sua Igreja. “Vai tu, e faze o mesmo. disse Jesus. Somos como astros no mundo, Fp 2.15.

 

O TRABALHO DE GANHAR ALMAS É PROFUNDAMENTE BÍBLICA  Mc 16.15,16.

 

O preceito de ganhar almas não resulta de cânones eclesiásticos. - Nenhuma Convenção estabeleceu esse princípio para a Igreja. E uma inspiração divina. A Bíblia alude à importância, à necessidade e ao dever de ganhar almas.  Todo ir cristão que lê habitualmente a sua bíblia reconhece os milhares de textos espalhados por toda a Escritura, recomendando expressamente ou enfatizando indiretamente e significativa tarefa de ganhar almas. E “aquele que é de Deus, ou as palavras de Deus”.

 

ALGUMAS QUALIDADES QUE UM GANHADOR DE ALMAS PRECISA                                    TER E SABER.

 

Todo cristão é chamado de duas maneiras para realizar a vontade de Deus. O primeiro se trata de um chamado específico (Efésios 4:11) para contribuir na obra. Já o segundo é um chamado generalizado a TODOS os crentes: o Evangelístico. Todo o cristão possui o chamado para ganhar almas, pois foi feito para pregar o Evangelho em tempo e fora de tempo.

 

"Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina". 2 Timóteo 4:2.

 

Evangelismo não funciona só na teoria. A vida cristã funciona na prática. Se não se aborda, não se prega, não adianta conhecer os detalhes bíblicos. No entanto, essa é uma das deficiências mais presentes nas igrejas e, até mesmo, nas agências de missões, devido a falta de instrução, orientação e acompanhamento. Daremos algumas das características de um ganhador de almas, mas elas não devem anular o cristão, muito pelo contrário, devem provocar um efeito em seu coração para que se enquadre nelas a cada dia mais.

 

1. Tem que ter uma vivência no Evangelho. O Evangelho só funciona na vida dos outros se funcionar na sua. A melhor mensagem para se pregar é a que Deus colocou em seu coração. E isto é resultado de aceitar aquilo que o Senhor colocou na sua vida. Se há efeito em você, haverá efeito nos outros. A palavra diz que “a letra mata”, no sentido que não basta o conhecimento, mas que há a necessidade da vivência cristã.

 

2. Ser obediente. Nós somos tentados todos os dias a desobedecer. Muitos desobedecem pela falta de conhecimento. A obediência acontece no nosso dia a dia, e ela deve estar acima dos conceitos teóricos bíblicos. Por traz do pensamento que “não fomos chamados para isso”, há uma comodidade de não se viver o verdadeiro Evangelho. O fato de não concordar não deve barrar a obediência.

 

3. Dar bom testemunho. Em Atos 1:8 lemos "Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra". Por muitos anos a igreja pregou esse “testemunhar” como moralidade para, de alguma forma, inibir a concupiscência (desejo descontrolado da carne) do ser humano e assim controlar estas coisas dentro da igreja. Este uso está errado, mas não se trata apenas disso. Jesus estava falando do testemunho de tudo o que Ele fez, dos Seus atos (João 21.24-25), dos Seus ensinos. Não ser testemunha moralmente apenas, mas dos fatos, da Verdade, de Cristo.

 

 4. Tem que amar a igreja. Ser uma pessoa assídua na igreja. Deve ser uma referência para os que estão fora.

 

5. Tem que ter a Verdade de Deus. Estar pautado na Verdade do Evangelho, que anula o nosso “eu”. O nosso tempo acaba rápido, mas o de Cristo dura por toda a eternidade.

 

6. Tem que ser cheio do Espírito de Deus. Selo recebido após a verdadeira conversão a Jesus, que veio para nos batizar com o Espírito Santo e com fogo. Que nos enviou o Consolador para nos capacitar para a obra. O poder motiva o homem a ir. O fogo alastra. O ganhador de almas precisa de tudo o que o Espírito quer nos dar. Esse fogo, já dito por João Batista, estava preparado para a igreja.

 

 7. Tem que ser uma autoridade espiritual. Autoridade sobre os demônios. O cristão só tem autoridade se lhe for delegada. Jesus delegou aos apóstolos (Marcos 16:15-18), que a utilizaram direcionados por Deus. Só tem autoridade quem está debaixo de autoridade. O homem não deve caminhar se sentindo autos suficiente. Seremos sempre tentados a quebrar alianças.

 

O TRABALHO DE UM EVANGELISTA GANHADOR DE ALMAS                                É VIVER DE RENÚNCIA

 

O evangelho em si, já é um convite a uma vida de renuncia diária e constante, agora, imagine a uma pessoa que se dispõe a viver e cumprir o verdadeiro chamado, ganhador de almas? Por isso Jesus disse: E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. Lucas 10:2

 

Agora vou falar: “É por isso que muitos querem a fama de um ministério, porém não querem pagar o preço que Jesus pagou (perseguições, calunias, açoites, afrontas, ameaças, beijo no rosto como o de Judas).” Ei, é preciso RENUNCIAR, e para ser usado por Deus é preciso RENUNCIAR DOBRADO! Renunciar, noites de sono para estar em oração, é preciso renunciar a internet, redes sociais, para dedicar horas e horas na leitura bíblica, é preciso se separar dos amigos que você não consegue ganhar pra Cristo, pois eles exercem maior influência em você, do que você exerce neles.

 

Pra ser tremendamente usado por Deus é preciso testemunho de vida, de conduta não só na igreja, como também em casa, na rua, faculdade, escola, trabalho! Renúncia! É preciso renunciar os deleites do mundo e os prazeres que a carne proporciona. Renuncie tudo que não condiz com a vontade de Deus, no propósito de exercer um ministério poderosamente abençoado.

 

O GANHADOR DE ALMAS É POSSUIDOR DA CAPACITAÇÃO

 

Aquele que é separado para ganhar almas já carrega em sim a capacitação que gera êxito. Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; E, indo, pregai, dizendo:

É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. Mateus 10:6-8

 

Os mais críticos e céticos irão dizer: “Mais essa palavra foi dita aos doze discípulos”. Carinhosamente, irei responder: “Vá se converter”! No evangelho, o combustível que nos leva ao êxito é a fé. O próprio Jesus disse: Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. João 14:12.

 

Aleluia! Esse é o mesmo Jesus que lhe entrega sua escola, faculdade, casa, rua, cidade, Estado, Brasil e os confins da terra para você apregoar que és chegado o Reino de Deus Ganhar almas, começa onde você está e termina aonde Deus quiser. Que o seu ministério floresça e almas se rendam a Cristo através de ti.

 

ALGUMAS MANEIRAS QUE JESUS USOU PARA GANHAR UMA ALMA         ( Mateus 4.1- = Joâo 4.1-12.)

 Durante Seu ministério terreno, nosso Senhor Jesus Cristo era a personificação de todos os Seus ensinamentos. Por exemplo, ordenou a Seus discípulos a serem ganhadores de almas (Mt 28.19), mas Ele foi o ganhador de almas mestre (Lucas 19.10).

Quando nosso Senhor disse: "Segue-me" (Mt 4.19), Ele certamente significava que estávamos a seguir o seu exemplo. Na verdade Ele estava dizendo: "Olhe-me como um ganhador de almas, e siga-me." Este é exatamente o que estamos a fazer por Ele é o nosso grande exemplo, não só como o sofredor, mas também como o vencedor da alma (I Pe 2:21). Ele veio do Céu à Terra, morreu e ressuscitou e vive para salvar os perdidos. Este foi o negócio do pai (Lc 2.49), e nos quatro Evangelhos, temos um registro claro dos métodos Ele adotou em fazer o trabalho pessoal.

Vamos considerar um único incidente - a história de sua entrevista com a mulher no poço, como registrado em (Jo 4:1-42). Nosso método de abordagem para as almas devem sempre variar de acordo com a pessoa, o tempo, o lugar e as circunstâncias, mas os pontos seguintes, que são sugeridos por este incidente vão nos ajudar:

1. Ele mostrou um interesse muito grande e a preocupação com uma pessoa - A história registrada em (Jo 4:1-42) mostra que o nosso Senhor começou a ganhar uma mulher pecadora, e muitas vezes Ele tinha uma audiência de uma única pessoa. No Evangelho de Mateus tem dezesseis entrevistas particulares são gravadas e no Evangelho de João há dezessete tais entrevistas. Como uma alma tremendamente importante é! Em Lucas 15 lemos de uma ovelha perdida, perdida moeda de prata e um filho perdido, e (Mc 8.36-37) enfatiza o valor de apenas uma alma. Lembremo-nos que o que estamos procurando conquistar pode ser um Paulo, Wesley, um Moody (vs. 28-30).

2. Ele saiu de sua maneira de ganhar uma alma - Versículo 4 nos diz que Ele passou por Samaria. Ele estava disposto a colocar-se a alguns inconvenientes, a fim de ganhar uma mulher, pobre pecador a si mesmo. Muitas vezes estamos preocupados com nossas coisas e passamos por aqueles a quem Deus está nos dando uma oportunidade gloriosa do ministério (Lc 10.31-32).

3. Ele trabalhou sob um forte senso de urgência e de restrição - Versículo 4 nos diz que "Ele necessário passar por Samaria." Não havia necessidade de a Ele para fazê-lo. Havia uma alma vencedora , um imperativo tremendo na sua vida (compare Jo 3:14 com Jo 4, 4; 9.4 ; 12.32-33..). Sua carne muito era fazer a vontade de Seu Pai (Jo 4:3134) e esta era a vontade de Seu Pai. Existe uma restrição em nossa vida (Rm 9:1-3)

4. Ele foi amigável, agradável e simpático na sua abordagem - Ele não era reservado, distante, frio ou auto-importante, porém deve ter havido uma propriedade devida e, certamente, uma dignidade admirável sobre a Sua pessoa e Seu rolamento. O apóstolo Paulo desejava para "ganhar algum" (I Co 9.22) e se faria a mesma coisa que deve ser "cativante" e não podemos encontrar uma melhor ilustração disso do que a registrada em Lc. 10: 33-37.
5. Ele permitiu que os acontecimentos ordinários e circunstâncias da vida para oferecer oportunidades para ganhar alma pessoal - Versículo 6 nos diz que Ele estava cansado e sentou-se e, provavelmente, teríamos feito que uma desculpa para relaxar e estar "de folga". Em vez de ver o seu cansaço como uma desvantagem Ele virou-se para uma vantagem. Como raramente vemos os acontecimentos diários de nossas vidas da mesma maneira! "Eu gostaria de não ter que ir nessa viagem!” dizemos, sem perceber que a viagem em si pode nos proporcionar um contato com uma alma maravilhosa a quem o Senhor quer nos fazer testemunhas.

6. Ele pediu um favor daquele a quem Ele poderia ganhar - Versículo 7 nos diz que era desta forma o nosso Senhor estabeleceu um ponto definido de contato. As pessoas gostam de ser convidado a fazer as coisas. Peça a alguém de uma forma amigável, para direcioná-lo para um determinado lugar e ver como, em nove de cada dez casos, a pessoa que você tem o prazer de pedir ajuda. Tudo isso é verdade em relação à conquista de almas. Pense em algumas solicitações sincera que você pode fazer da pessoa que você deseja ganhar, e vá para ele e pedir sua ajuda, e, desta forma você terá feito um contato valioso.

7 Ele falou com ela por si só - Versículo 8 nos diz isso. Há momentos em que não é prudente fazer isso. Por exemplo, em geral um jovem que precisa ter cuidado para não falar em privado com um membro do sexo oposto, mas o ponto que queremos fazer é que não devemos constranger ninguém por falar-lhes de coisas espirituais em frente os outros. Pode haver exceções a esta regra, mas geralmente a regra é válida.



8. Ele venceu as barreiras que ela colocou para cima e que já existia - Pense nestas. Primeiro, havia a barreira do pecado (vs. 16). Esta mulher era um pária por causa de sua vida pecaminosa e notório. Ela veio tirar água num momento em que ela sabia que outras mulheres não estariam presentes (V. 16-18) Segundo, havia a barreira da raça (vs. 9). Nosso Senhor era judeu e esta mulher era um gentio.

Em terceiro lugar, havia a barreira do sexo. "Não era feito" para falar com uma mulher em um lugar público. Finalmente, havia uma barreira da religião (vs. 20).

9. Ele provocar inquérito e fome da alma criada - Os V. 10-13 contam como Ele capturou a sua curiosidade e interesse. Nós também podemos empregar este método como dizemos ao sobrecarregado (Mt 11.28). Como nós dizemos o limite sobre o Emancipador (Jo 8.36). Como dizemos os enlutados sobre Aquele que é a Vida (Jo 11,23-25).

10. Ele não censura ou repreendê-la, mas Ele a fez enfrentar seu pecado - Até que as pessoas são condenadas por seus pecados e, portanto, de sua necessidade de Cristo não virá para ele. ( V. 16-19 nos dizer como concurso e como firme e persistente nosso Senhor. não podemos condenar as pessoas do pecado, mas o Espírito Santo pode e irá se use "a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus." (Ef 6.17) 

Podemos dizer às pessoas que por terem quebrado o maior mandamento, portanto, eles têm cometido o maior pecado. (Mt 22.37-38)

11. Ele falou do que sozinha, poderia atender a sua necessidade - Ela precisava de vida eterna, como (V. I4) nos diz; salvação, como (V. 22) nos diz, em outras palavras, ela precisava dele.

12. Ele concluiu apenas quando Ele revelou-se plenamente como Salvador e Senhor - Olhar (V. 25 e 26). Que momento maravilhoso que deve ter sido para ela, e para o povo de Samaria (V. 40-42).

13. Com amor:  Deus amou o mundo de tal maneira, que decidiu entregar seu único filho para que toda a humanidade fosse salva por meio dele (Jo 3.16). Jesus, “vendo a multidão, teve compaixão deles” (Mt. 9.36).


Paulo não se cansava, constrangido pelo amor de Cristo (Rm. 8.39). Se compararmos a atitude dos judeus e a de Jesus diante da mulher adúltera, notaremos a grande diferença que faz o amor: “Nem eu tão pouco te condeno” (Jo. 8.11).  Além de não condená-la por seus pecados, Jesus a libertou e a advertiu para que abandonasse sua vida de pecado. Não será por falta de bons exemplos que deixaremos de agir com amor.



14. Com um ambiente acolhedor:  Em muitas ocasiões, quando alvoroçado pelas multidões e curiosos que havia no meio do povo, Jesus se retirava ou pedia para ficar a sós com quem desejava conversar ou realizar milagre. Um ambiente acolhedor, onde a pessoa com quem desejo falar se sinta livre para abrir-se e dar atenção ao que está sendo dito é uma escolha estratégica. Quando estiver em um local público, que não forneça privacidade anuncie o evangelho de forma dirigida, sem alardes, para não gerar constrangimentos desnecessários. Lembre-se, o Espírito Santo de Deus é o responsável por convencer todo ser humano, do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16:8).

15. Com atenção à idade, ao sexo e à cultura: Jesus escolheu e chamou seus discípulos de uma forma específica. Durante seu ministério também atraía as crianças. Jesus foi recebido na casa de Maria, que ficou atenta às suas palavras (Lc. 10.39). Jesus se aproximou dos fariseus.  Aos doze anos de idade, foi encontrado assentado entre os mestres, ouvindo e perguntando, e os que o ouviam ficavam perplexos (Lc. 2: 46 e 47). Inicialmente você pode procurar pessoas de sua idade e sexo, isso pode facilitar o relacionamento e comunicação do Evangelho.

O EVANGELISTA GANHADOR DE ALMAS PRECISAS TER UMA VIDA DE ORAÇÃO = Efésios 6:18


 Além de conhecer a palavra de Deus e saber evangelizar pessoas, o ganhador de almas precisa viver uma vida de oração constante se quiser ganhar muitas almas para o Senhor Jesus.  É preciso orar diariamente.

 

1º).  A vida de oração do ganhador de almas: 1.1 - O Ganhador de almas precisa viver em oração constantemente: 1Tm. 2:8;

 

 1.2 - O ganhador de almas não pode parar de orar: 1Ts. 5:17;

 1.3 - O ganhador de almas não pode nunca esmorecer: Lc.18:1;

 1.4 - O ganhador de almas precisa ter experiências na oração: Mc. 11:24;

 1.5 - O ganhador de almas precisa ser insistente na oração: Mt. 7:7,8.

 

2º).  Experiências sobrenaturais do ganhador de almas:

 

 2.1 - Vida de oração gera demonstração do Espírito Santo e de poder: 1Co. 2:4;

 2.2 - Vida de oração é viver coisas grandes e ocultas do Senhor: Jr. 33:3;

 2.3 - Vida de oração com abundância do Senhor: Ef. 3:20.

 

3º).  Exemplos dos cristãos primitivos no livro de atos:

 

 3.1 - Perseverar unânimes (com o mesmo pensamento e visão) em oração ao Senhor: At. 1:14;

 3.2 - Experiências com o Espírito Santo vivendo em oração: At. 2:4;

 3.3 - Experiências de poder vivendo uma vida de oração: At. 4:31;

 3.4 - Experiências de livramentos vivendo uma vida de oração: At. 12:2-11

 

O livro de Atos conta a história de notáveis milagres. Uma das feições mais salientes do ministério desses homens foi a maneira como clamavam a Deus  continuamente e de uma só voz. Os cristãos da Bíblia tinham reuniões de oração que terminavam em terremotos. Não perca nunca de vista a verdade de que homens  ganhadores de almas são homens de oração.( Tg 5:16 ).

 

CONCLUSÃO

Se você possui mais prática e maturidade, não se esqueça de adequar seu vocabulário, estratégia e ambiente quando falar com pessoas de idades, sexo e culturas diferentes. Observe mais antes de sair falando tudo o que vem à cabeça. Que Deus nos dê bastante sabedoria para atrair a almas para o Senhor Jesus. Amém!


Evangelista Isaias Silva de Jesus

 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

Bibliografia

 


 


 


 


 

Lição Bíblicas 4º. Trimestre 1974  - CPAD

 

 

 

O Trabalho e Atributos do Ganhador de Almas

 

Texto Áureo = "Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério" (2 Tm 4.5).

 

VERDADE PRÁTICA =  A missão do evangelista é falar de Cristo a todos, em todo Lugar e tempo, por todos os meios possíveis.

 

LEITURA EM CLASSE = Atos 8.26-40

 

INTRODUÇÃO

 

O evangelista é um precioso dom de Cristo à sua Igreja. Sem o ministério da proclamação, o evangelho teria morrido em Jerusalém. Mas, por intermédio de obreiros como Filipe, a mensagem da cruz, ultrapassando as fronteiras da Judeia, chegou a Samaria. E, desse recanto gentio tão desprezado, as Boas-Novas não demoraram a chegar aos confins da Terra.

 

O evangelista assemelha-se ao bandeirante que, jamais temendo o desconhecido, sai a falar de Cristo aos povoados mais remotos e estressantes. O seu retorno, porém, é jubiloso. De maneira sacrifical, apresenta preciosas almas ao Senhor. Seja falando a uma única pessoa, seja pregando às multidões, o seu amor pelos que perecem é o mesmo. Proclamar o evangelho é a sua missão. Neste capítulo, enfocaremos o evangelista como o agente das Boas- Novas. Veremos que ele é essencial à expansão do Reino de Deus. Paulo destaca o seu ministério como um dos mais importantes da Igreja. Ele é o semeador que saiu a semear.

 

1. Evangelista, um Dom de Deus

 

Leighton Ford, ao descrever a chamada do evangelista, afirmou:

“Devemos evangelizar não porque seja agradável, fácil, ou porque podemos ter sucesso, mas porque Cristo nos chamou. Ele é o nosso Senhor. Não temos outra escolha senão obedecer”. O ministério evangelístico não se limita a uma opção pessoal; firma-se numa intimação do próprio Cristo.

 

1. Evangelista, uma feliz definição. A palavra “evangelista” provém do vocábulo grego euaggelistës, e significa aquele que traz boas-novas.

Trata-se de um termo que, usado na Grécia Clássica, designava o que portava uma notícia agradável. Em suma, era o mensageiro do bem. A partir da fundação da Igreja de Cristo, no Pentecostes, a palavra passou a designar aquele que proclama o evangelho.

 

A palavra “evangelista” é constituída por dois vocábulos gregos: eu, bom, e ággelos, anjo ou mensageiro.

Se considerarmos a sua etimologia, concluiremos que o evangelista, sendo o “anjo” do bem, tem de estar sempre a postos a transmitir a Palavra de Deus. Eis porque, no Apocalipse, os responsáveis pelas igrejas da Asia Menor foram assim nomeados pelo Senhor. Enquanto pastores, eram compelidos pelo Espírito Santo a fazer o trabalho de um evangelista.

 

2. Evolução do ministério evangelista. Se o ministério diaconal foi constituído formalmente por um concílio, o evangelístico não precisou de formalidade alguma para sobressair. Os dois primeiros evangelistas da Igreja Primitiva, a propósito, surgiram dentre os sete diáconos.

 

Logo após ser consagrado ao diaconato, Estêvão começou a destacar-se como evangelista. Sua palavra fez-se tão irresistível, que levou o clero judaico a condená-lo à morte traiçoeiramente (At 8.1,2).

 

Estêvão morreu, mas a evangelização reavivou-se com as incursões de Filipe. Ao deixar Jerusalém, proclamou, entre os gentios de Samaria, um evangelho autenticamente pentecostal. Sua palavra era acompanhada de milagres, sinais e maravilhas; era simplesmente irresistível. Lucas bem que poderia ter cognominado o capítulo 8 de seu segundo livro como “Atos de Filipe”.

 

Mais tarde, quando da conclusão da terceira viagem missionária de Paulo, encontraremos novamente Filipe, dessa vez em Cesareia. Lucas, que fazia parte da equipe do apóstolo, reconhece-lhe o ministério, tratando-o como evangelista. Era a primeira vez na História da Igreja Cristã que um obreiro recebia semelhante distinção.

 

3. Mais que um título, um dom. Em algumas igrejas, o evangelista é visto mais como investidura eclesiástica do que, propriamente, como dom ministerial. Vejamos, porém, o que diz Paulo acerca desse tão importante oficio sagrado: E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. (Ef 4.11-13)

 

Conclui-se que somente deve ser reconhecido como evangelista o que foi agraciado com semelhante dom. Doutra forma, teremos um clero inflado de evangelistas que, em vez de ganhar almas para Cristo, desgastam-se emocional e espiritualmente, aguardando uma eventual promoção ao pastorado. A hierarquização eclesiástica, nesse sentido, é mais do que nociva ao crescimento saudável do corpo de Cristo; é deletéria e mortal. Que sejamos criteriosos na escolha daqueles que sairão pelo mundo a proclamar a mensagem do evangelho.

 

II. O Evangelista no Antigo Testamento

 

Embora constituído para apregoar o conhecimento de Deus entre os gentios, Israel recolheu-se em seu legado sacerdotal e real, descumprindo a sua missão evangelística.

 

1. Os patriarcas evangelizam. Abraão foi o primeiro santo do Antigo Testamento a ser agraciado com o título de profeta (Gn 20.7). Apesar de não possuir o encargo de Isaías, nem a missão de Ezequiel, o patriarca, por meio de um testemunho corajoso e monoteísta, mostrou aos cananeus a realidade do Deus Único e Verdadeiro.

 

Em suas peregrinações, quer entre os egípcios, quer entre os filisteus, o pai de Israel evidenciava a todos que, longe de ser um nômade aventureiro, era o amigo de Deus.

Informalmente, esse mensageiro do Senhor espalhou a esperança messiânica entre os antigos. Somente a eternidade para revelar quantas almas o crente Abraão conduziu ao Reino dos céus. O mesmo diremos de Isaque e de Jacó. Quanto a José, o que acrescentar? Administrando uma das crises mais agudas de todos os tempos, mostrou a todo o Oriente que o Deus de seus pais sabe como intervir tanto na História Universal quanto na biografia de cada uma de suas criaturas morais.

 

2. Os profetas evangelizam. Ainda que Isaías seja cognominado o evangelista do Antigo Testamento, quem mais se aproximou do exercício desse ministério foi Jonas. Intimado por Deus a proclamar um severíssimo juízo contra Nínive, o profeta, apesar de sua relutância inicial, fez-se evangelista e missionário. Ao chegar à grande cidade, percorreu-a durante todo um dia, com uma mensagem simples, mas eficaz: “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (Jn 3.4).

 

O sermão de Jonas não parece teológico, nem profético. Isolado, é matemático, geográfico e meteorológico. Evoca um número, uma cidade e uma situação. Mas, no contexto do juízo divino, é mais do que teológico; é intensamente profético. Em sete palavras, descreve rigorosamente a justiça divina. Apesar de não mencionar o arrependimento, leva o Império da Assíria a curvar-se diante do Deus de Israel. Em nenhum momento, exorta aqueles impenitentes ajejuar. Mas, diante da urgência e da gravidade de sua proclamação, todos, do rei ao mais humilhado dos súditos, abstêm-se de pão e de água.

 

Se Jonas saiu a evangelizar, Isaías evangelizou sem sair. De sua amada Jerusalém, o profeta descreveu o Messias com detalhes surpreendentes e impressionantes. Ele falou de sua concepção virginal, de sua morte vicária e de seu Reino glorioso. Se alguém pretende fazer o retrato falado de Jesus, basta ler em voz alta o capítulo 53 de Isaías. Ali, em cores fortes, está o Cristo de Deus, entregando-se por mim e por você.

 

3. Os reis evangelizam. Apesar de nem todos os reis de Israel serem recomendáveis, alguns deles, como Davi, Salomão e Ezequias, muito fizeram pelo anúncio da Palavra de Deus entre os gentios.  Nos dias de Salomão, muitos potentados estrangeiros deixavam suas terras para ouvir o sapientíssimo rei de Israel. E, ali, na corte hebreia, glorificavam o Poderoso de Jacó. Haja vista a rainha de Sabá, que, do extremo sul do continente, veio constatar não só a glória de Salomão, mas a presença divina na terra que manava leite, mel e a sabedoria divina.

 

Salomão, porém, não demorou a desprezar a glória do Senhor. Em vez de comissionar sacerdotes a apregoar a verdadeira fé entre os gentios, envia sua frota mercante a trazer, de Társis, pavões e macacos (1 Rs 10.22). Apesar de tantos desencontros com a sua real vocação, Israel logrou cumprir a parte essencial de sua missão, pois legou-nos os profetas, as alianças, as Sagradas Escrituras e o Salvador do mundo.

III. A Missão do Evangelista

 

O evangelista George Sweazey afirmou com muito acerto: “A evangelização é uma tarefa sempre perigosa, embora não seja tão perigosa como a falta de evangelização”. O que teria levado o irmão Sweazey a chegar a tal conclusão? Provavelmente, referia-se à tarefa do evangelista que, ao contrário do que muita gente supõe, é desafiadora e complexa, mas sempre gloriosa.

 

1. Proclamar o evangelho. Para se proclamar o evangelho de Cristo com eficácia, requer-se, antes de tudo, uma experiência real e marcante com o Cristo do evangelho. Além disso, deve o evangelista aprofundar-se no conhecimento dc Deus, a fim dc apresentar em sua inteireza, tanto ao mundo quanto à Igreja, todos os desígnios divinos. Foi o que Paulo declarou ao presbitério de Efeso: “Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos; porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (At 20.26,27).

 

O evangelista, embora proclame uma mensagem simples e direta, não há de conformar-se com uma teologia rasa. Antes, aprofundar-se-á na Palavra da Verdade, para que venha a manuseá-la com destreza e oportunidade. Ao jovem Timóteo, recomenda Paulo: “Procura apresentar- te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15). Sua mensagem, portanto, será simples, mas jamais simplória, porquanto Deus o chamou a falar a judeus e a gregos, a sábios e a ignorantes, a servos e a livres.

 

Quem ouve Billy Graham, observa duas coisas em seus sermões: simplicidade e profundidade. Munido dessa fórmula, saiu ele a pregar nos países mais distantes e escondidos, mostrando a todos a eficácia da mensagem da cruz. Em seus livros, porém, deparamo-nos com um teólogo que nada fica a dever à academia mais exigente. A semelhança de Paulo, o evangelista americano nada se propunha saber, a não ser Cristo e este crucificado.

 

Então, que o evangelista se empenhe por manusear, destramente, .a Palavra da Verdade, pois quem ganha almas sábio é. Não é nada fácil desconstruir as mentiras de Satanás, no coração do pecador. Mas o verdadeiro evangelista, com sabedoria e paciência, reconstrói na alma impenitente a verdade que liberta, salva e leva para o céu. O que o mensageiro de Deus obtém, nenhum filósofo, pedagogo ou psicólogo logra conseguir. Estes falam apenas à razão, mas aquele brada ao coração, à alma e até mesmo à mente menos razoável.

 

2. Fortalecer a Igreja. O evangelho não deve ser pregado apenas ao mundo. Às vezes, temos de anunciá-lo também à Igreja. Era o que Paulo pretendia fazer, ao anunciar a sua visita aos romanos: “E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma” (Rm 1.15).

 

Depreende-se que os irmãos de Roma, apesar de sua sinceridade, ainda não haviam compreendido, plenamente, a origem, o processo e a efetivação da fé salvadora em Jesus Cristo. Por isso, era urgente que o apóstolo descesse aos alicerces do Plano da Salvação, para que eles viessem a subir aos andares mais elevados do conhecimento divino. Assim como o pastor tem de fazer o trabalho de um evangelista, deve o evangelista, por seu turno, empenhar-se pastoralmente na edificação doutrinária das ovelhas. Hoje, mais do que ontem, os evangélicos, até mesmo os de igrejas tradicionais e históricas, carecem de fundamentos doutrinários. Ora, que firmeza terão os crentes se boa parte dos pastores acham-se firmados em teologias movediças?

 

É chegado o momento de evangelizarmos também os que, presumindo- se evangélicos, acham-se tão distantes do evangelho quanto os católicos. Se estes têm idolos, aqueles possuem deuses. Não raro, nossos deuses são mais deletérios do que os ídolos. Pelo menos, os ídolos católicos têm boca, mas nada falam, ao passo que os deuses evangélicos abrem a bocarra para dizer o que Deus jamais diria. Se os ídolos romanos levam para o inferno, os deuses do evangelho midiático a ninguém conduz para o céu. Que todos saibam que somente o Senhor Jesus salva.

 

3. Fazer discípulos de Cristo. O trabalho de um evangelista não se resume em trazer alguém à luz de Cristo, mas também acompanhar o novo crente, até que este venha a iluminar o mundo com o seu testemunho. Se, num primeiro momento, o evangelista é o amoroso obstetra, no seguinte, ele haverá de ser o pediatra atento à evolução do convertido.

 

O objetivo principal do discipulado é formar autênticos seguidores de Cristo. A partir daí, teremos cristãos testemunhais e exemplares. Mas, se não dermos importância à formação espiritual dos que recebem a Cristo, encheremos a igreja de crentes vazios, deficientes e rasos na fé. É o que vem ocorrendo em muitos arraiais que, tidos como evangélicos, das ovelhas querem apenas a gordura e a lã.

 

A essa altura, uma pergunta ganha pertinência: “Até quando deve durar o discipulado?” Se levarmos em conta as reivindicações apostólicas, o discipulado, na vida de um crente, inicia-se com a sua conversão, e há de perdurar até que seja ele recolhido pelo Senhor. Quanto ao discipulado do novo convertido, em si, que persista até que ele venha a parecer-se em tudo com Jesus Cristo. Somente um discipulado genuinamente bíblico fará a diferença entre o cristão e o não cristão.

 

4. Defender o conhecimento divino. Escrevendo aos filipenses, Paulo abre-lhes o coração, e mostra-lhes ter sido chamado não somente a proclamar o evangelho, como também a defendê-lo: “Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho” (Fp 1.7).

 

De que forma, porém, o apóstolo saiu a defender as Boas-Novas no mundo greco-romano? A apologia de Paulo era diferente da nossa; era viva, dinâmica e relevante. Ele não se afadigava a provar a existência de Deus, pois todos, de uma forma ou de outra, sabiam que o Criador existia, pois a sua presença na criação é inegável. Antes, mostrando a relevância da mensagem da cruz aos gregos e romanos, o apóstolo deixava-lhes bem patente que Deus não somente existe, mas intervém na História do universo e na biografia de cada ser humano.

 

Paulo também não se estressava em mostrar o Jesus Histórico, porquanto a existência do Filho de Deus já se achava, àquela altura, subscrita nas crônicas romanas. Mas, aproveitando cada oportunidade, o apóstolo realçava o Cristo Kerigmático que, ao vencer a morte, recebera do Pai todo o poder nos céus e na terra. A História a ninguém traz à vida, mas a mensagem da cruz de Cristo é suficiente para levar multidões ao novo nascimento.

 

Em suas cruzadas pelo Mediterrâneo, o apóstolo não se afadigou em mostrar a este sábio, ou àquele filósofo, que as Sagradas Escrituras são, de fato, a Palavra de Deus. Todavia, ao pregar na unção do Espírito Santo, convencia o incrédulo mais convicto de que havia, por exemplo, uma flagrante diferença entre Moisés e Aristóteles. O primeiro falou em nome de Deus e por Deus, trazendo esperança a Israel e ao mundo. Quanto ao segundo, não foi além de uma descoberta óbvia e esperada. Em sua ignorância, o sábio grego limitou-se a dizer que Deus é o motor imóvel que move o mundo. Mas o apóstolo demonstra que Deus, além de mover o mundo, move-se entre os seus filhos, operando o impossível.

 

O apóstolo não se agastou em convencer a Grécia de que o pecado é uma ofensa ao Santo de Israel, pois os gregos, mesmo não conhecendo os Dez Mandamentos, sabiam estar a violar cada uma das ordenanças divinas. Eles viviam para pecar e pecavam para viver. Por essa razão, Paulo não se limitou a denunciar-lhes o pecado; em Jesus Cristo, apontou-lhes o caminho da pureza e da justificação pela fé.

Em sua apologia, Paulo perfazia um caminho inverso do nosso. Nós defendemos o evangelho de modo raso e periférico. Ele, porém, advogava-o de forma essencial, mostrando-lhe o poder e a graça transformadora.

 

5. Fazer teologia. O evangelista, à semelhança do apóstolo, também foi constituído a fazer teologia, pois sem teologia a evangelização é impossível. Em sua primeira carta ao jovem Timóteo, faz-lhe Paulo um resumo de seu currículo: “Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e na verdade” (1 Tm 2.7).

 

Uma coisa é fazer teologia entre os teólogos. Outra é teologizar entre os inimigos de Deus. Mas é justamente nesse ambiente hostil, e cercado de falsos silogismos e lógicas aparentes, que o evangelista é intimado a expor o tema prioritário da verdadeira teologia: Jesus Cristo e este crucificado.

Foi o que Paulo fez ao evangelizar os gregos. No Areópago, os filósofos epicureus e estoicos consideraram o discurso do apóstolo um raro despropósito. Aqueles varões intelectualmente orgulhosos, só um louco ousaria afirmar que um homem teve de morrer, numa cruz, para que os demais viessem a cruzar os portais da vida eterna. Enfim, àquele seleto grupo, o evangelho era uma loucura. Mas foi ali, entre os gregos, e, mais tarde, entre os romanos, que Paulo lavrou a mais sublime teologia do Novo Testamento.

 

O evangelista é o teólogo ambulante, cuja missão é proclamar o evangelho completo de Cristo. Isso significa fazer a mais alta, a mais profunda e a mais bela teologia, pois a mensagem da cruz possui todas essas características.

 

IV. O Preparo do Evangelista

 

Paulo foi um dos homens mais cultos de seu tempo. Ele transitava com desenvoltura por três ambientes culturais: o judaico, o grego e o romano. Aliás, até mesmo entre os bárbaros foi ele bem-sucedido, pois a todos se achava devedor. Tendo em vista o seu preparo singular, o apóstolo veio a realizar um trabalho igualmente singular.

 

1. Bíblico-Teológico. Antes mesmo de converter-se, Paulo já era um erudito nas Sagradas Escrituras, pois fora instruído aos pés do rabino mais sábio de seu tempo. Em sua defesa perante os judeus de Jerusalém, o apóstolo fala, em língua hebreia, de sua herança judaica e de seu aprendizado na Cidade Santa: “Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois (At 22.3).

 

E claro que, antes de sua conversão, Paulo estava mais preso à letra do que ao espírito do texto sagrado. Era mais erudito que teólogo; mais acadêmico que espiritual. O seu aprendizado, porém, não foi inútil. Quando do seu encontro com o Senhor Jesus, eis que o véu é retirado de seus olhos, possibilitando-lhe contemplar a glória divina no Crucificado (2 Co 3.15,16).

 

2. Hermenêutico e homilético. Sem Gamaliel, não teria Paulo a mínima condição de expor o evangelho com tanta maestria e profundidade aos crentes de Roma. E, assim, trazendo o Antigo Testamento ao Novo, veio a produzir a epístola mais teológica da Igreja Cristã. Afinal, tinha o alicerce hermenêutico necessário para mostrar, à luz da Lei, dos Profetas e dos Escritos, o messiado de Jesus Cristo e a sua obra vicária no Calvário.

 

O apóstolo não sabia apenas interpretar as Escrituras; sabia, de igual modo, aplicá-las às mais diferentes situações da Igreja. Ele demonstrava, na prática, que a Palavra de Deus era, de fato, a regra áurea e infalível do cristão.

 

Que o evangelista se prepare com amoroso esmero, pois a sua missão requer teologia, hermenêutica e homilética. Todas essas demandas podem ser resumidas nesta recomendação que o apóstolo encaminha a um jovem pastor, que se refinava no trabalho evangelístico: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15). Eu gostaria que os seminários e institutos bíblicos tivessem, como divisa, essa querida exortação paulina. Se levada a sério, haverá de produzir evangelistas de comprovada excelência.

 

3. Cultural e linguístico. Paulo, conforme já adiantamos, podia transitar com desenvoltura por três culturas distintas: a hebraica, a grega e a latina. Providencialmente, ele nascera e fora criado numa cidade que, embora romana, era dominada pela cultura helena. Naquela metrópole universitária, aprendera o grego e, mui provavelmente, o latim. Afinal, estamos falando de um cidadão romano ciente de seus direitos e consciente de seus deveres.

 

No livro de Atos, vemos o apóstolo comunicando-se tanto em hebraico quanto na língua grega. Ao pedir autorização ao centurião para falar aos judeus de Jerusalém, ouviu do oficial romano uma indagação que lhe questionava o preparo cultural: “Sabes o grego?” (At 2 1.37). Em seguida, ante os seus acusadores, pôs-se a falar no idioma sagrado dos judeus: “E, quando ouviram falar-lhes em língua hebraica, maior silêncio guardaram” (At 22.2).

 

Hoje, com a cosmopolização de nossas cidades, sugere-se que o evangelista, além de expressar-se com eficiência e correção em português, que também se comunique em, pelo menos, mais duas línguas: inglês e espanhol. Afinal, de vez em quando, recebemos eventos e certames internacionais.

Eis uma excelente oportunidade para se falar de Cristo a um campo missionário que, mesmo sem ser convocado, vem até nós. Nem sempre a seara vem ao ceifeiro. Então, que essas oportunidades não sejam desperdiçadas.

 

O preparo cultural do evangelista contempla dois campos interligados: a informação acerca de outros povos e a habilidade linguística para se falar a todos, em todo o tempo e lugar, por todos os meios possíveis.

 

4. Psicológico e sociológico. O evangelista não precisa ser psicólogo, nem sociólogo, para anunciar Jesus Cristo. Todavia, é imprescindível que conheça o ser humano e a sociedade que o cerca. Doutra forma, será um estranho entre estranhos. O apóstolo Paulo sentia-se à vontade nos mais estranhos e variados ambientes. Entre os judeus, judeu. Falando aos gregos, grego. Doutrinando os romanos, romano. Acolhido pelos bárbaros, bárbaro. Se entre os sábios, sábio. Expondo Cristo aos ignorantes, ignorante, ainda que, em Cristo, tudo soubesse.

 

Na proclamação do evangelho, o apóstolo agia como amoroso psicólogo, aconselhando; e, como gentil e compreensivo sociólogo, visitando as nações mais distantes e desconhecidas. Que o evangelista conheça e ame o povo a que almeja alcançar.

 

V. A Ética do Evangelista

 

Acabo de ler o testamento espiritual de Billy Graham. Pelo menos, k)i a impressão que me passou o seu derradeiro livro. Em A Caminho de (‘asa, o evangelista americano faz um balanço de sua vida e confessa estar ansioso (e preparado) por encontrar-se com o Pai Celeste. Apesar de seus 98 anos, demonstra ele uma lucidez e discernimento singulares, e ainda reúne forças para exercer os ofícios de um amoroso pastor: aconselha os jovens, orienta os anciãos e não deixa de fazer o que sempre fez desde que o Senhor o chamou à sua Obra: evangelizar.

 

Ao repassar aquelas páginas, não pude ignorar a elevada ética que sempre o caracterizou. Ele conclui um ministério de quase sete décadas sem qualquer pecha moral. Por isso, a pergunta faz-se inevitável: Qual o segredo de Billy Graham?

Na verdade, não há segredo algum. O que existe é um forte comprometimento com a Palavra de Deus e um fundamento ético e moral bem sólido.

 

Já no início de sua carreira, em 1948, ele e sua equipe, reunidos na cidade de Modesto, no Estado americano da Flórida, redigiriam um compromisso de quatro pontos, que haveria de nortear-lhes o ministério evangelístico. O documento, que ficaria conhecido como a Declaração de Modesto, trata dos seguintes assuntos: informações, dinheiro, sexo e relacionamento eclesiástico.

 

O protocolo, hoje, serve de modelo aos que buscam desenvolver um ministério itinerante que glorifique a Deus por sua ética e compromisso com a Bíblia Sagrada. De acordo com o referido documento, o primeiro ponto a ser observado por um pregador é a fidelidade aos relatos e informações.

 

1. Ética na informação. Reza o ditado velho e matreiro: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. Na arena evangelística, até que poderia haver um provérbio semelhante: “Quem ganha algumas ovelhas, sempre acaba se ufanando de haver conquistado um rebanho”. Buscando evitar exageros nos relatos de suas campanhas, a Associação Evangelística Billy Graham é enérgica. A primeira cláusula da Declaração de Modesto estabelece uma ética rígida sobre as informações a serem transmitidas aos órgãos eclesiásticos e à imprensa:

 

Fica decidido que nenhuma comunicação à mídia e à igreja será exagerada ou presunçosa. A dimensão da assistência e número de conversões não serão alterados, a fim de nos promover.

 

Nos Estados Unidos, quando se quer exagerar algum fato, usa-se como exórdio este advérbio: “Evangelisticamente falando”. Em seguida, descarrega-se o exagero. Já no Brasil, utiliza-se outra expressão para alcunhar o pregador que se dá às hipérboles e às grandezas: evangelástico. Ora, por que redimensionar os resultados de uma campanha se basta a conquista de uma única alma para pôr os céus em festa?

Consideremos, ainda, que a missão primordial de um evangelista não é a conversão de pecadores, mas a proclamação do evangelho. Se esta for efetuada a tempo e a fora de tempo, as colheitas não faltarão.

 

Quando um pregador maquia os resultados de seu trabalho, busca entre outras coisas o incremento do marketing pessoal, a seletividade da agenda e a valorização dos honorários. Esquece-se ele, porém, que a verdade aumentada jamais será verdade; será sempre mentira. O sábio americano Benjamin Franklin (1706-1790) é incisivo quanto à veracidade dos fatos: “A meia-verdade é frequentemente uma grande mentira”. Por conseguinte, como pode um pregoeiro da justiça comprometer-se com a falsidade? Se avaliarmos superficialmente os resultados do semeador da parábola, constataremos não terem sido muito bons. Apenas um quinto de suas sementes logrou germinar. Todavia, foi o suficiente para que o Reino de Deus frutificasse em toda a terra.

 

Em Atos dos Apóstolos, Lucas busca a precisão e a fidedignidade em todas as informações que transmite a Teófilo (At 1.1-3). No Dia de Pentecostes, por exemplo, lemos que, como resultado do sermão de Pedro, quase três mil pessoas se converteram (At 2.4 1). Mas, na casa de Comélio, as conversões talvez não chegassem a uma dezena, e nem por isso o número deixou de ser expressivo ao Reino de Deus.

 

 

Não exageremos os resultados de nosso trabalho. Na exposição dos fatos, nada de retórica; a verdade basta. Então, por que inventar milagres para glorificar a Deus? Sua glória é incompatível com a mentira. Sejamos fiéis e verdadeiros nos relatórios e informações. Se fantasiarmos nossos feitos e façanhas, mais adiante seremos desmascarados. Quem ganha almas não é somente sábio; é verdadeiro e modesto.

 

2. Ética financeira. Se, por um lado, temos muitos pregadores que primam pela excelência do ministério, por outro, há não poucos que só demonstram uma única preocupação o sucesso pessoal e o recebimento de seus honorários. Por isso, a Associação Evangelística Billy Graham foi objetiva e clara no segundo artigo da Declaração de Modesto:

 

Fica decidido que questões financeiras serão submetidas a uma comissão de diretores para revisão e simplificação dos gastos. Toda cruzada local manterá uma política de ‘livros abertos’ e publicará um registro de onde e como o dinheiro é gasto.

 

 

Nessa questão, temos de ser equilibrados e justos. De uma parte, somos obrigados a criticar os pregadores que fazem da fé um mero negócio. Mas, de outra, não podemos louvar as igrejas que não reconhecem o labor de quem lhes expõe a Palavra de Deus. Ao falar sobre o trabalho dos mestres e doutores da Igreja, recomenda Paulo a Timóteo: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino” (1 Tm 5.17, ARA). O texto é claro e não demanda maiores exegeses: o expositor da Palavra de Deus deve ser honrado não apenas com menções elogiosas, mas com um digno reconhecimento financeiro.

 

O pregador, por seu turno, contentando-se com o combinado, jamais fará apelos emocionais, visando angariar maiores recursos. As ofertas e dízimos são da igreja local. Se ele for realmente ético, nem falará em dinheiro durante as suas prédicas. E que não haja negociata entre o pastor e o evangelista, com vistas à divisão de oferendas especiais arrecadadas no calor das emoções e sob um clima de promessas irrealizáveis e ameaças aterrorizantes. Não espoliemos os santos; respeitemos o povo de Deus. Sejamos éticos e transparentes em todas as transações financeiras.

 

Evangelista, além de ético, seja precavido. Não deixe de pagar a previdência e, se possível, faça um plano de aposentadoria. O tempo passa e a velhice não demora a chegar. Aja com sabedoria e temor a Deus.

 

3. Ética sexual. Já na década de 1940, não eram poucos os pregadores americanos que escandalizavam a igreja devido às suas incursões sexuais. Para que isso não viesse a ocorrer com os seus membros, a Associação Evangelística Billy Graham, na Declaração de Modesto, é particularmente severa:

 

Fica decidido que os membros da equipe agirão com toda prudência, a fim de se resguardarem de tentações na área sexual. Por isso, jamais ficarão sozinhos com uma mulher. E, mutuamente, responsabilizar-se-ão uns pelos outros. Eles também informarão suas esposas acerca de suas atividades ao longo das viagens, para que elas sintam-se participantes das cruzadas.

 

O ideal seria que os pregadores itinerantes viajassem acompanhados de suas esposas, Infelizmente, não são muitas as igrejas que concordam em arcar com mais essa despesa. A maioria acha que só deve ressarcir os gastos do obreiro consigo mesmo. E se este quiser levar a esposa, que pague do próprio bolso. Tal postura é contraproducente, pois fragiliza o obreiro, expondo-o a riscos espirituais e morais. Não disse o próprio Deus que não é bom que o homem esteja só? Caso o pregador viaje desacompanhado, deve tomar uma série de cuidados para não cair em armadilha alguma.

 

• Evite dar aconselhamentos a pessoas do sexo oposto. Isso é competência (e dever) do pastor local. Sua função é ministrar à congregação, e não dar clínicas pastorais. Se o fizer, que esteja acompanhado de outro obreiro.

• Não receba nenhuma mulher no saguão do hotel e muito menos no quarto. Diante do pecado, não há super-homens. A recomendação do apóstolo é taxativa: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Co 6.18). Lembre-se: homens mais fortes e mais santos do que nós caíram; portanto, tomemos muito cuidado.

• Não saia para almoçar com pessoas do sexto oposto. Como homens de Deus, devemos evitar a aparência do mal.

• Exija ser hospedado em lugares que não lhe comprometam a reputação. Recuse motéis e hotéis de alta rotatividade.

 

Tais cuidados são necessários, pois é muito fácil ao pregador cair nas astutas ciladas do Diabo. Por esse motivo, que a igreja zele por sua segurança espiritual e moral. E, sempre que possível, financie também a vinda da esposa do pregador. Afinal, quem ministra precisa ser devida e duplamente honrado.

 

4. Ética no relacionamento eclesiástico. A Declaração de Modesto também instrui os membros da Associação Evangelística Billy Graham a agirem com ética no relacionamento com pastores e igrejas: Fica decidido que os membros de nossa equipe jamais proferirão palavras negativas a respeito de outros líderes e pregadores, independentemente de suas denominações e posições teológicas, pois a missão do evangelismo inclui fortalecer o corpo de Cristo bem como edificá-lo na Palavra de Deus.

 

Que jamais usemos o púlpito a fim de caluniar outros pregadores, denegrir rebanhos ou agir com indiscrição acerca de faltas alheias. Se estamos de pé, agradeçamos a Deus por sua infinita misericórdia. Quanto às igrejas de outras persuasões, por que denegri-las? Nossa igreja acha-se também num contínuo processo de aperfeiçoamento. E, até a volta de Cristo, constataremos haver muitas imperfeições em nosso rebanho. Imperfeições estas, aliás, que revelam o quanto dependemos do perfeitíssimo Deus.

 

Por conseguinte, que esta seja a nossa linha de conduta no púlpito:

 

• Que jamais venhamos a aviltar nossos líderes. No púlpito, mesmo que oficiosamente, somos os seus representantes.

• Não nos imiscuamos em política, quer eclesiástica, quer partidária. Não fomos chamados para ser homens do povo, mas homens de Deus.

• Jamais incitemos a igreja contra o seu pastor, nem busquemos seduzir rebanhos alheios. Nossa missão é transmitir com fidelidade todo o conselho divino.

• Condenemos energicamente o pecado, mas sejamos amáveis para com o pecador. O que nos teria acontecido se o Pai não nos tivesse tratado tão amorosamente?

• Não falemos mal das outras religiões, mas exponhamos com autoridade as virtudes do evangelho de Cristo.

 

Enfim, ajamos corretamente no púlpito. O que todos esperam de nós é uma conduta digna de um verdadeiro homem de Deus.

 

Não há honra tão elevada quanto proclamar o evangelho de Cristo. Todavia, grande é nossa responsabilidade. Por isso, roguemos a Deus que jamais venhamos a escandalizar-lhe o nome. Que a nossa conduta seja sempre digna do Rei dos reis. E que o exemplo de Billy Graham cale profundamente em nossa alma. A Declaração de Modesto, posto que simples, é objetiva e prática. Se lhe seguirmos as diretrizes, poderemos concluir o nosso ministério com honra tanto diante de Deus quanto diante dos homens. Que o senhor nos guarde de tropeçar.

 

Conclusão

 

Não sei quantas almas já ganhei. Mas uma coisa não deixo de fazer: evangelizar pessoalmente. Às vezes, falo de Cristo numa fila de banco; outras, num táxi; e, ainda outras, num leito hospitalar. Nem sempre tenho condições de explanar todo o Plano da Salvação. Todavia, deixo bem claro, ao meu interlocutor, que Jesus Cristo é a única esperança para esta geração confusa, deprimida e sem horizontes. Com poucas palavras, você pode livrar alguém do lago de fogo. Então, esmere-se no exercício do ministério evangelístico, pois quem ganha almas sábio é.

 

Evangelista Isaias Silva de Jesus

Bibliografia

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Livro O Desafio da Evangelização = Claudionor de Andrade = 1º. Edição

 

 

 

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