19 de julho de 2018

A Função Social dos Sacerdotes


A Função Social dos Sacerdotes

TEXTO ÁUREO = “E [Jesus] ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas disse-lhe: Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.” (Lc 5.14)

VERDADE PRÁTICA = As funções do sacerdote iam além da liturgia; sua principal obrigação era zelar pela santidade e pureza do povo de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Levítico 13.1-6

OBJETIVO GERAL

Refletir a respeito das funções sociais do sacerdote.

HINOS SUGERIDOS: 75, 434, 440 da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Apresentar as funções clínicas dos sacerdotes;

II. Explicar a função sanitarista do sacerdote;

III. Elencar as funções jurídicas do sacerdote.

INTRODUÇÃO

O sacerdote era sugeito as leis especiais para ministrar (Lv 10.8). Suas obrigações eram de três categorias: 1. Ministrar no santuário perante o Senhor; 2. Ensinar ao povo a guardare a Lei de Deus; 3. Tomar conhecimento da vontade divina, consultando o Urim e tumim (Ex 29.10; Nm 16.40; Ed 2.63) O Urim e Tumim (luz e Perfeição), era o nome de um ou mais objetos pertencentes ao racional do juizo que o sumo sacerdote trazia ao peito quando se apresentava ao Senhor (Ex 28.30). Era para consultar a vontade de Deus em casos dificeis de interesse do povo (Nm27.21;Jo 1.1; etc).

FUNCOES CLINICAS

Qual o significado de sacerdote?

Os termos originais kohen e kahen encontrados no Antigo Testamento são os principais termos que geralmente são traduzidos como “sacerdote”, além de outras palavras relacionadas, como: kehunna, “sacerdócio”, a forma verbal kahan, “ser sacerdote”, no sentido de desempenhar a função sacerdotal, e os termos utilizados para indicar o principal dos sacerdotes, como por exemplo, hakohenhagadol, “sumo sacerdote”. Juntos, esses termos ocorrem pelo menos 775 vezes.

 

No Novo Testamento, encontramos alguns termos gregos que se referem aos sacerdotes, sendo eles: hiereus, “sacerdote”; archiereus, “sumo sacerdote”; hierosyne e hierateia, “sacerdócio”; hierateuma, “função sacerdotal”; archieratikos, “sumo sacerdócio”; hierateuo, “ser sacerdote”. Juntos, esses termos ocorrem aproximadamente 165 vezes.

Com base nesses termos originais, o significado da palavra sacerdote é debatido. Considerando o principal termo utilizado no Antigo Testamento para designar um sacerdote, o hebraico kohen, alguns estudiosos sugerem que talvez essa palavra tenha origem no termo kun, e aliado à forma verbal kahan, poderia significar algo como “permanecer”, talvez fazendo uma referência a função sacerdotal que designa um indivíduo para permanecer perante Deus como representante do povo.

Os sacerdotes na Bíblia

Quando falamos sobre os sacerdotes mencionados na Bíblia, é preciso considerar que nem todos os sacerdotes na narrativa bíblica eram hebreus, bem como, nem todos os indivíduos que aparecem exercendo o sacerdócio serviam no culto ao Deus de Israel.

Antes de o sacerdócio hebraico ser instituído oficialmente, a Bíblia menciona outros sacerdotes, como:

 •O rei Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14:18);

 •Os sacerdotes que havia no Egito (Gn 41:45; 46:20; 47:22-26);

 •Os sacerdotes midianitas (Êx 2:16; 3:1; 18:1).

Além disso, as funções sacerdotais são mencionadas na Bíblia desde os tempos da primeira família, com Caim e Abel oferecendo ofertas a Deus. No período patriarcal, podemos notar que as funções sacerdotais também eram desempenhadas pelos chefes de família, como por exemplo, no caso de Noé após o Dilúvio (Gn 8:20,21), com o patriarca Abraão que levantou altares ao Senhor em Betel, Manre e Moriá, e com Jó que oferecia sacrifícios a Deus (Jó 1:5).

Mesmo depois da instituição oficial do sacerdócio hebreu, a Bíblia menciona pessoas que, em ocasiões específicas, exercerão alguma atividade comum aos sacerdotes, como por exemplo, Gideão (Jz 6:24-26), o profeta Samuel (1Sm 7:9), o rei Davi (2Sm 6:13-17) e o profeta Elias (1Rs 18:23-38).

Os sacerdotes hebreus

O sacerdócio hebreu foi oficialmente ordenado no tempo de Moisés, com Arão e seus filhos (Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar) sendo consagrados como sacerdotes por Moisés de acordo com a ordem divina. A cerimônia solene da consagração de Arão e seus filhos foi repleta de detalhes e bastante significativa, durando sete dias (Êx 29:1-37; cf. Lv 8).

Dos quatro filhos de Arão, apenas dois sobreviveram, Eleazar e Itamar, e, portanto, a linhagem sacerdotal de Arão ficou preservada nos descendentes de ambos (Lv 10:1,2; Nm 3:4; 1Cr 24:2).

No entanto, para ser um sacerdote não bastava apenas ser descente legítimo de Arão, pois algumas limitações tanto de ordem física, como deficiências, quanto de ordem cerimonial, como impurezas, impediam que alguns indivíduos exercessem o sacerdócio (Lv 21). Além disso, houve muitos casos complicados em que pessoas não conseguiram comprovar pertencer à genealogia da família de Arão.

Como os sacerdotes não recebiam nenhuma parte na distribuição de terras na Palestina, seu sustendo dependia de partes dos sacrifícios, das ofertas oferecidas pelo povo e dos dízimos (Nm 18:3-32; cf. Êx 13:12,13; Lv 2:3-10; 5:13; 7:30-34; 24:5-9;). No entanto, posteriormente, especialmente no período da monarquia em Israel, os sacerdotes até podiam adquirir propriedades particulares (1Rs 2:26; Jr 32:6-8; Am 7:17).

As funções dos sacerdotes

A principal função dos sacerdotes era servir de representante de Deus junto ao povo ao mesmo tempo em que também era o representante do povo perante Deus, oferecendo sacrifícios agradáveis e expiatórios. Logo, basicamente o sacerdote de fato era um tipo de mediador entre Deus e o homem.

Além dessa função principal, os sacerdotes também deviam se ocupar com outras atividades secundárias, como por exemplo, o ensino da Lei (Lv 10:10,11; Dt 33:10; 2Rs 17:27,28); em alguns casos atuar na jurisprudência e até em alguns diagnósticos na área da saúde (Lv 13; 14; Dt 21:5), na purificação corporal de homens, mulheres e determinados objetos (Lv 15), entre outras funções.

 O sumo sacerdote e a organização do sacerdócio

Ficava responsável pelo serviço religioso no Antigo Testamento, os sacerdotes, o sumo sacerdote e os levitas. Os levitas formavam uma classe subordinada aos sacerdotes, e executavam uma série de funções relacionadas à adoração e ao cuidado com o santuário.

Já o sumo sacerdote era um tipo de chefe dos sacerdotes. Na ocasião da consagração da família de Arão, o próprio Arão ocupou esse posto. Somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos, e apenas no Dia da Expiação, uma cerimônia que acontecia uma vez por ano.

As vestes sacerdotais. Os sacerdotes vestiam basicamente calções, uma túnica ou manto, utilizavam um cinto ou faixa, e na cabeça, usavam um gorro ou tiara que servia de adorno (Êx 28:40,42). Já a veste do sumo sacerdote era diferenciada, e representava a santidade e o próprio sacerdócio (Êx 28:2,4; 29:29; 31:10; etc.). Assim, a vestimenta do sumo sacerdote incluía: calções ou calças de linho, uma primeira túnica, um cinto feito com uma longa tira de linho bordado, a túnica do éfode de material tecido de cor azul onde em sua barra ficavam sinos de ouro, outra túnica composta por dois aventais, um peitoral contendo 12 pedras preciosas de diferentes espécies que representavam as 12 tribos de Israel, junto ao peitoral também havia o Urim e o Tumim que são de natureza desconhecida, o gorro ou tiara de linho e a mitra que continha uma lâmina de ouro onde estava gravada a frase “Santidade ao Senhor” (Êx 28).

Precisamos de sacerdotes na atualidade?

O Novo Testamento responde claramente essa pergunta dizendo que não precisamos mais de sacerdotes, pois Cristo é o nosso Sumo Sacerdote perfeito. Dessa forma, o sistema sacerdotal do Antigo Testamento era provisório e deveria ser encerrado com a vinda do Messias prometido.

O autor do livro de Hebreus foi quem mais falou sobre isso, especialmente enfatizando a superioridade do Sacerdócio de Cristo em relação ao sacerdócio da Lei, de modo que o sacerdócio hebreu não era efetivo na expiação dos pecados, mas apenas servia para apontar para o Sacerdócio de Cristo que é perfeito e plenamente capaz, pois Ele é Sumo Sacerdote para sempre (Hb 7).

Para quem argumentava que Jesus não poderia ser sacerdote, pois não pertencia à linhagem de Arão, o escritor da epístola recorreu à figura de Melquisedeque, como um tipo de sacerdote antes da Lei que tipificou o Sacerdócio definitivo de Cristo. Daí vem a expressão “Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque”, emprestada do salmo messiânico de Davi (Sl 110:4), mostrando que desde o início, ainda antes de Arão, Cristo já era o mediador.

Dessa forma, Cristo é o único intermediário, e não há qualquer necessidade de que alguém complete sua função, pois seu sacrifício foi perfeito e definitivo (Hb 7:27). Aqui também vale lembrar que o sacerdócio histórico dentro da religião judaica, incluindo o sistema sacrifical, acabou cessando após a destruição de Jerusalém e o Templo em 70 d.C.

O sacerdócio da Igreja

O Antigo Testamento nos mostra que o povo de Israel deveria ser um reino de sacerdotes (Êx 19:5,6; Lv 11:44,45; Nm 15:40), um objetivo e promessa cumpridos na Igreja no Novo Testamento, que através da obra de Cristo foi feita “sacerdócio real”, como assim designou o apóstolo Pedro em sua epístola (1Pe 2:9).

Dessa forma, todo cristão genuíno é feito sacerdote em Cristo, não no sentido intermediário, representativo e sacrifical, pois a obra redentora do Sumo Sacerdote que é Cristo é definitiva e eficaz, mas no sentido de ter um relacionamento direto com Deus através da reconciliação em Cristo e por meio da obra santificadora do Espírito Santo que capacita o redimido a viver uma vida santa de acordo com a vontade do Senhor.

A LIMITACAO DO SACERDOTE

A doença parece ter sido frequente na antiguididade, mas – e talvez por causa disso – o rótulo pode ter incluído vários outros problemas de pele. Além disso, havia o estigma; o contágio com enfermidades da pele muitas vezes envolve o contato íntimo, com todas as implicações possíveis. Durante muitos anos, os sacerdotes estiveram à frente do cuidado de pessoas que sofriam de lepra. À época de Moisés não existia ainda o templo de Jerusalém; mas, na construção deste, foi previsto um lugar especial para o exame de suspeitos. A doença é a maneira pela qual Deus castiga os pecadores e os inimigos do povo eleito: “Se não guardares e não cumprires as palavras da Lei e se não tiveres temor ao nome glorioso e terrível do Senhor teu Deus, Ele te castigará, e a teus filhos, com a praga” (Deuteronômio, 28:58-59).

A lepra é conhecida como "a doença mais antiga do mundo", afetando a humanidade há pelo menos 4000 anos e sendo os primeiros registros escritos conhecidos encontrados no Egito, datando de 1350 a.C..

FUNÇÕES SANITARISTAS

A FUNCAO SANITARISTA DO SACERDOTE.

O exame do sacerdote deveria examinar o leproso e, em caso de alguma dúvida, era necessário mais alguns dias para um novo exame (Lv 13.4-5). Era necessário que o sacerdote tivesse cuidado, vigilância e paciência para com o doente. Nenhum caso deveria ser julgado ou decidido precipitadamente, pois acabaria sendo prejudicial para a pessoa ou para a congregação. O sacerdote deveria ser bem criterioso na sua análise, pois toda a responsabilidade estava sob a sua pessoa.

A responsabilidade daqueles que Deus coloca perante o Seu rebanho é de cuidar para que o mal não se instale no seio do Seu povo. Além de ensinar, administrar, entre outras funções está se instalando na Igreja do Senhor. Como o sacerdote no passado, atualmente os líderes devem examinar com muita atenção para que a Igreja não seja contaminada com ensinos ou práticas que tornem o crente impedido de permanecer na congregação por causa da sua situação espiritual.

A LEPRA

O capitulo 13 de Leviticos descreve a lepra que se manifesta na pele. Como podemos saber que alguém tem lepra? Quais são os primeiros sinais? Pois bem o versículo 2 diz: ? O homem que tiver na sua pele inchação ou pústula, ou mancha lustrosa, e isto nela se tornar como praga de lepra, será levado a Arão o sacerdote, ou a um de seu filhos sacerdotes. Primeiramente aqui fala de inchação na pele, que representa o orgulho, soberba ou auto-exaltação. A lepra se eleva acima do resto da pele, indicando alguém que se considera superior aos outros. Paulo no entanto, exorta-nos a considerar aos outros superiores a nós mesmos.(Fp.2:30).

O versículo 3 diz: 'O sacerdote lhe examinará a praga na pele, se o pelo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, ,é praga de lepra, o sacerdote o examinará, e o declarará imundo.' O pelo brancos descrito aqui denota perde a força.

Normalmente os pêlos são pretos, mas a medida que envelhecemos tornam-se brancos. Ainda que tenhamos idade avançada, não podemos de maneira nenhuma tornar-nos velhos espiritualmente, devemos sim, amadurecer, mais nunca envelhecer quem envelhece espiritualmente perde a força para servir ao Senhor.

 

 

A LEPRA NA CASA

Podemos ver, então, que no Antigo Testamento, a lepra foi vista como uma praga, inclusive nas casas (trata-se de mofo). Quando as tentativas de purificá-las não eram bem-sucedidas, derrubavam-se casas inteiras para não deixar a praga se espalhar (Lv 14: 43-45). Além de casa, templo ou santuário serem símbolos do nosso corpo, como diz o apóstolo Paulo (1 Co 6: 19-20: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço.

Agora, pois glorificai a Deus no vosso corpo” e 2 Co 6: 16 b-18: “Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso”), a palavra casa também é usada, muitas vezes, na bíblia como sinônimo de família, descendência.

As Vestes: (Lepra )

A lepra na veste são fungos que podem estar presentes em tecidos. São “mofos ou míldios”, segundo Russel Norman Chaplin. Esses fungos podem provocar reações nos seres humanos se em contato ou mesmo ignorados. Ao sacerdote cabia o exame da roupa e somente ele podia declarar se a roupa estava limpa ou imunda (Lv 13.50-51). Ao tratar das vestimentas, o princípio exposto em todo o livro de Levítico permanece: santidade por parte do povo de Deus. Vemos, assim, que Deus estava atento em cada área da vida do povo de Israel e fazia distinção clara entre o que era limpo e o que era impuro (Lv 13.59). O princípio comum nas Sagradas Escrituras, istoé, Deus usando o físico e material para significar e ensinar o que é moral e espiritual, é bastante presente no livro de Levítico.

Interessante notar a linguagem utilizada pelo apóstolo Paulo sobre tirar as vestes do velho homem e se vestir do novo homem (Cl 3.8-10; Ef 4.22, 24). Assim comentou Mattew Henry: “Ele (o pecado) não só corrompe a consciência do pecador; além disso, também mancha tudo o que este tem e faz. E os que colocam suas roupas a serviço de seu orgulho e luxúria podem acabar manchados pela lepra. Porém, os mantos de justiça nunca são furtados nem comidos pela traça.”

A vestes na Bíblia esta relacionada á conduta humana. Leviticos 13 menciona três tipos de veste: de lã, de linho e de couro. A lã é macia, por isso representa uma conduta, um comportamento manso. O linho por ser puro, indica nossa relacionamento com os outros em simplicidade e pureza. As vestes de couro, por serem as mais quentes, denotam fervor espiritual que devemos transmitir ao contatar as pessoas. Ao olhamos para essas figuras, vemos que o Senhor Jesus teve um viver manso, simples e cheio de amor para com os outros, e nós temos que Ter os mesmos sentimentos de Cristo.

Além dos três tipos de veste já mencionados, Levitico 13 fala da urdidura e da trama, em outra versão fala o fio urdido e o fio tecido que são os mesmos. A urdidura é o fio vertical que forma o tecido e a trama é o fio horizontal. Nosso relacionamento com Deus é representado pela urdidura que é o fio no sentido vertical.

E a trama que é o fio horizontal esta representando nosso relacionamento, com os homens. Por isso para Ter uma comunhão bem estreita com o Senhor, precisamos que nossa vestes estejam totalmente limpas.

FUNÇÕES JURIDAS

No Israel dos sacerdotes e levitas, o direito estava sempre ao alcance dos pobres, porque a Lei de Deus havia sido proclamada a toda a nação, e não apenas a uma minoria privilegiada. Ali, pobres e ricos, pequenos e grandes, nobres e plebeus; todos, enfim, estavam sujeitos aos mandamentos divinos. Não havia minoria privilegiada, nem maioria ignorada; eram todos iguais diante da Lei de Deus.

1. A função judicial dos sacerdotes. Judicialmente, o livro de Levítico apresenta várias disposições, a fim de proteger a família, a propriedade privada e, principalmente, a vida humana. Nesse sentido, o sacerdote atuava também no campo jurídico. No Israel do Antigo Testamento, não havia uma lei-maior para dirigir o país; uma espécie de constituição. Ali, toda a Palavra de Deus funcionava como a ordenança que não podia ser ignorada quer pelo rei, quer pelo plebeu. E, para zelar pelo fiel cumprimento dos estatutos divinos, os sacerdotes e demais levitas faziam-se presentes.

2. Proteção da família. Com o objetivo de manter a pureza e a legitimidade no relacionamento familiar, o Senhor, por intermédio de Moisés, proíbe aos israelitas: o sacrifício infantil (Lv 20.2); o incesto, (Lv 18.6-9); o abuso sexual doméstico (Lv 18.10); a exposição das filhas à prostituição (Lv 19.29); o homossexualismo e a bestialidade (Lv 18.22,23). Os israelitas, como adoradores do Único e Verdadeiro Deus, eram obrigados a honrar seus pais e a preservar-lhes a autoridade (Lv 19.3; 20.9).

3. Proteção da propriedade privada. A posse de uma propriedade, em Israel, era considerada algo sagrado; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx 3.7,8). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e campos de maneira responsável e amorosa (Lv 19.9). As colheitas eram feitas de tal maneira, que os pobres jamais deixavam de ser contemplados (Lv 23.22).

Sendo, pois, a terra propriedade do Senhor, náo poderia ser explorada de maneira irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra.

A propriedade da terra não era considerada roubo, conforme diria o francês Pierre-Joseph Proudhon (1809 — 1865), mas uma herança pela qual valia a pena lutar (1 Rs 2 1.3). No Israel de Deus, os governantes não se digladiavam hoje pela esquerda, e, amanhá pela direita; punham-se todos no centro da vontade divina.

Ali, nas terras do Senhor, náo havia lugar para o comunismo assassino e mentiroso, nem para o fascismo desumano e cruel, pois a Lei de Moisés supria todas as carências e lacunas sociais. E, quando do advento da injustiça, Jeová enviava os seus mensageiros que, corajosamente, clamavam contra a opressão, o roubo, o crime e a infidelidade doméstica.

4. Proteção da vida. Também estava sob o encargo do sacerdote a inspeção das casas (Dt 22.8) e da criação de animais (Êx 21.36). A mulher grávida recebia proteção especial (Êx 21.22). Enfim, a vida na sociedade judaica era e é sagrada; um dom do Criador (Nm 16.22). Por isso, Deus determina no Sexto Mandamento: “Não matarás” (Êx 20.13). Mencionemos ainda as cidades de refúgio que, administradas pelos levitas, serviam para acolher o que, sem o querer, matava alguém (Nm 35.10-15).

Oremos, para que o nosso país seja realmente justo e misericordioso. Não nos faltam leis, nem legisladores, nem juízes. Ei-los pelos tribunais; ei-los saindo das faculdades e academias. Todavia, falta-nos o temor do Senhor, sem o qual não pode haver princípio algum de sabedoria. E chegado o momento de rogarmos ao Senhor que nos cure a terra. Achamo-nos tão enfermos, hoje, quanto o Israel dos tempos de Isaías (Is 1.1-9). Neste momento, conscientizemo_flos de nossa responsabilidade como sal da terra e luz do mundo.

CONCLUSÃO

Conforme profetizou Malaquias, a aliança do Senhor com a tribo de Levi era firme e bem conhecida de todo o Israel. Nesse sentido, seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange à Lei de Moisés, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7). Infelizmente, os sacerdotes não souberam como guardar o concerto levítico.

Se o Senhor exigiu excelência e correção dos levitas, no Antigo Testamento, como devemos nós agir? Que o nosso culto seja marcado pelo amor e pela não conformação com este mundo.

Nós, obreiros de Cristo, temos de ser um padrão na sã doutrina, segundo recomenda o apóstolo: “Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência’ (Tt 2.7, ARA). Ainda que não sejamos sacerdotes como os filhos de Levi, nossa responsabilidade, diante do povo de Deus, não é menor. Se o Senhor exigiu deles excelência, o que não exigirá de nós, seus despenseiros? Ou será que já não tememos ser reprovados no Tribunal de Cristo? Que o Senhor nos ajude.

Por: Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibliografia

 





Livro Adoração, Santidade e Serviço – lª. Edição CPAD –  Claudionor de Andrade

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