A
Natureza dos Anjos - A Beleza do Mundo Espiritual
TEXTO
ÁUREO
"Bendizei ao SENHOR, anjos seus, magníficos em
poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra." (Sl
103.20)
VERDADE
PRÁTICA
Os anjos são seres reais, espirituais e celestiais a
serviço de Deus e enviados para ajudar os que vão herdar a salvação.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE = Lucas 1.26-35
INTRODUÇÃO
Indiscutivelmente, a
Bíblia é a única fonte digna de confiança acerca da existência, da história e
das atividades dos anjos no Universo. Na carta aos Hebreus temos a declaração
de que os anjos são “espíritos ministradores, enviados para servir a favor
daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14). Entendemos, então, que os
anjos são criaturas reais.
1. OBJEÇOES A DOUTRINA DOS ANJOS
Existem várias objeções
à doutrina dos anjos levantadas através dos séculos, as quais são destituídas
de argumentos e evidências capazes de as sustentar. Dentre essas, se destacam
as seguintes:
1.
A doutrina dos saduceus. Os saduceus, segundo a tradição,
derivavam de um grupo que formava urna hierarquia sacerdotal, desde o tempo do
cativeiro. Eles tinham poder político e constituíam o grupo dominante da vida
civil do judaísmo, sob o domínio de Herodes. Quanto ao aspecto religioso
descriam da doutrina da existência dos anjos, dos espíritos e da ressurreição
dos mortos (At 23.8). Os saduceus eram essencialmente materialistas.
2.
A doutrina do espaço infinito. Essa doutrina nega a
existência dos anjos, calcando sua posição na idéia do “espaço infinito”, isto
é, um espaço povoado de mundos, o qual não comporta a existência dos anjos.
Teoria completamente vazia de argumentos e de fatos.
3.
A doutrina racionalista. Essa doutrina não admite a
existência dos anjos por não poder explicá-la pela razão. Argumentam que a
existência dos anjos é impossível e que a crença na sua realidade tem vestígios
de um politeísmo primitivo.
4.
A doutrina materialista. Não admite por hipótese alguma a
existência dos anjos, porque crê apenas na existência da matéria, não admitindo
a realidade de seres espirituais.
5.
A doutrina simbolista. Essa doutrina não nega a
existência dos anjos, mas também não acredita na sua realidade. Ela vê os
anjos, apenas, como meras figuras de retórica, ou símbolos espirituais.
Entretanto, é impossível negar a realidade da existência dos anjos, ainda que
eles não sejam criaturas materiais.
6.
A doutrina espírita. O espiritismo ensina que os anjos são
as almas dos homens chegados ao grau máximo de perfeição que a criatura
comporta. Nega, portanto, a existência distinta dos anjos como criaturas de
Deus, bem como, a existência e a realidade dos demônios, afirmando que estes
são as almas desencarnadas dos homens maus.
7.
A criação espiritual (Ne 9.5,6; Sl 33.6-9; 148.4-7; C1. 16).
Segundo a revelação bíblica a criação espiritual ocorreu antes da material.
Deus criou os seres espirituais para cumprir os seus propósitos segundo a sua
soberana vontade. Esses seres espirituais são chamados anjos. Portanto, os
anjos são criaturas racionais inteiramente espirituais, sem poder de
procriação, mas dotados de poderes para o exercício de múltiplas funções, nos
céus e na terra (Hb 1.14).
8.
Onde habitam esses seres espirituais? A Bíblia não aponta
nenhum lugar no mundo material, absolutamente nenhum, como possível habitação
dos anjos. A ficção comercial tem imaginado mundos estranhos nas galáxias onde
dizem existir seres extraterrestres. Isso são fantasias e vãs imaginações do
espírito humano. Nesse particular devemos atentar para a palavra “céu” na
Bíblia. Ela coloca a palavra no plural: “céus”, porque distingue, pelo menos,
três céus. O primeiro céu é o das nuvens o qual se pode ver a olho nu (Tg
5.18). O segundo céu é o cósmico que está além das nuvens, do sol, da lua e dos
planetas, do espaço sideral. O terceiro céu é chamado “céu dos céus”, e designa
“a morada do Altíssimo” (At 7.49). É um lugar espiritual totalmente inacessível
à matéria. Aí habitam os santos anjos (Mc 13.3 2; Gl 1.8; Mt 18.10).
9.
Existem anjos bons e maus. Quando Deus os criou os fez
perfeitos e santos. Entretanto, dotados de personalidade e livre- arbítrio,
esses seres angelicais podiam optar, escolher o caminho a seguir.
Eles foram criados no mesmo nível de justiça,
bondade e santidade. Foram criados em condição de igualdade (2 Pe 2.4; Jd v.6).
Foi na condição de livre-arbítrio que Lúcifer, um
querubim ungido para o serviço do Trono da Divindade, rebelou-se contra o
Criador e fomentou sua rebelião induzindo milhões de outros anjos a seguirem
sua funesta revolta (Is 14.12-16; Ez 28.12-19).
A Bíblia fala dos anjos que pecaram contra a
autoridade do Criador e não guardaram a sua dignidade (2 Pe 2.4; Jd v.6; Jó
4.18- 21). Mas, também menciona os anjos bons, aqueles que se mantiveram fiéis
ao Criador e às funções designadas para eles. Estes são ministradores a favor
dos que hão de herdar a salvação (Hb 1.14).
10.
Os anjos são inumeráveis. Várias expressões indicam a
quantidade incontável de anjos criados por Deus, tais como “milhares de
milhares e milhões de milhões”(Ap 5.11; Dn 7.10; Dt 33.2); “muitos milhares de
anjos” (Hb 12.22); “exércitos dos céus” (Ne 9.6; Si 33.6); “multidão dos
exércitos celestiais”(Lc 2.13). Não se pode determinar o número de anjos
criados porque é incontável (Si 148.2-5). Tantos quantos foram criados por Deus
na eternidade, são quantos existem e existirão para sempre. Deus não os dotou
da capacidade de procriação.
II. QUEM SÃO OS ANJOS
Após estudar alguns dos
conceitos falsos quanto à origem e a existência dos anjos, convém estudar o que
a Bíblia diz acerca deles.
1.
Os anjos são seres espirituais. O salmista convida a
toda a criação de Deus a louvá-Lo. No seu cântico, ele convida aos anjos
dizendo: “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos” (Sl
148.2).
2.
Os anjos são seres poderosos. Entendemos pelas Escrituras
que os anjos são superiores aos homens como criaturas de Deus (Sl 8; Hb 2.6,7).
Eles são maiores em força e poder (2 Pe 2.11). O poder dos anjos deriva de Deus
e eles só fazem qualquer coisa em restrita obediência ao Criador. Por serem
“espíritos puros”, o fogo, a água e o calor não podem destruí-los. Eles não
correm qualquer risco de contaminação ou destruição, e, portanto, são imunes à
forças da natureza no Universo. O salmista os descreveu como “valorosos em
poder”, que executam as ordens de Deus e Lhe obedecem à voz (Sl 103.20).
3.
Os anjos são seres pessoais. Normalmente, no mundo
dos homens, atribui-se personalidade a um corpo material. Entretanto, a
personalidade de um homem não é o corpo, mas sim o que está dentro do corpo,
expresso pela alma e pelo espírito. Os anjos são espíritos e possuem
personalidade, isto é, são dotados de inteligência, vontade e atividades. A
Bíblia dá a entender que os anjos possuem uma inteligência superior à dos
homens, mas não igual nem superior à de Deus (2 Sm 14.20; 1 Pe 1.12).
III. A ORGANIZAÇÃO DOS ANJOS
A Bíblia dá a entender
que os anjos de Deus se acham organizados formando uma hierarquia. Essa
hierarquia angelical dá uma idéia abrangente das atividades dos anjos em todo o
Universo e na presença de Deus.
1.
Arcanjo. O termo “arcanjo” representa a maia elevada posição
angelical, O prefixo arc, do grego arch, sugere, tratar-sede um chefe, um
superior ou príncipe. A Bíblia apresenta
Miguel como um anjo acima de todo.
Os anjos. O seu nome
enaltece a Deus, pois significa ‘Quem é como Deus?”. Sua missão está
Identificada com o povo de Israel (Dn 10.13,21; 12.1). Ele é uma espécie de
administrador da parte de Deus para fazer valer os interesses divinos a favor
de Israel e para exercer juízo sobre os inimigos do Seu povo (Jd v.9; Dn 12.1).
2.
Querubins. No original hebraico o vocábulo querub é um verbo
com sentido de “guardar, cobrir”. Porém, o vocábulo tem sua raiz no termo
hebraico karabu que significa “orar e
abençoar”. Esse termo era usado no mundo pagão para referir-se a deuses
menores. Na Bíblia, a palavra querubim nada tem a ver com deuses pagãos
menores, visto que temos “um só Deus e Pai de todos” (Ef 4.6), e os querubins
são uma casta especial de anjos, os quais não são adorados nem recebem orações,
mas que adoram e servem ao único Deus, Todo- poderoso. O vocábulo Querubim
designa uma alta posição na corte celestial diretamente ligada ao trono de
Deus. A Bíblia declara que Deus habita entre os querubins (1 Sm 4.4; 2 Ra
19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16).
3.
Serafins. O vocábulo serafim deriva do hebraico saraph cujo
significado é “ardente”, “refulgente’1 ou “brilhante”. Os serafins são uma
classe de anjos especificamente designados para o serviço de adoração ao Deus
Todo-Poderoso. O único texto bíblico que fala dos serafins encontra-se em
Isaías 6.1-3. No serviço de adoração, esta classe de anjos não somente louva a
Deusa mas, também, promove a Sua santidade, proclamando-a e mantendo-a. Na
visão do profeta Isaías, os serafins aparecem em forma humana, com seis asas
cada um. Com duas asas cobriam os rostos e com duas cobriam os pés e com duas
outras voavam (Is 6.2,3).
IV. OS ANJOS NO NOVO TESTAMENTO
Em Colossenses 1.16, o
apóstolo Paulo apresenta quatro classes de seres espirituais, das quais,
podemos perceber, fazem parte os querubins e os serafins.
1.
Tronos. No grego thronoi refere-se a uma classe de anjos
sobre a qual Deus se assenta como Rei e Senhor. A figura utilizada é para
mostrar uma relação mais elevada com Deus.
Esses “tronos”
celestiais podem ser identificados com os querubins, entre os quais Deus está
assentado e reinando (1 Sm 4.4; 2 Rs 19.14,15; Sl 80.1; 99.1).
2.
Dominações. No grego o termo é kuriotes, com o
sentido de soberanias ou domínios (Cl 1.16; Ef 1.21). As “dominações”
referem-se a uma classe de anjos com funções executivas e que reinam sob a
autoridade de Cristo. Toda a criação visível e invisível está sob a autoridade
suprema de Cristo, e nos versículos acima mencionados subentende-se que certas
classes de anjos reinam e governam sobre determinadas esferas espirituais.
3.
Principados. No grego é archai e refere-se a uma
classe de anjos que têm a dignidade de príncipes de um reino. Pode referir-se
também, a territórios que estão sob a liderança de príncipes angelicais.
Voltemos nossa mente
para a história de Lúcifer, que foi estabelecido como “querubim ungido para
proteger” e estava no monte, santo de Deus, antes de sua queda de diante de
Deus. Supõe-se que ele governava a terra como um “principado”, e só perdeu por
seu pecado de rebelião contra o Criador e Senhor (Is 14.13; Ez 28.16; Ap 12.9).
É interessante analisar
que Miguel é chamado “um dos primeiros príncipes” de Deus (Dn 1O.13), o que o
coloca entre outros príncipes.
4.
Potestades. Refere-se a poderes angelicais
delegados para exercerem atividades especiais. Não se trata de anjos com
poderes isolados para fazer o que quiserem, mas são chamados “potestades”
porque foram investidos de uma autoridade especial. A Bíblia apresenta vários
exemplos da manifestação dessa classe de anjos. Um destes anjos foi enviado por
Deus para destruir a cidade de Jerusalém e só parou quando Deus ordenou-lhe que
guardasse a sua espada (1 Cr 21.15-27). O salmista Davi diz que esses anjos são
“magníficos em poder” (Sl 103.20). A magnitude do poder dessa classe de anjos
não os torna capazes de fazer aquelas coisas que só a Divindade é capaz.
V.
O MINISTÉRIO DOS ANJOS NO ANTIGO TESTAMENTO
No Antigo Testamento, vemos os anjos ajudando,
orientando, provando e protegendo os servos de Deus. Podemos constatar esse
fato em vários textos conforme expomos a seguir:
a) O anjo que apareceu a Hagar, a escrava egípcia,
quando esta peregrinava com seu filho em pleno deserto, facilitou a vida e
proveu água para ambos (Gn 16.7-12);
b) Os anjos, na forma de viajantes, que apareceram
na tenda de Abraão e sua mulher, anunciaram que Sara teria um filho (Gn
18.1-33).
c) Os anjos que salvaram Ló e suas filhas da
destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19);
d) O anjo enviado para proteger Moisés na sua volta
ao Egito para libertar seu povo da escravidão (Ex 33.2);
e) O anjo que guiou Israel no deserto (Ex 14.19;
23.20);
f) O anjo que falou a Josué quando estava diante da
muralha de Jericó (Js 5.13-15);
g) O anjo que comissionou Gideão a libertar o povo
de Deus das mãos dos midianitas (Jz 6.11);
h) O anjo que cuidou de Elias, o profeta, quando
fugia da presença e ódio de Jezabel (1 Es 19.5-8); e
i) O anjo que ajudou a Zacanas, o profeta, na
redação do seu livro (Zc 1.9; 2.3; 4.5).
VI.
O MINISTÉRIO DOS ANJOS NO NOVO TESTAMENTO
1.
No ministério de Jesus. No Novo Testamento podemos começar
pelo ministério pessoal dos anjos atuando no ministério terrestre de Jesus:
a) no seu nascimento (Lc 2.13);
b) em sua tentação no deserto (Mt 4.11);
c) em sua agonia no Getsêmane (Lc 22.43);
d) em sua ressurreição (Lc 24.4-6);
e) em sua ascensão aos céus (At 1.10,11);
f) em seu estado de glória no céu (Ap 4.6- 9);
g) no arrebatamento da Igreja em sua vinda (1 Ts
4.16); e
h) na sua volta pessoal à terra (2 Ts 1.7,8).
2.
No ministério dos apóstolos. A ação dos anjos
evidencia-se de forma maravilhosa:
a) na ascensão de Cristo, dois anjos anunciaram a
Sua volta (At 1.10,11);
b) um anjo abriu as portas da prisão para João e
Pedro (At 5.19);
c) um anjo transladou Filipe até o Eunuco etíope
para explicar- lhe a escritura de Isaías (At 8.26- 28);
d) um anjo soltou as cadeias e abriu as portas da
prisão para Pedro em Jerusalém (At 12.7-9);
e) um anjo ordenou a Cornélio que convidasse Pedro a
vir à sua casa (At 10.3); e f) um anjo esteve com Paulo na viagem para Roma (At
27.23).
VII.
O MINISTÉRIO DOS ANJOS A FAVOR DOS SANTOS
A Bíblia chama os anjos de “espíritos
ministradores”, e isto indica que eles se interessam pelo bem-estar daqueles
que servem a Deus. De muitos modos e em várias circunstâncias os anjos de Deus,
em toda a Bíblia, aparecem protegendo, conduzindo e facilitando a vida dos
servos de Deus. A experiência cristã está cheia de evidências da intervenção de
anjos, ministrando a nosso favor.
1.
Os anjos protegem o povo de Deus. Na Bíblia temos muitas
evidências da proteção dos anjos aos servos de Deus. Dentre esses, destacamos
Elias (1 Es 19.5-7), Eliseu (2 Es 6.14-17), Daniel (Dn 6.22) e Paulo (At
27.23-25).
2.
Os anjos vigiam os interesses de Deus na nossa vida.
O escritor C. Leslie Milier diz em seu livro, Tudo Sobre Anjos, que o texto de
Hebreus 1.14 significa “um serviço especial de entregas do céu”, como uma das
atividades mais comuns dos anjos de Deus. O fato de não os vermos fisicamente,
a não ser que eles queiram se tomar perceptiveis, não anula a evidência e a
realidade do trabalho dos anjos a nosso favor. O autor da Carta aos Hebreus
chega a aconselhar: “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos”
(I-Ib 13.2). Ora, esse texto mostra que os anjos de Deus estão interessados em
nós e vigiam nossos passos com especial cuidado, pois somos filhos de Deus.
VIII.
OS ANJOS, EXECUTORES DE JUÍZOS DIVINOS
A execução dos juízos divinos aplicados pelos anjos
de Deus é feita conforme a vontade e a justiça de Deus. Existem princípios estabelecidos
pelo próprio Deus, os quais estão livres de erro e de injustiça. A soberana
vontade de Deus é basea. da no conhecimento prévio e perfeito que Deus tem
acerca de todas as coisas. Para a execução desses juízos, a Bíblia diz que
Deus, “de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labareda de fogo” (Hb
1.7). Percebe-se na linguagem figurada usada para “labareda de fogo” e “ventos”
i extensão do juízo operado através dos anjos.
1.
No Antigo Testamento. As escrituras registram a atividade Jos
anjos na aplicação dos juízos divinos sobre várias nações, sistemas de governos
e civilizações. Eis alguns exemplos:
a) o castigo anunciado pelos anjos a Abraão e Ló, e
aplicado sobre Sodoma e Gomorra (Gn 18.17-22; 19.1,24,25);
b) o anjo que aplicou o juízo de Deus sobre o
exército da 5íria e sobre seu rei que pretendeu afrontar o Senhor, humilhar o
rei Ezequias e invadir Jerusalém (2 Rs 19);
c) por causa do pecado de Davi, um anjo de Deus
recebeu a ordem para executar juízo contra Jerusalém, Davi viu o anjo de Deus
que estava entre o céu e a terra, com uma espada desembainhada estendida contra
Jerusalém. O rei orou e fez uva sacrifício ao Senhor e o seu sacrifício foi
aceito. Por isso, Deus ordenou ao anjo da destruição que retirasse a sua mão de
juízo de sobre o povo, mas já haviam sido mortas 70 mil pessoas (2 Sm 24.15,16;
1 Cr 2L14-27).
2. No Novo Testamento. Notamos aqui os anjos
aplicando, com diligência, os juízes de Deus. Exemplos:
a) vemos a ação de um anjo contra o rei Herodes
Agripa 1, que não deu glória a Deus, mas teve a presunção de imaginar-se um
deus. A sua autolatria e blasfêmia receberam o imediato juízo divino, porque
Deus não se deixa zombar, O anjo de Deus o feriu e Herodes Agripa 1 expirou
comido de vermes (At 12.22,23);
b) os anjos terão grande participação na aplicação
dos juízos divinos na consumação dos séculos, mui especialmente no período da
Grande Tribulação, quando a Igreja de Cristo não mais estiver na terra.
O livro do Apocalipse é o livro profético que trata
dos juízos de Deus relativos ao povo de Israel, o mundo e o sistema satânico
liderado pelo Anticristo (Ap 7.1-8; 8.11; 12.7-9; 14.6,7,9-11; 20.1-3).
IX. QUEM É MIGUEL
Vejamos algumas
particularidades acerca deste magnífico príncipe celeste.
Nas Sagradas
Escrituras, é tratado com especial deferência e honra. É o principal entre os
anjos.
1. O significado de seu nome. Em hebraico, Miguel significa: Quem é como o
Senhor? Que contraste entre o arcanjo e o ungido querubim. Enquanto este lutava
por ser como o Altíssimo, aquele exalta o Altíssimo até mesmo em seu nome (Is
14.14).
Em seu nome,
santificava Miguel o nome de Deus. Tem você exaltado o nome do Todo-Poderoso?
2. O grande príncipe. Este é o título nobiliárquico de Miguel em
hebraico: ha sar ha gadol (Dn 12.1).
Sar significa, entre
outras coisas, nobre, chefe, comandante, representante do rei, etc.
E gadol denota
aquele que é grande em poder e riqueza.Na existência de Miguel, cumpriu-se o
que disse o Senhor Jesus: o que se humilha será exaltado. O arcanjo portou-se
humildemente ao não acompanhar o ungido querubim em sua rebelião no céu, por
isso foi exaltado como o mais excelente dos anjos.
3. Arcanjo. Proveniente do grego, este termo significa o principal dentre os
anjos. Logo, temos na Bíblia apenas um arcanjo: Miguel (Jd v.9).
E isto se acha em
perfeita consonância com o significado etimológico da palavra arcanjo. Se for o
principal dentre os anjos, o vocábulo tem de estar, necessariamente, no
singular.
X. O PODEROSO NOME DE
JESUS
O arcanjo Miguel não
se perdeu em irreverências. Poderia ter se aproveitado de sua força e posição
junto aos exércitos celestiais para cobrir de opróbrios ao Diabo.
No entanto, preferiu
usar da arma infalível: “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o Diabo e
disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição
contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda” (Jd v.9).
Se um poderoso anjo
viu-se na contingência de usar do nome de Deus numa peleja, quanto mais nós. Em
nome de Jesus, expulsemos os demônios.
CONCLUSÃO
Os anjos são seres
criados e, como tais, não devem ser adorados, pois a adoração é uma
prerrogativa exclusiva das pessoas da Trindade, a saber: Deus Pai, Deus Filho e
Deus Espírito Santo (Is 6.3; Rm 11.33-36; Ap 4). Não encontramos na Bíblia
nenhuma passagem que abone a ideia de adoração ou culto aos anjos. Jesus quando
da tentação no deserto, deixou bem claro a quem devemos adorar e prestar culto,
quando disse: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele darás culto”. Visto que
um anjo não é Deus, mas apenas uma criatura de Deus, não pode nem deve ser
adorado ou cultuado. O apóstolo João, quando estava recebendo a revelação das
coisas futuras por intermédio de um anjo escreveu:
“... prostrei-me
aos pés do anjo que me mostrava para o adorar. E disse-me: Olha, não faças tal;
porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, dos profetas, e dos que guardam as
palavras deste livro. Adora a Deus” (Ap 22.8-9). Portanto, reiteremos que
somente o Deus revelado nas Escrituras deve ser adorado, porque Ele disse: “...
a minha glória, pois não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de
escultura” (Is 42.8).
Por:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério
Belém Em Dourados – MS
Bibliografia
Lições bíblicas CPAD
2002
Lições bíblicas CPAD 2011
Lição Bíblicas 4º. Trimestre 1988 - CPAD
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