A
Salvação e o Advento do Salvador
TEXTO ÁUREO = "E o Verbo se fez
carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigénito do
Pai, cheio de graça e de verdade." (Jo 1.14)
VERDADE
PRÁTICA = O nascimento de Jesus Cristo se deu dentro do plano
divino para salvar a humanidade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jo 1.9-12: Jesus Cristo é a luz de todos
os que creem
Terça - Mt 1.1-17: O nascimento de Jesus e a
linhagem de Davi
Quarta - Rm 5.14-17: Jesus Cristo, mediante sua
morte, tira o pecado do mundo
Quinta – Rm 3.23,24: A justificação do pecador foi
um ato da graça de Deus
Sexta – Ef 2.8: A salvação pela graça mediante a fé
somente
Sábado - Jo 3.16: O amor de Deus pela humanidade
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE João 1:1-14
1 = NO princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus.
2 = Ele estava no princípio com Deus.
3 = Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele
nada do que foi feito se fez.
4 = Nele estava a vida, e a vida era a luz dos
homens.
5 =
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 = Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era
João.
7 = Este veio para testemunho, para que testificasse
da luz, para que todos cressem por ele.
8 = Não era ele a luz, mas para que testificasse da
luz.
9
= Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.
10 = Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e
o mundo não o conheceu.
11 = Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam.
12
= Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de
Deus, aos que creem no seu nome;
13 = Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade
da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
14= E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e
vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
HINOS
SUGERIDOS: 21, 315, 542 da Harpa Cristã
OBJETIVO
GERAL
Mostrar que o nascimento de Jesus Cristo se deu
dentro do plano divino para salvar a humanidade.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o
professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
I- Apresentar como se deu o anúncio do nascimento do
Salvador;
II- Explicar a respeito da concepção do Salvador;
Mostrar que "o
III- Verbo se fez carne e habitou entre nós".
INTRODUÇÃO
De vez em quando, precisamos, como se fosse dar um
passeio pela antiguidade; não porque estamos esquecidos, de propósito, dos
eventos de Cristo, mas porque em um mundo de demasiadas ocupações, devemos
lembrar-nos daquilo que tem valor verdadeiro. Na Ceia do Senhor viajamos de
novo ao Calvário; no tempo da Páscoa, visitamos o sepulcro vazio, é tempo de
aceitar o convite dos pastores: “Vamos até Belém”. Vamos então, fazer uma
viagem no tempo, através das páginas das Escrituras até à manjedoura e meditar
de novo sobre o sentido do advento de
Cristo a este mundo.
A anunciação do nascimento do Salvador é um dos
fatos mais extraordinários da Bíblia, pois reflete o cumprimento de uma série
de profecias referentes a redenção do ser humano. O mistério, que até então
estava oculto em Deus, começava a se desvendar, e o plano divino de libertação
estava prestes a se concretizar.
1.
O ANUNCIO DO NASCIMENTO DO SALVADOR
1.
O cumprimento das profecias. Quando houve a queda do homem no Eden,
Deus prometeu que enviaria um Redentor, para redimi- lo do pecado. Ao longo dos
séculos, a mesma promessa foi repetida diversas vezes, e forneceu detalhes
precisos sobre o lugar do seu nascimento e a maravilhosa Obra que realizaria
(Gn 21.12; 22.18; 49.10; Nrn24.17;Dt18.15;Is l1.1;Jr23.5; Mq 5.2; Zc 12.10).
Agora, era chegado o momento do cumprimento delas.
2.
O portador da notícia. O anjo Gabriel trouxe as novas
(v.26). Ele pertence a uma classe muito elevada, pois assiste diante de Deus
(Lc 1.19) e lhe foram confiadas mensagens divinas da mais alta importância a
homens como Daniel (Dn 8.16; 9.21-27), sobre a palavra profética; e Zacarias
(Lc 1.11-13,19), sobre o nascimento de João Batista.
A profecia antiga dizia que o Messias nasceria em
Belém (Mq 5.2), e Deus usou a burocracia do Império Romano para fazê-la
cumprir. Foi decretado pelo imperador Cesar Augusto uni recenseamento em todas
as províncias do Império, onde “todo o mundo” teria que se alistar (Lc 2.1),
certamente para fins de impostos. Conforme o costume antigo, cada pessoa tinha
de comparecer à sua própria cidade. Foi profetizado, também, que o Messias
seria um descendente de Davi.
Na providência de Deus a casa de Davi sobrevivia e o
herdeiro ao trono era um humilde carpinteiro chamado José. Por ele Jesus
recebeu o direito legal ao trono de Israel. Veja Mt l.l6e Lc l.26,27;2.3-5.
Um casal pobre, humilde e sem aparência, não
encontrando cômodo confortável onde abrigar-se, “porque não havia lugar para
eles na estalagem” (Lc 2.7), procurou abrigo numa estrebaria, junto aos
animais. Assim aconteceu que a Glória de Israel e a Luz dos gentios ,nasceu na
manjedoura.
Não havia lugar na hospedaria! Isto, de fato, era
profético da exclusão de Cristo nos negócios dos homens. Ele está excluído dos
negócios deles e o resultado é que as guerras e contendas assolam a terra. Como
na parábola do Filho Pródigo, este mundo deve descer as profundezas da
degradação antes de descobrir que existe o Pão da Vida, na casa do Pai.
3.
A época, “No sexto mês” (v.26),. é uma referência à
concepção de Isabel já nos dias de sua velhice (Lc 1.11-25,36). Na verdade, era
chegada a “plenitude dos tempos” (Gl 4.4), ou seja, o momento da execução do
plano divino, previsto desde a fundação do mundo ( 2 Tm. 1.9,10), para a
redenção humana.
4.
O lugar. “A uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré” (v. 26).
Não foi em Roma, a sede do império mundial da época; ou Jerusalém, a capital do
governo civil e religioso de Israel, mas na humilde e desprezada Nazaré (Jo
1.46). Embora nascido em Belém da Judéia, Jesus passou boa parte de sua vida em
Nazaré (Mt 2.23; Lc 2.39-51); daí, a razão de Ele ser chamado “Jesus, o
Nazareno” (Mt 26.71; At 2.22; 3.6; 6.l4;22.8).
5.
O ANÚNCIO AOS PASTORES.
A palavra “Evangelho” significa “boas novas”.
Como são boas estas novas! Disse o anjo: “Pois eu vos trago uma boa nova de
grande gozo que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu na cidade de
Davi um Salvador, que e Cristo Senhor” (Lc 2.10,11). Mas, se o anjo tivesse
dito: Hoje vos nasceu um grande general! O mundo teria ficado satisfeito? De
forma alguma; já havia muitos generais no mundo - demais, talvez, para haver
paz no mundo.
E se o anjo tivesse
anunciado o nascimento de um grande instrutor? Se a instrução pudesse salvar o
mundo, então o Milênio já teria começado, porque não há falta de escolas.
E se o anjo tivesse
anunciado o nascimento de mii grande estadista? Havia muitos estadistas
eficientes naquele tempo, porque Roma se orgulhava de tais homens. Mas a
felicidade e a justiça não se produzem por legislação.
Uma vez mais, se o
anjo tivesse anunciado o nascimento de um filósofo? Havia muitos pensadores
naquela época, os quais exortavam ao povo a viver, retamente, mas,
infelizmente, não podiam conceder-lhe a capacidade de viver retamente. Para que
aproveita o ficar calmamente na praia e fazer um lindo discurso sobre natação,a
uma pessoa que está morrendo afogada nas águas? Contudo, tal áo quadro do
moralista experimentando tornar o povo bom, e salvá-lo do seu pecado. O homem
morrendo afogado no precisa de um orador, mas de alguém para o salvar.
O que o mundo
necessita, acima de tudo, é um Salvador, porque os problemas e as perturbações
do mundo são basicamente espirituais e morais. Satisfazia a necessidade quando
os anjos disseram aos pastores: “É que hoje vos nasceu na cidade de Davi um
Salvador”, e, quando o anjo disse a José: “A quem chamarás JESUS; porque ele
salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21).
Depois dos pastores
terem ouvido e crido nas notícias de grande alegria, e terem visto o menino Jesus,
o Príncipe da Paz e Salvador dos homens, “voltaram glorificando e louvando a
Deus”. A paz e a alegria sempre acompanham àqueles que entram em contato com
Cristo, o Salvador. Vamos neste Natal aquecer o coração com o calor confortador
da mensagem de salvação trazida aos homens, pelo Príncipe da Paz - Jesus
Cristo, o Senhor.
II- CONCEPÇÃO DO SALVADOR
UM PLANO CONCEBIDO DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO =
I Pedro 1:18-21
1.
A origem do plano da salvação: O plano de salvação
não foi elaborado por Deus no momento em que surgiu o pecado no mundo. A Bíblia
diz que antes de criar o mundo Deus havia criado o plano da salvação.
2. O motivo do plano da salvação:
A salvação resulta do amor de Deus e não do pecado humano. O plano de salvação
revela o caráter amoroso de Deus, não um desespero ou uma emergência diante de
uma tragédia imprevista.
3.
A revelação do plano da salvação: O plano de salvação
do pecador foi o remédio elaborado na eternidade, predito por Deus na história
e efetivado no fim dos tempos, na vida, morte e ressurreição de Jesus.
III. O REMÉDIO PARA O PECADO FOI PROVIDENCIADO
ANTES MESMO QUE ELE ARRUINASSE A VIDA HUMANA – I Pedro 1:18-20
1. Antes de
existir morte no mundo, o assunto da morte já havia sido tratado no Céu.
2. Antes dos
pecadores sofrerem as consequências dos seus pecados Jesus já havia
providenciado a solução para elas.
3. Antes da
criação do ser humano, Deus já tinha cuidado de tudo, até mesmo se ele viesse a
desobedecer.
IV.
O REMÉDIO PARA O PECADOR FOI PROJETADO ANTES DO SER HUMANO CAIR EM PECADO – I
Pedro 1:19-20
1. Antes de
Deus criar o mundo Ele elaborou o plano de salvação.
2. Antes da
fundação do mundo Jesus já era conhecido como o Cordeiro sem defeito e sem
mácula, que derramaria seu sangue pelo ser humano, caso caísse em pecado.
3. Antes da
criação do mundo e do ser humano cair em pecado, o Messias já era conhecido no
Céu como Aquele que assumiria a desgraça causada pela humanidade.
V.
O REMEDIO PARA O PECADO FOI PREVISTO NA ETERNIDADE, MAS DESVENDADO CERCA DE
4.000 ANOS DEPOIS –I Pedro 1:20-21
1. Assim que
Adão e Eva pecaram Deus matou um cordeiro para revesti-los de pele (Gênesis
3:21); isso apontava para o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João
1:29).
2. Assim que Adão e Eva pecaram tiveram uma conversa
com Deus, o qual logo revelou o plano (Gênesis 3:15). Esse plano foi-se
revelando no decorrer da história por meio de altares de sacrifícios,
tabernáculo/santuário, templo... até chegar no alto do monte Calvário!
3. Embora Deus não tenha sido pego de surpresa
quando Adão e Eva pecaram, a solução de Deus manifestou-se no fim dos tempos,
cerca de 4.000 anos depois do pecado,
mais ou menos 2.000 anos atrás.
4.
O plano da salvação existia bem antes da fundação do mundo:
O plano de Jesus tornar-se Messias, Redentor foi projetado antes de ser
estabelecido os fundamentos da terra, pois o propósito de salvar remonta a
tempos anteriores à criação do mundo. Na cruz, o projeto originado na
eternidade se tornou um fato histórico.
5.
O plano da salvação era conhecido antes da queda humana no pecado:
A missão de salvar sempre foi o eterno propósito da Trindade, mesmo que ainda
não tivesse ninguém para salvar. Desta forma, antes da existência do pecado no
mundo, o plano para resolver o problema do pecado já existia, mas
concretizou-se em Jesus na cruz e Sua ressurreição.
6.
O plano da salvação manifestou-se plenamente no fim dos tempos:
A estratégia de redimir o pecador vem antes de criar o homem, mostrando assim
que Deus já era Redentor quando atuava como Criador; portanto, o que foi
decidido na eternidade manifestou-se num ponto de nossa história, no primeiro
século da era cristã, no topo do Monte Calvário.
VI.
A SALVAÇÃO ANUNCIADA PELA IGREJA =ATOS 2.37-42,47
O fervor espiritual que
caracterizava os crentes, e a Igreja, era algo sobrenatural que os impulsionava
à realização da grande e sublime tarefa de ganhar almas para o Senhor.
Mencionamos abaixo alguns aspectos da mensagem que pregavam:
1.
Base Bíblica. Não pregavam suas idéias ou filosofias;
porém, baseavam todo seu testemunho nas Escrituras (At 1.16,20; 2.16,21). A
palavra de Deus gera a fé nos corações (Rm 10.17).
2.
Arrependimento (v.38). Davam ênfase muito grande ao
arrependimento, como condição para alcançar o perdão (At 3.19). Isto deveria
ser uma atitude individual, como a salvação também o é ( Jo 3.3,5; Mt 7.13,14;
Ap 22.17).
3.
Ênfase ao nome de Jesus (v.38). Os
judeus reconheciam o Pai e o Espírito Santo, mas não o Filho. Ao enfatizarem
este nome, visavam o reconhecimento de Jesus como o Messias, o Redentor (At
2.22,36), e a salvação única e exclusivamente neste nome (Lc 24.47; At 4.12).
VII.
A SALVAÇÃO ANUNCIADA DURANTE A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO
Durante a história do
Cristianismo, a Igreja prosseguiu, parcialmente, na sua missão de anunciar a
salvação. Vejamos, resumidamente:
1.
Era apostólica (até 100 d.C.). Durante este período, a
mensagem do
Evangelho foi propagada
em todo o mundo conhecido na época (Cl 1.6,23), e alcançou todo o Império
Romano, como Israel, Síria, Chipre, Ásia, Ásia Menor, Macedônia, Acaia, Creta e
Itália.
2.
Era pós-apostólica até Constantino (de 10(1 d.C. até 313
d.C.). Os cristãos, representados por alguns missionários, bem como por
comerciantes, soldados e escravos, se dispersaram por todo o Império e outras
regiões, e levaram a mensagem da salvação, não obstante, sofrerem oposições dos
imperadores romanos. Assim, algumas regiões da França, Índia, África, Pérsia,
Egito, Arábia e Armênia foram alcançadas.
3.
De Constantino a Lutero (de 313 d.C. até 1517 d.C.).
A mensagem continuou a ser divulgada pela Igreja, principalmente, na Europa.
Foram alcançadas algumas regiões da Romênia, Irlanda, Escócia, França, Holanda,
Dinamarca, Alemanha, Suíça, Itália, Espanha, Suécia, Morávia, Boêmia,
Inglaterra, Noruega, India, Rússia e Groelândia.
4.
De Lutero ao início do século 20 (De 1517 d.C. até 1900 d.C.).
E o período dos grandes reformadores e missionários que levaram a mensagem da
salvação à Alemanha, Suíça, França, Escócia, Inglaterra. Índia, África, China,
Birmânia, América latina, Oceania e aos Estados Unidos. Durante este período,
surgiram igrejas evangélicas de fé e ordem diferentes.
5.
De 1900 d.C. até nossos dias. Milhões dc pessoas
têm sido alcançadas pela mensagem de salvação, neste período, em muitos países,
entre eles o Brasil. Porém, para a Igreja cumprir o seu papel de evangelização
mundial, falta muito. Apenas, parcialmente, ela tem evangelizado. Conforme
alguns órgãos oficiais de estatística, temos o seguinte quadro, que representa
um grande desafio para a atualidade: população mundial: cerca de 5,1 bilhões,
dos quais 1,5 bilhão são cristãos, e apenas cerca de 400 milhões são nascidos de
novo. 1,5 bilhão de pessoas não-cristãs vivem em contato com as cristãs.
E, o que é mais triste,
cerca de 2,5 bilhões não têm contato com cristãos e nunca ouviram o Evangelho.
Portanto, a missão da Igreja ainda está incompleta, pois falta alcançar bilhões
de pessoas com a mensagem da salvação., A nível das Assembléias de Deus no
mundo, foi elaborado um plano, ora em execução, que visa ganhar milhões de
almas para Cristo, até o ano 2000. Para o Brasil, a meta é alcançar 50 milhões
de almas. Se a Igreja atual canalizar todos os seus esforços para a conquista
dos pecadores, em breve espaço de tempo evangelizaremos o mundo todo, pois
dispomos de recursos humanos e tecnológicos para tal empreendimento.
VIII.
A PROCLAMAÇÃO DA SALVAÇÃO E AS PERSEGUIÇÕES
As perseguições que se
sucederam ao longo da história do Cristianismo, não abateram, de forma alguma,
o ímpeto da Igreja, para a evangelização dos povos. Nem as ameaças, proibições,
açoites, mortes; nem o fato de seus corpos serem queimados ou entregues às feras,
para serem devorados, impediu que continuassem a divulgar a mensagem da
salvação. O povo de Deus, quando perseguido, sempre se mostrou mais animado (At
5.41,42; Fp 1.12-14; Hb 11.35).
IX.
O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NOS
Deus reservou aos homens o melhor de sua glória ao
planejar o envio de seu Filho ao mundo. Toda a experiência de uma pessoa com
Jesus em seu início é rasa, levando em conta a dureza dos nossos corações,
gerada pelo pecado.
No entanto, a perseverança e firmeza neste propósito
leva-nos a dimensões consideráveis desta fonte de vida e poder que o
relacionamento mais íntimo de Jesus com os homens oferece.
X.
O VERBO E SUA ORIGEM
O Evangelho de João é o canal de Deus para nos fazer
compreender sobre a presença de Jesus, o Verbo divino, entre homens. Jesus não
é uma criatura de Deus. Uma coisa é avaliar, através da Bíblia, nas citações
dos apóstolos, a magistral encarnação do Verbo entre nós; outra é poder, na
mesma Bíblia, ouvir Jesus falando com seus próprios lábios, identificando-se
como aquele que sempre foi, sempre é, e sempre será o Filho glorificado que,
mesmo tendo deixado a glória momentânea, providencialmente retornou com honras.
De forma clara vemos isso na oração sacerdotal,
quando Ele mesmo confirma sua existência eterna: “antes que houvesse
mundo", Jo 17: 5.
a) A origem. Enquanto os
três outros Evangelhos iniciam-se falando sobre o nascimento de Jesus, João,
indo muito mais distante, revela sua existência antes da criação: “No princípio
era o Verbo e o Verbo estava com Deus... e o Verbo era Deus”, 1: 1.
Refere-se a um tempo a que chama de princípio que,
em consonância com Gn. 1: 1, também revela um tempo ocorrido antes da obra
criadora de Deus, Col. 1: 17.
b)
O propósito. Isso nos leva a entender o grande amor
de Deus e seus desígnios. Podemos saber que Deus não se assentou no vazio de
uma terra sem forma para comandar o nada, mas planejou a sua obra e a
estabeleceu para fazer o homem coroa de sua criação e que nisto sentiu prazer e
deleite. Ef. 3: 9 aponta também para este princípio quando diz: “desde os
séculos oculto em Deus...
c)
A visão dos profetas. Antes da encarnação de Jesus, sua vinda
era contemplada, crida e aceita pela fé. Isaías disse que o povo que andava em
trevas (os perdidos) viu uma grande luz, Is. 9: 2.
XI.
A ENCARNAÇÃO DO VERBO
Depois de considerar a existência e capacidade do
Verbo, João passa a mostrar em síntese o processo completo de sua humanização,
usando duas palavras: verbo e luz.
a)
Luz dos homens. Primeiro fala da presença do Verbo com
Deus, sendo Deus, agindo como Deus, para depois falar da luz, no extraordinário
verso 4. Nesse ponto Deus está graciosa e generosamente voltando-se para o
homem. Luz é um termo para homens, é vida, e contrasta com trevas, a morte
eterna. Luz é algo novo, que contrasta com a ideia de antiguidade expressa por
“no princípio”.
b)
Habitou entre os homens. O verso 14 relata uma das mais
conhecidas citações em toda a Bíblia: “0 Verbo se fez carne e habitou entre
nós, cheio de graça e de verdade, e vimos sua glória, glória como do unigênito
do Pai.”
Além de outras grandes lições, esta passagem deixa
claro o ponto básico deste estudo: a encarnação do Verbo. Recebeu forma humana
e tabernaculou entre os homens. Que fato
extraordinário quando visto de nossa frágil perspectiva: um Deus tão gigante e
glorioso se digna assumir de forma mais direta e envolvente possível a nossa
conjuntura desgastada. E apresentou-se cheio de graça e de verdade entre os
homens.
c)
O nascimento. Assim, em Lc. 1: 31-35 temos a
mensagem do anúncio do nascimento de Jesus a Maria, como uma introdução
maravilhosa, onde Deus, por causa de sua santidade e propósito, revela que
Maria ficaria grávida pelo Espírito Santo. O texto de Lc. 2 : 7 registra o
nascimento em seu momento preciso: “E ela deu à luz...” concretizando a
encarnação majestosa.
d)
O nome Jesus. Deus nunca precisou, no tocante a si
mesmo, de nome ou nomes para ser visto. Mas já que o propósito da intervenção
de Deus, no que se refere à salvação, era Jesus, então uma identidade divina
entre os homens precisava ser alcançada. E por isto Deus ordenou ao seu anjo
que levasse a Maria o nome que o seu Filho obteria na terra: Lc. 1: 3. Jesus,
no hebraico, quer dizer salvador.
XII.
O CARÁTER DO VERBO
Depois de ter considerado a origem e a encarnação do
Verbo, para conhecê-lo melhor, vejamos agora o seu caráter, baseados no texto
de Cl. 1: 15-17.
a)
A imagem visível. O v. 15 diz que Jesus é a imagem do
Deus invisível, apontando para a revelação do próprio Deus, pois a expressão imagem
está ligada também à encarnação, ou seja, é uma forma humana de se ver Deus.
b)
Primogênito. Termo que Paulo usa para definir a
característica de Jesus como aquele que se revela ao mundo e pode ser percebido
por aqueles que crerem nEle.
c)
Criador. Termo usado para se referir a Jesus, v.16,
confirmando sua participação na obra criadora. Todavia mais excelente aqui é o
destaque sobre sua relevância sublime no céu.
Se admitimos que Ele também estava no princípio e
que é feitor de todas as coisas, admitimos também que é poderoso pela e entre
as obras que fez. De fato, o v. 17 informa sobre sua preexistência e salienta o
seu domínio. Isso está claramente confirmado em Hb 1: 2-3, onde o desconhecido
escritor aborda também, além da revelação que nEle consiste, a excelência do
seu nome, e sua superioridade entre os anjos.
CONCLUSÃO
De modo que o motivo principal do nascimento de
Jesus na Terra foi, como ele mesmo disse, “a fim de dar testemunho da verdade”.
(João 18:37) Fez isso por mostrar com palavras e com ações que o governo de
Deus é totalmente justo e que a sujeição a ele resulta em felicidade duradoura.
Jesus explicou também que veio ao mundo para dar a sua vida humana “como
resgate em troca de muitos”, abrindo o caminho para que humanos pecadores pudessem
obter a perfeição e a vida eterna. (Marcos 10:45) Para que a humanidade
compreendesse esses assuntos vitais, era necessário haver o registro do
nascimento de Jesus.
Jesus é o autor da salvação (Lc 2.11; 2Tm 1.10; Lc
2.30; Hb 5.9), e como Salvador, Ele têm poder de perdoar os nosso pecados (Mc
2.10), a todos quanto O receberam, Ele deu o poder para serem filhos de Deus,
aos que creem em seu nome (Jo 1.11-12). Porque Ele recebeu todo o poder nos
céus e na terra (Mt 28.18). Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso
Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da
verdade (1Tm 2.3-5).
O nome de Jesus não somente nos garante perfeita
salvação, mas também vitória em todas as circunstâncias de nossa vida, e também
robustece a nossa alma na esperança de um reino futuro, eterno e cheio de paz.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério
Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1995
Revista de Estudos Bíblicos Aleluia
http://portal-biblico.blogspot.com.br
A
SALVAÇÃO E O NASCIMENTO DO SALVADOR
TEXTO
ÁUREO = "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e
vimos a sua glória, como a glória do Unigénito do Pai, cheio de graça e de
verdade." (Jo 1.14)
VERDADE
PRÁTICA = O nascimento de Jesus Cristo se deu dentro do plano
divino para salvar a humanidade.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE João 1:1-14
HINOS
SUGERIDOS: 21, 315, 542 da Harpa Cristã
INTRODUÇÃO
A salvação é um ato divinamente iniciado na fundação
do mundo e humanamente realizado por Cristo ao nascer em Belém. O verbo divino
precisou tomar a forma humana e passar por todas as vicissitudes pertinentes a
ela para satisfazer as exigências da redenção, tomando sobre si o pecado de
toda humanidade. O nascimento de Jesus marca o início de uma nova era para a
humanidade onde a promessa de perdão e salvação é efetuada por Cristo. Deus
tomou a iniciativa da salvação antes mesmo que houvesse necessidade dela;
assim, Deus pai decreta a salvação, o Filho efetua-a, e o Espírito Santo aplica-a.
O
ANÚNCIO DO NASCIMENTO DO SALVADOR
O Antigo Testamento está repleto de profecias e
vaticínios que apontam para o nascimento de Jesus, o Messias, como o Redentor.
A própria vida de alguns profetas do AT é um antítipo de Cristo como, por
exemplo, Moisés e Elias, cujas vidas e obras apontam para a vida abnegada e
sacrificial de Cristo, especialmente Moisés como o libertador nacional. Alguns
reis de Israel também servem de figura para o Rei dos reis, cujas lideranças
promoveram a união nacional e a expansão do povo de Deus. Davi pode ser
colocado nesse grupo como um homem segundo o coração de Deus e pelas promessas
que Deus fez-lhe como iniciador de uma dinastia de reis, apontando para Cristo,
que nunca terminariam seu reinado (2 Sm 7.16; Sl 45.6).
Até mesmo Ciro (Is 45.1), um rei pagão a quem Deus
chama de “meu ungido”, tendo em vista seu trabalho de restauração da nação de
Israel, pode ser uma figura profética de Cristo porque permitiu a restauração
de Israel após o cativeiro. Dessa forma, vê-se, como em vários textos do AT,
que Cristo está presente (Lc 24.45; Gn 3.15; 22.18; 26.4; 49.10; Nm 21.9; Dt
18.15; Si 16.9-10; Jr 23.5; Ez 34.23; Dn 9.24; Mq 7.20; Mi 3.1; Jo 1.45), como
afirma o evangelista:“E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes
o que dele se achava em todas as Escritura” (Lc 24.27).
João Crisóstomo afirmou que “ler todos os livros
proféticos sem enxergar Cristo neles seria extremamente insípido e sem graça.
Ver Cristo neles revela sua fragrância”. Portanto, toda beleza poética e
profética do AT remete, aponta e prefigura o nascimento e obra de Cristo. A
vinda do salvador é profetizada na Queda do homem (Gn 3.15); no sacrificio de
Isaque; no simbolismo do êxodo na saída do Egito e no sangue de animais no
umbral das portas na noite da páscoa; nos 26 salmos messiânicos, como veremos
adiante; na volta do exílio babilônico e nos profetas, especialmente os
messiânicos e, especificamente, em Isaías, num bloco dedicado ao Messias (Is
7.1-12.6), chamado “O livro do Emanuel”.
Do AT, Isaías foi um dos profetas mais específicos,
proficuos e profundos sobre o Messias. Suas predições estão repletas de poesia
arrebatadora que fluem da inspiração divina de um profeta culto que se colocou
inteiramente à disposição do Senhor para, com detalhes, vaticinar o nascimento
e a vida de Cristo. Suas profecias são tão abrangentes que o livro de Isaías é
chamado de “O evangelho do Antigo Testamento”, pois descortina diante do leitor
a Cristo e seu evangelho 700 anos antes de Ele nascer.
Dentre os profetas, ele é o mais celebrado do Antigo
Testamento, com muita profundidade teológica, especialmente na Soteriologia, na
Cristologia e na Escatologia, tendo em vista sua grande capacidade literária em
ser poeta e orador, um artista de palavras, um grande estadista, reformador e
teólogo.1 Isso tudo torna seu livro extremamente gratificante de ler, mas
também nos deparamos com a complexidade de seus vaticínios, cujo fio condutor
aponta para o nascimento e vida do Salvador.
O tema central de Isaías é o amor de Deus
demonstrado no socorro ao seu povo através do sacrificio do Servo Sofredor, ou
seja, a grande salvação de Deus, apesar da situação caiamitosa do povo de
Israel. Por isso, um dos principais objetivos dc Isaías ao escrever era, dentre
outros, anunciar a vinda do Messias, o único que seria capaz de tirar o povo do
pecado e trazer completa libertação.
Em Isaias 6.13, Deus alerta o profeta para que não
fique frustrado, pois sua mensagem não seria ouvida até que tudo ficasse
desolado e desabitado, mas, depois, eia produziria resultados, e suas profecias
seriam cumpridas. Foram 40 anos de ministério e grandes mensagens rejeitadas
até que, finalmente, o tronco começaria a brotar na volta do exílio.
Paradoxalmente, a frutificação a partir de troncos feios e queimados é um
contraste humilhante diante da grandeza e glória do Deus que se revelou a
Isaías. Sobraria uma floresta de troncos decepados, mas, desses troncos,
brotaria uma semente que faria toda a diferença: Cristo, que salvaria não
somente o povo de Israel, como também todo o mundo (Jo 3.16).
Além do profeta messiânico Isaías, temos outras
profecias específicas que se cumpriram em Cristo, especialmente nos salmos
messiânicos, os quais enumeramos abaixo, sendo a primeira referência a
profecia, e a segunda, seu cumprimento: o Messias, Jesus, seria Filho de Deus e
declarado pelo Pai como tal (Sl 2.7 >Mt 3.17);
Todas as coisas seriam postas debaixo dos pés do
Messias (Sl 8.6 >Hb 2.8);
Jesus ressuscitaria da morte (Sl 16.10 > Mc
16.6-7);
Deus iria desampará-lo na hora da necessidade (Sl
22.1 >Mt 27.46);
Seria zombado e insultado (Sl 22.7-8 >Lc 23.35);
Suas mãos e seus pés seriam perfurados (Sl 22.16
>Jo 20.25,27);
Lançariam sorte sobre suas vestes (Sl 22.18 >Mt
27.35-36);
Não lhe seria quebrado nenhum osso (Sl 34.20 >Jo
19.32-33, 36);
Seria acusado por testemunhas mentirosas e iníquas (
Sl 35.11 > Mc 14.57);
Seria odiado sem motivo (Sl 35.19 > J0 15.25);
Viria para fazer a vontade de Deus (Sl 40.7-8 >Hb
10.7);
Seria traído por um amigo (Sl 41.9 >Lc 22.47-48);
Seu trono seria eterno (Sl 45.6 >Hb 1.8);
Assentar-se-ia à destra de Deus (Sl 68.18 > Mc
16.19);
O zelo pela casa de Deus consumi-lo-ia (Sl 69.9
>Jo 2.17);
Receberia fel e vinagre para beber (Sl 69.2 1 >Mt
27.34);
Teria um reino eterno (Si 72.1-5, 17 >Lc 1.32-33)
E mundial (Sl 72.8-11, 19 >Jo 1.5-9; At
13.47-48);
Julgaria o povo e os pobres com justiça e equidade
(Sl 72.2- 4 >Lc 4.17-19);
Falaria em parábolas (Sl 78.2 >Mt 13.34);
Oraria em favor dos seus inimigos (Sl 109.4 >Lc
23.34);
O lugar do seu traidor seria tomado por outro
discípulo (Si 109.8 > At 1.20);
Os seus inimigos seriam subjugados debaixo dos seus
pés (Sl 110.1 >Mt 22.44);
Seria um sacerdote segundo a ordem de Meiquisedeque
(Si 110.4>Hb 5.6);
Seria a pedra angular (Si 118.22 >Mt 2 1.42)
E viria em nome do Senhor (Si 118.26 >Mt21.9).
O Novo Testamento diversas vezes afirma que Jesus
reivindicou para si o título de Salvador (Jo 4.26; 6.35; 8.12,18,23; 11.25;
13.13,19; 14.6), como havia sido prometido no Antigo Testamento. Embora algumas
profecias fizessem referência a Cristo como o Rei Vindouro, Jesus permaneceu
longe das tentações do poder temporal e da política exploradora. Seu reinado
seria eterno e atemporal (Jo 18.36).
Seu Reino estaria no coração das pessoas e teria um
alcance global (1 Co 4.20). Algumas vezes, Ele até mesmo proibiu aqueles que
foram curados de espalharem sua fama e seus feitos para que seu ministério não
fosse mal interpretado por Roma (Mt 12.1 6),2 ou mesmo para manter seu
ministério em caráter subversivo, sem estardalhaços nem exibicionismos (Lc
4.9). Na cruz e na ressurreição, Jesus venceu Satanás e os poderes demoníacos
que escravizavam toda a humanidade oferecendo-nos a possibilidade da libertação
e redenção. A dimensão da vitória de Cristo é fundamental para a teologia
pentecostal.
A
CONCEPÇÃO DO SALVADOR
Jesus foi anunciado pelos anjos, nasceu de uma
virgem e foi celebrado entre os homens. Seu nascimento foi um divisor de águas
na história da humanidade. Aquilo que havia sido profetizado e predito de
várias formas no Antigo Testamento tornou-se realidade com o seu nascimento. A
partir do nascimento do Rei Jesus — um evento único e não repetível —, há
esperança para a humanidade e inaugura-se, assim, a chegada do Reino de Deus a
terra, ainda que de forma invisível, porém plenamente factível nos corações,
nas atitudes e nos caminhos que o ser humano pode percorrer tendo Ele como Rei.
Para alcançar essa realidade, Ele precisou vir ao
mundo. Dessa forma, Ele nasceu longe de casa, peregrinando para Jerusalém, sem
acomodações adequadas e num ambiente inóspito e extremamente humilde.
Se fosse nos dias de hoje, talvez nascesse embaixo
de um viaduto. Essa é a demonstração que Deus lançou mão para mostrar que, de
fato, o Filho abandonou sua mais extrema glória para habitar entre os homens na
mais extrema humildade e pobreza. Esse esvaziamento de Cristo (Fp 2.7) é um
gesto extremo de doação de si mesmo, comprovando que não poderia haver maior
entrega do que essa para anunciar ao mundo aquilo que Deus é: amor!
Uma pergunta que permanece quando se fala da
concepção virginal de Jesus é: “Por que isso se fez necessário?” Uma resposta
plausível é que o nascimento de Jesus é incomum no sentido de Ele ser
pré-existente; os demais seres humanos são concebidos no ato sexual entre um
homem e uma mulher; Cristo, porém, não precisou ser concebido, pois já existia
como unigênito do Pai (1 J0 4.9) desde a interminável eternidade.
A protagonista principal do nascimento do Salvador
foi uma mulher. As mulheres eram consideradas uma propriedade do homem e não
podiam tomar decisões a não ser que o marido autorizasse-as a fazer algo, mas
Deus, querendo mostrar a importância e o lugar de igualdade da mulher (Gl
3.28), tomou a iniciativa de fazer o Salvador nascer sem que Maria tivesse
relações sexuais com um homem. Dessa forma, já em seu nascimento, o Salvador
estava libertando as mulheres do pesado jugo imposto pelos homens da época.
Isso corrobora com a maneira gentil e acolhedora com que Jesus tratou as mulheres
durante seu ministério.
A concepção virginal de Jesus atesta também para a
infinita graça de Deus em dar seu único filho para experimentar as mesmas dores
e dificuldades da raça humana e ser o seu Salvador, pois essa mesma raça jamais
poderia ser salva por seus próprios esforços e méritos. Assim, o nascimento
virginal do Salvador ocorre sem qualquer intervenção humana, atestando, além da
graciosidade divina, seu ato milagroso. Sobre isso, Gruden escreve:
O nascimento virginal de Cristo é um lembrete
inequívoco de que a salvação jamais pode vir por meio do esforço humano, mas
deve ser obra do próprio Deus. Nossa salvação deve-se apenas à obra
sobrenatural de Deus, e isso ficou evidente bem no início da vida de Jesus
quando “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para
resgatar os que estavam sob a lei, a fim dc que recebêssemos a adoção de
filhos.
O intercurso sem contato fisico entre a humanidade,
representada em Maria, e a divindade possibilitou o nascimento de Cristo de
forma a ser Ele completamente homem e completamente Deus ao mesmo tempo, numa
paradoxal fusão e separação chamada de união hipostática. Assim, esses
elementos unidos manifestaram sua divindade e sua humanidade, tendo a mesma
substância que o constitui Deus infinitamente poderoso e a que nos constitui
humanos; entretanto, essa união não produz um terceiro ser como se este fosse
um híbrido humano divino, nem é uma metamorfose, mas, sim, um ser divino e
humano ao mesmo tempo em plena manifestação de vida pessoal.
A Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil
declara que: As Escrituras Sagradas apresentam diversas características humanas
em Jesus. O relato de sua infancia enfoca o seu desenvolvimento fisico,
intelectual e espiritual: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em
graça para com Deus e os homens [...]. E o menino crescia e se fortalecia em
espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40,52).
O profeta Isaías anunciou de antemão sobre Emanuel: “manteiga e mel comerá, até
que ele saiba rejeitar o mal e escolher o bem” (Is 7.15).
Ele tomou-se homem para suprir a necessidade de
salvação da humanidade. O termo “Emanuel”, que o próprio escritor sagrado
traduziu por “DEUS CONOSCO” (Mt 1.23), mostra que Deus assumiu a forma humana e
veio habitar entre os homens: “Eo Verbo se fez carne e habitou entre nós, e
vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de
verdade” (Jo 1.14).
A Bíblia ensina tanto a divindade como a humanidade
de Cristo: “E todo o espírito que confessa que Jesus não veio em carne não é de
Deus” (1 Jo 4.3). A humanidade de Cristo está unida à sua divindade, pois Ele
possui duas naturezas, e essa união mantém intactas as propriedades de cada
natureza, o que está claramente expresso no seu nome Emanuel.
“O
VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS”
Entre os títulos messiânicos da tradição
veterotestamentária e interpretados como sendo de Jesus de Nazaré, um em
particular recebe destaque: “Emanuel”, que, no hebraico, é a junção de dois
termos: immánu, que significa “conosco” e El, que significa “Deus” ou “Senhor”,
literalmente “conosco [está] Deus”.
O título foi uma apropriação teológica atribuída ao
profeta Isaías, já que a expressão aparece em dois versículos e indiretamente
em um versículo. Seguem: (1°) “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis
que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is
7.14). (2°) “[...] e passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele, e
chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua
terra, ó Emanuel (Is 8.8)”. (3°) “Tomai juntamente conselho, e ele será
dissipado; dizei a palavra, e ela não subsistirá, porque Deus é conosco” (Is 8.
10).
O Emanuel é a garantia de que, assim como foi com o
povo de Israel, Ele também está conosco, assim como Ele mesmo prometeu:
“Eis que eu estou convosco todos os dias, até à
consumação dos séculos” (Mt 28.20). Assim se cumpre em nós a promessa
messiânica de que Ele, de fato, estaria conosco. O apóstolo João escreveu: “E o
Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). O verbo “habitar”
(armar a sua tenda) utilizado por João tem o mesmo sentido que o Emanuel
utilizado por Tsaías, ou seja, Deus agora habita definitivamente entre seu povo
através de Cristo e de seu sacrificio na cruz.
“E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou
a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também
vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm
8.11).
O apóstolo Paulo refere-se à encarnação de Cristo
como “aquele que foi manifestado na carne” (1 Tm 3.16), como Ele sendo a
“imagem de Deus” (2 Co 4.4), que realizou sua obra de reconciliação “no corpo
da sua carne” (Cl 1.22) e que Deus condenou o pecado na carne (Rm 8.3). Pedro
afirma que Cristo morreu por nós na carne (1 Pe 3.18; 4.1). Portanto, as
Escrituras estão repletas de confirmações de Jesus como Deus encarnado. João
avisa que o espírito do Anticristo atua naqueles que negam que Cristo veio em
carne (1 Jo 4.2; 2 Jo 7).
Quando Jesus tornou-se carne, Ele assumiu toda a
humanidade com suas fragilidades próprias. Assim sendo, sua encarnação não foi
uma farsa, mas, sim, a realidade concreta de que o ser divino excelso escolheu
sentir toda a dor, toda a aflição e toda a tentação humana para, dessa forma,
socorrer-nos em nossas fraquezas (Hb 4.15) e dar- nos a salvação “enviando o
seu próprio filho em semelhança da carne do pecado” (Rm 8.3), condenando o
pecado que nos afligia na carne.
A encarnação de Jesus é a afirmação verídica de que
Ele tornou-se completamente homem, mas que, ao mesmo tempo, não deixou de ser
completamente Deus (Jo 1.1-3; 10.30; Fp 2.6). Portanto, sem ter deixado de ser
Deus, Deus tornou-se homem.
A realidade de um Deus santo encarnar é completamente
anormal e impossível — é um paradoxo. Por isso, Paul Tillich afirma que o
“paradoxo cristológico [da encarnação] e o paradoxo da justificação do pecador
são um único e mesmo paradoxo — o paradoxo do Deus que aceita um mundo que o
rejeita”. Assim, diante da situação pecaminosa do homem e diante da necessidade
de a expiação ser feita por um ser humano perfeito, somente uma solução foi
possível: o Filho de Deus encarnar, ou seja, deixar sua glória e majestade e
tornar-se como um ser humano comum e sujeito às mesmas falhas e erros, mas sem
pecado (Lv 4.3; Hb 4.15).
Para o plano de salvação ser aceito por Deus, ele
deveria ser executado por alguém que pudesse ser Deus e homem ao mesmo tempo na
função de mediador (1 Tm 2.5), alguém que pudesse colocar-se entre Deus e a
criatura pecadora e sem esperança; para ser mediador, teria que ser Deus; para
representar a humanidade, teria que ser homem. Somente Jesus poderia preencher
esses requisitos em sua automanifestação divina, demonstrando o paradoxo de que
aquEle que transcende o universo aparece no universo e está sujeito às suas
condições limitantes por decisão própria, embora, a qualquer momento, pudesse
utilizar seus atributos divinos incomunicávejsl2 (Mc 4.39).
Para Jesus cumprir a penalidade humana, Ele teria
que morrer. Para morrer, Ele teria que ter um corpo (Jo l.14).13 Assim,
conforme afirma a Confissão de Fé das Assembleias de Deus:
A encarnação do Senhor Jesus fez-se necessária para
satisfazer a justiça de Deus: o pecado entrou no mundo por um homem, Adão,
assim, tinha de ser vencido por um homem, Jesus. Em sua natureza humana, Jesus
participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa fraqueza
moral e espiritual.
As duas naturezas de Jesus permaneceram inalteradas
em sua essência; são revestidas de seus atributos inerentes e apresentam Jesus
como uma única pessoa indivisível na qual as duas naturezas estão unidas,
constituindo uma pessoa com uma só vontade e consciência. Essa união somente é
possível por causa do parentesco do homem com Deus, ou seja, Deus soprou no
homem o seu próprio fôlego de vida, instilando nele a sua essência e
semelhança.
Ele não podia tornar-se árvore ou pedra, mas podia
ser homem, pois foi feito à sua imagem. Assim como a imagem de Deus foi
aviltada no homem pelo pecado, “Cristo, a imagem perfeita de Deus segundo a
qual o homem foi feito, restaura aquela imagem perdida, unindo-se à humanidade
e enchendo-a dc vida e amor divinos”. 16 A possibilidade da restauração da
imagem de Deus, corrompida radicalmente pelo pecado, nos é dada novamente
naquele que refletiu a perfeita imagem de Deus.
A plenitude da divindade (Cl 1.19; 2.9) encarnou em
finitude humana na plenitude dos tempos (Gl 4.4). Isso torna possível que nós,
simples mortais e sujeitos ao pecado, estejamos cheios de toda a plenitude de
Deus (Ef 3.19) para refletir sua glória ao mundo através do amor com que nos
amamos uns aos outros (Jo 13.35).
A encarnação foi a manifestação do Logos (Palavra)
divino em Jesus como o Cristo. Por esse motivo, a Teologia cristã transcende
outras teologias, pois “nenhum mito, nenhuma visão mística, nenhum princípio
metafisico, nenhuma lei sagrada tem a concretude de uma vida pessoal [como a de
Cristo]. Em comparação com uma vida pessoal, tudo o mais [outras teologias e
religiões] é relativamente abstrato. E nenhum desses fundamentos relativamente
abstratos da teologia tem a universalidade do Logos”.
A encarnação da Palavra em Jesus não era automática,
mas, sim, fruto da obediência ao Pai em tudo. Jesus disse: “Eu não posso de mim
mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo” (Jo 5.30). Para obedecer
àPalavra do Pai, Jesus teve que desobedecer às autoridades religiosas da época
várias vezes. Ele teve momentos dificeis, em que orava: “Afasta de mim este
cálice!” (Mc 14.36). Teve que pedir a ajuda dos amigos (Mt 26.38,40). Teve que
orar muito para poder vencer (Hb 5.7; Lc 22.41-46). Apesar de tudo, Ele venceu!
Ele mesmo o confirma: “Eu venci o mundo!” (Jo 16.33). Como diz a carta aos
Hebreus: “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e
lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto
ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que
padeceu” (Hb 5.7-8).
Teologicamente, afirma-se que o nascimento de Jesus
é a sua encarnação e que sua morte é a expiação dos pecados. Assim, a
humilhação de Jesus tem início com o seu esvaziamento ao tomar a forma de servo
(Fp 2.7-8), culminando com seu sofrimento na cruz.
Portanto, sua humilhação está relacionada aos seus
sofrimentos: a perseguição, o desprezo das autoridades, a discriminação (Jo
1.46), o silêncio diante de seus acusadores, os açoites impiedosos, o
julgamento diante de Pilatos e Caifás e, por fim, a sua morte. Em Jesus,
cumpriu-se cada detalhe do Servo Sofredor (Is 53) e, por esse motivo, devemos
agir conforme o texto adiante.
E cabe a nós, igreja, anunciar ao mundo que em
Cristo há um caminho para a salvação e para a vida abundante. Essa compreensão
impele a igreja a um despertamento da necessidade de “sair para fora” e
anunciar que há um juízo, mas que também há uma salvação em Cristo.
Quando Jesus andou na terra, ofereceu-nos o melhor
exemplo, pois assumiu a forma humana plena e conviveu humildemente com a
fraqueza humana. Quando estava cansado, não sentiu vergonha de dormir na popa
do barco. Ele sentiu fome, chorou diante da miséria humana, do sofrimento
alheio e do seu próprio e tomou-se servo dos discípulos (Jo 13); na cruz,
porém, deu obrado final “está consumado” para que hoje pudéssemos estar salvos.
Dessa forma, devemos seguir o exemplo de humildade
dEle e servir nossos irmãos. Basta-nos desfrutar dos beneficios de sua
encarnação de maneira responsável e repartir essa benção infinita com o maior
número possível de pessoas para que o Reino de Deus esteja entre os homens.
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério
Belém Setor I - Em Dourados – MS
Livro A Obra da Salvação Claiton Ivan Pommerening
1º. Edição CPAD 2017
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