18 de maio de 2017

Abigail, um Caráter Conciliador


Abigail, um Caráter Conciliador

Texto Áureo = "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira." (Pv 15.1)

Verdade Prática = A mulher sábia, além de edificar a sua casa, contribui para apaziguar os ânimos dos que vivem ao seu redor.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = 1 Samuel 25.18-24,27,28

INTRODUÇÃO

Abigail aparece na Bíblia em circunstâncias estranhas. Ela era esposa de um rico fazendeiro, proprietário de grandes rebanhos de ovelhas e de cabras que vivia nas proximidades do Carmelo, em Maom, não muito distante do deserto de Parã. Para esse deserto, Davi deslocou-se com seus homens para evitar confrontos com o rei Saul, que teimava em persegui-lo sem razão, temendo perder o reino para o jovem pastor de ovelhas.

Naquelas circunstâncias, os pastores de Davi travaram contato com os pastores de Nabal. Durante vários dias, eles ficaram reunidos, e os homens de Davi serviam de apoio e de guarda para os rebanhos de Nabal. Mas talvez esse fato não tivesse sido bem comunicado a ele. Em certo tempo, os homens de Davi, bem como suas famílias, que se achavam acampados na região, tiveram necessidade de víveres, de alimentos. E Davi, imaginando que Nabal reconheceria os benefícios feitos a seus pastores e seus rebanhos no deserto, resolveu mandar alguns criados falarem com Nabal, pedindo algum alimento, quando soube que ele tosquiava suas ovelhas no Carmelo.

Aquilo que parecia uma solicitação razoável e sem maiores pretensões tornou-se motivo de uma grande questão, com lances imprevisíveis de mal-estar e má vontade. Davi não exigiu de Nabal que mandasse grandes quantidades de víveres, mas, sim, que enviasse para seus homens o que achasse à mão, ou seja, o que pudesse mandar. Porém, ao ouvir o pedido de Davi, Nabal encolerizou-se diante dos mensageiros e disse que não iria atender o pedido de um homem que, na visão dele, era mais um fugitivo de “seu senhor”, dizendo ainda que não iria alimentar homens que sequer sabia de onde vinham (1 Sm 25.10.11).

Se a resposta de Nabal a Davi, mesmo sendo negativa, tivesse sido dada de forma adequada, respeitosa e com as devidas justificativas, provavelmente a reação teria sido diferente. Poderia não ter satisfeito as expectativas, mas teria sua razoabilidade. No entanto, como a resposta foi desaforada, desrespeitosa e em tom de deboche, acabou mexendo com os brios humanos de Davi, despertando seu lado temperamental. Davi ficou irado, convocou 400 homens dos que formavam seu grupo no deserto e dirigiu-se a Maom para atacar Nabal e a todos de sua casa, com o propósito de vingar a desmoralização pela resposta insolente do insensato fazendeiro.

 

Como Deus sempre age nas situações de crise, um homem de Nabal fez saber a ameaça à sua esposa. Ao saber da terrível decisão contra a sua casa, Abigail agiu rapidamente, preparou alimentos e levou-os com seus criados ao encontro de Davi. Assim, ao vê-lo, prostrou-se em terra, assumindo a culpa da desfeita, e deu sábios conselhos a Davi, mostrando que Deus poderia agir em seu lugar para que ele não manchasse suas mãos de sangue sem necessidade. Davi ficou impressionado com a atitude de Abigail, ouviu o seu conselho, recebeu a sua dádiva e retornou de sua temivel empreitada de vingança.

Pouco tempo depois, Nabal foi ferido por Deus e morreu, e Davi tomou Abigail como sua esposa e, como se diz nas histórias de amor, “foram felizes para sempre”, com a bênção de Deus.

I- ABIGAIL: UM POUCO DE SUA HISTÓRIA

Para entendermos o caráter de uma pessoa, faz-se necessário conhecer um pouco de sua história, de suas atitudes e ações. Abigail só passou a fazer parte da história bíblica por causa do comportamento insensato e precipitado de seu marido. Aqui, temos uma narrativa que confirma que Deus utiliza-se até mesmo de loucos para criar circunstâncias que propiciam condições para seus propósitos serem alcançados.

1. Davi Recorre a Nabal e É Desconsiderado

Davi e seus homens acamparam-se no deserto de Parã, nas proximidades do Carmelo e das propriedades de Nabal. Ali ele ficou com seus homens e sua família. Como sua tropa dependia de ajuda para alimentar-se no deserto, Davi, ao saber que Nabal, um homem riquíssimo e muito próspero, estava tosquiando ovelhas, mandou dez jovens para saudá-lo, desejando paz a ele e à sua casa e solicitando que enviasse o que pudesse para seus homens. Com seu temperamento colérico, Nabal sequer agradeceu a saudação.

E respondeu de forma grosseira e irônica aos criados de Davi: “Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? [...].Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei de onde vêm?” (1 Sm 25.6-11). Ele desdenhou de Davi e de seus homens. Os servos ou soldados de Davi já se tornaram amigos dos pastores de Nabal. Enquanto esses estavam acampados no mesmo deserto, as tarefas comuns acabaram aproximando-os, e Davi tinha informações de Nabal, e é possível que Nabal tivesse informações de Davi, como o texto indica, em sua referência ao pai de Davi.

A resposta dura de Nabal, sem dúvida alguma, era uma grande afronta a Davi e a seu grupo de guerreiros dispostos a lutar por sua causa em defesa de Davi, deles próprios e de suas famílias. Ao tomar conhecimento da resposta grosseira de Nabal, Davi tomou 400 homens para ir em direção a Nabal, deixando outros 200 com a bagagem. A intenção de Davi era atacar Nabal e tudo o que ele tinha, com extrema vingança, disposto a destruir tudo sem deixar ninguém com vida, “mesmo até um menino” (1 Sm 25.22).

 

A reação de Davi foi temperamental. Numa ocasião em que ele estava sendo perseguido por Saul, suas emoções estavam à flor da pele. Era, porém, uma reação carnal, humana, carregada de ressentimento e vingança, o que não era da vontade de Deus (1 Sm 25.10-13, 21,22).

Com aquele comportamento agressivo e desequilibrado, Davi estava dando um péssimo exemplo para seus homens e seus filhos. Nem parecia o Davi que agiu com temor de Deus e amor por Saul quando teve a oportunidade de eliminar Saul com um só golpe, numa caverna, no deserto de En-Gedi.

Para mostrar que ele tivera tal chance, ele apenas cortou um pedaço do manto do seu feroz perseguidor e não o matou, em respeito à unção de Deus sobre Saul (1 Sm 24.1-6). Ele não agiu assim apenas uma vez. Depois dos acontecimentos envolvendo Nabal e Abigail, Davi poupou a vida de Saul outra vez, em respeito à unção (1 Sm 26.7-11).

Esse era seu caráter de homem segundo o coração de Deus. Como, então, ele agiu assim diante de um homem insensato, que talvez não tivesse a seu serviço homens armados, mas tão somente pastores de ovelhas? isso mostra que, se a natureza humana não for controlada pelo Espírito Santo, poderá mudar num momento, de santo para ímpio, de manso para violento, de ovelha para leão feroz, disposto a destruir e a matar o que encontrar pela frente.

Por isso, Paulo doutrinou com muita propriedade aos crentes da Galácia: “[...] Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gi 5.16). As vezes, mesmo homens de Deus esquecem sua condição espiritual e agem de forma intempestiva e irracional. Moisés era o homem mais manso da terra, mas, num acesso de ira, quebrou as tábuas que Deus fez (Nm 12.3; Ex 32.19).

Não é de admirar que Davi, o homem segundo o coração de Deus (1 Sm 2.35), também perdesse o equilíbrio emocional numa ocasião crítica. E foi nesse cenário conturbado e ameaçador que apareceu a figura de Abigail, que, com sua atitude sábia, diligente e moderadora, evitou uma tragédia e mudou a história de Davi e de seus homens. Diante desses exemplos, devemos vigiar nosso temperamento no seu lado defeituoso, carnal, para não darmos lugar à ira a ponto de perdermos o equilíbrio e a sanidade. Há poucos dias, vimos, na Internet, o caso de um pastor nos Estados Unidos que matou outro pastor, jubilado, por uma discussão de natureza teológica!

II - ABIGAI DEMONSTRA O SEU CARÁTER

1. Uma Mulher Prudente

O nome Abigail significa “pai da alegria” ou “exultação”.’ Seu nome também corresponde ao seu caráter pacificador e humilde. Ela era uma mulher dotada de beleza física e entendimento (1 Sm 25.3). Um servo de Nabal comunicou à sua senhora o mal que iria cair sobre sua casa por causa da loucura de Nabal em ter sido afrontoso com Davi;

E também disse para ela o quanto ele e seus companheiros, pastores de Nabal, tinham sido tão bem acolhidos por Davi e por seus homens enquanto ficaram no deserto, apascentando as ovelhas do patrão. E advertiu sobre o que iria fazer, pois a decisão de Davi como vingança era exterminar tudo o que pertencesse a Nabal (1 Sm 25.14-17).

E foi diante de tamanho perigo que Abigail teve oportunidade de demonstrar quem era ela. Normalmente, é nas horas difíceis e nos momentos críticos e adversos que as pessoas demonstram claramente sua índole, formação e caráter. Abigail deu uma lição que é importante para todos os que servem a Deus: saber agir nos momentos de crises e ameaças.

2. O Caráter Diligente e Sábio

Ao saber do mal que estava arquitetado contra seu esposo e sua casa, Abigail não se demorou. Com diligência e sabedoria, ela apressou-se em agir. Abigail não foi apenas orar a Deus. Cremos que ela fez isso, sim, mas também agiu de forma rápida e eficiente. Ela preparou uma carga de cereais, frutas e vinho, colocou-os sobre alguns jumentos e mandou que os criados seguissem adiante enquanto ela ia atrás. Entretanto, ela fez tudo isso sem comunicar nada ao seu marido insensato. Caso fizesse, todo o plano para evitar o mal teria resultado num fracasso e numa tragédia maior do que estava projetada. Ela colocou sua vida em risco, mas foi usada por Deus para evitar um grande desatino por parte de Davi. Em sentido contrário, em direção à sua casa, lá vinha Davi com seus 400 homens, respirando raiva e sentimento de vingança.

Ao encontrar os servos de Nabal, Davi desabafou, dizendo: “[...] Na verdade, em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem. Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto, se eu deixar até à manhã, de tudo o que tem, mesmo até um menino” (1 Sm 25.21-22).

Naquela hora tão desagradável, lá estava o homem escolhido por Deus, ungido por Samuel, deixando-se dominar pela natureza carnal, respirando vingança e desejo de fazer justiça com as próprias mãos. Que diferença tão grande entre o que acontecia no Antigo Testamento e o que Jesus ensinou em seu evangelho, mandando amar os próprios inimigos, bendizendo-os e orando por eles (Mt 5.44). Naquele contexto histórico e cultural, Deus permitia a vingança (Ex 21.24; Sl 57.6; 94;109;).

3. O Caráter Conciliador de Abigail

Davi cavalgava com a fúria dos homens de coração ferido. Sua mente fervia sentimentos de vingança. Ele não via o momento em que ordenaria a seus homens que levantassem as espadas e lanças e começassem a destruir tudo o que pertencia a Nabal e, por fim, destruíssem sua própria vida. No entanto, em sentido contrário, vinha Abigail montada em seu jumento. Em seu coração, ela levava sentimento de humildade, de amor e de perdão. Ao ver Davi, ela desceu de seu animal e prostrou-se com o rosto em terra diante daquele que intentava destruir sua família.

Seu gesto, em vez de significar subserviência ou medo, demonstrou coragem, humildade e determinação: “E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavras da tua serva” (1 Sm 25.24).

Grande parte do capítulo em análise registra as palavras de Abigail visando dissuadir Davi de levar adiante o seu intento de violência e morte. Além de avocar para si a culpa de Nabal, Abigail diz a Davi que ele não leve em conta o que o seu esposo fez, porque o seu nome indicava sua loucura. E fez Davi ver que Deus livrara-o de vir com sangue e fazer justiça com as próprias mãos, e mostrou “a benção” que levara para Davi e seus homens, pedindo perdão a Davi como se ela fosse a causadora do tão grande transtorno, e ainda reconheceu que Davi guerreava as guerras do Senhor e que não era culpado de nenhum mal.

Ela ainda anteviu a vitória de Davi sobre seus inimigos e disse que ele seria feito por Deus “chefe sobre Israel” e que, quando assim sucedesse, Davi não se esquecesse dela (1 Sm 25.25-31). Foi uma atitude de muito significado e efeito sobre o coração de Davi. Ele nunca imaginara que sua sede de vingança e sua fúria unidas ao seu desafeto pudessem ser anulados pela sabedoria e pela força do sentimento de uma mulher de caráter pacificador.

III - O RESULTADO DO CARÁTER DE ABIGAL

1. Davi Foi Aplacado por Abigail

Uma tragédia estava planejada no coração de Davi. Com os pensamentos de vingança, ele planejara, de forma carnal e precipitada, em eliminar Nabal e toda a sua casa, “mesmo até um menino”! Mas, ao encontrar-se com Abigail, foi vencido pela palavra sábia e prudente de uma verdadeira mulher de Deus, que tinha tudo para ser rainha, e não esposa de um louco desvairado. Cumpriu-se o que diz Salomão: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1).

A atitude humilde e conciliadora de Abigail foi uma resposta à atitude agressiva de Davi. Certamente, ele aprendeu uma grande lição para a sua vida. Ele era corajoso e provou isso quando enfrentou Golias. Faltava-lhe, porém, a lapidação de seu caráter para enfrentar situações adversas e oposições. Na verdade, Nabal não era seu inimigo. Era apenas um homem insensato, usando a lógica de quem possui seus bens e não quer repartir com quem não conhece.

Em primeiro plano, em nossa mente, vemos Abigail ensinando a Davi como um homem de Deus deve comportar-se. Na verdade, porém, devemos ver Deus ensinando a Davi através de Abigail. Assim como Moisés só aprendeu no deserto as lições mais preciosas para a sua vida, Davi também precisou ir para o deserto de Parã antes de ir para o palácio (1 Sm 25.1).

 

Se não fosse a atitude pacificadora de Abigail, não somente seu esposo insensato e sua família seriam destruídos pela fúria de Davi, mas este próprio teria em sua história uma página suja de sangue e de insensatez; ele teria feito uma loucura e tornado-se tão louco quanto Nabal. Matar um tolo por causa de seu egoísmo e insensatez não era uma atitude própria para um homem que já fora ungido por Deus para ser rei, e matar sua esposa e sua família seria muito mais ignominioso. Deus já havia dito que familiares não deveriam ser mortos por causa dos seus pais (Dt 24.16).

Abigail foi abençoada e aprovada por Deus como uma mulher de paz. Jesus disse: “bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). “As suas palavras foram como um bálsamo de cura para o espírito raivoso e o orgulho ferido de Davi. Ele estava a um passo de macular o seu futuro reinado com uma mancha que, talvez, nunca superasse. E teria vivido com esse borrão em seu relato real para o resto de sua vida”.

2. Nabal Foi Ferido por Deus

Por causa da atitude prudente de Abigail, Nabal não sabia o que tinha acontecido no dia anterior da ameaça que pairava sobre ele e sua casa, nem do encontro com Davi. Ela deixou para contar-lhe os fatos em torno de suas atitudes no momento certo. Se ela tivesse falado com Nabal enquanto ele estava embriagado, sem a menor dúvida poderia ter sido agredida por ele, diante dos seus servos, ou então Nabal poderia ter preparado jumentos e ido contra Davi, com seus homens, o que causaria grande confusão e contenda que resultaria numa luta ou até numa carnificina.

Abigail só contou o risco que ele correra por causa de sua insensatez no dia seguinte, quando já estava mais calmo após o efeito da bebida alcoólica em sua cabeça. Ao relatar os acontecimentos, se amorteceu nele o seu coração, e ficou ele como pedra” (1 Sm 25.37).

Deus tem seus caminhos e suas maneiras de agir no seu tempo. Desde que Nabal sofreu o impacto das más notícias acerca do que poderia ter-lhe acontecido pela sua insensatez, a Bíblia diz de forma bem simples e direta: “E aconteceu que, passados quase dez dias, feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu” (1 Sm 25.38). Não se sabe de que mal ele morreu. Pode ter sido um ataque cardíaco fulminante, um acidente vascular cerebral ou outro sério problema de saúde. Dez dias depois, foi feito o sepultamento do homem duro, intolerante e maligno, o “tal filho de Belial” (1 Sm 25.17). Se Davi tivesse feito justiça com suas próprias mãos, as coisas teriam tomado um rumo imprevisível e perigoso. Mas, como a sábia mulher agiu com presteza e eficiência, ele foi poupado de manchar suas mãos e sua história com o sangue de Nabal. A sentença contra ele já estava expressa por Deus: “Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar” (Dt 32.3 5).

 

3. Davi Casa-se com Abigail

Em seu encontro com Davi, depois de sua intercessão conciliadora, Abigail pediu-lhe que se lembrasse dela, quando o Senhor o fizesse “chefe sobre Israel”, ou seja, quando assumisse o reinado (1 Sm 25.30,3 1). Contudo, logo após a morte de Nabal, Davi agradeceu a Deus por ter-lhe livrado de cometer um grave erro diante do Senhor: “E mandou Davi falar a Abigail, para tomá-la por sua mulher” (v. 39). E ele assim fez, mandando seus criados falar com Abigail, transmitindo o honroso convite: “Davi nos tem mandado a ti, para te tomar por sua mulher” (v. 40).

Ao ouvir as palavras dos emissários de Davi, Abigail “[...] se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis aqui a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor” (v. 41). Nessa declaração, podemos mais uma vez observar o quanto Abigail era humilde. Ela poderia ter dito que lavaria os pés de Davi, de seu senhor, mas colocou-se na disposição de ser serva dos criados do rei, lavando os seus pés.

Ela apressou-se, certamente mudou suas vestes, “montou num jumento com as suas cinco moças que seguiam as suas pisadas; e ela seguiu os mensageiros de Davi e foi sua mulher” (v. 42). Poderíamos dizer: e viveram felizes para sempre. Mesmo havendo outras esposas de Davi, cremos que Abigail foi muito amada por ele por ter sido usada por Deus como conselheira eficaz. Tempos depois, quando moravam em Ziclague, os amalequitas, durante a ausência de Davi, tomaram a cidade e levaram cativos todos os moradores, incluindo Abigail e Ainoã. Foi grande a angústia de Davi e de seus homens, mas ele orou a Deus, e o Senhor deu-lhe tão grande vitória que ele recuperou suas esposas e livrou todos os habitantes daquela cidade (1 Sm 30.1-2 1)

CONCLUSÃO

A Bíblia diz que “Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são” (1 Co 1.28). Nabal era um homem insensato, dotado de um temperamento duro e violento, mas Deus permitiu que Davi precisasse dele, para que uma mulher sábia e prudente protagonizasse um exemplo marcante para seus servos e suas servas em todo o mundo ao longo dos séculos. Viúva de um homem irascível, que era bem-sucedido em suas atividades produtivas, mas um tolo e insensato no relacionamento humano, Abigail jamais imaginou ser esposa do rei Davi, o mais afamado monarca de Israel. Vivendo próximo ao deserto de Parã, ela nunca seria parte da história de Davi se não fosse a mão de Deus movendo as circunstâncias e os tempos para realizar seus planos. O Deus de Davi é o nosso Deus, o qual provê tudo para os que nEle confiam.

 

 

 

Evangelista Isaias Silva de Jesus

 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Setor I - Em Dourados – MS

 

Livro O Caráter do Cristão –Elinaldo Renovato de Lima –CPAD 1º. Edição 2017

 

 

 

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