21 de agosto de 2018

Jesus, O Holocausto Perfeito


Jesus o Holocausto Perfeito

 

TEXTO ÁUREO = “Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” (Hb 10.10)

 

VERDADE PRÁTICA = Os holocaustos da Antiga Aliança eram transitórios e imperfeitos, mas o sacrifício de Jesus Cristo é perfeito e eterno, porque Ele morreu e ressuscitou eficazmente por toda a humanidade.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Levítico 1.1-9

 

OBJETIVO GERAL

 

Conscientizar de que os holocaustos da Antiga Aliança eram transitórios e imperfeitos, mas o sacrifício de Jesus Cristo é perfeito e eterno.

 

HINOS SUGERIDOS: 29, 192, 236 da Harpa Cristã

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

 

I. Mostrar que o holocausto é o sacrifício mais antigo;

II. Discutir a respeito do holocausto na história de Israel;

III. Compreender que Jesus Cristo é o holocausto perfeito.

 

INTRODUÇÃO

 

Holocausto é um termo que vem do grego Holocaustos, onde Holos significa “todo” e kaustos pode ser entendido como “queimado”. Originalmente o termo se referia à oferta queimada, um tipo de sacrifício onde animais são totalmente queimados pelo fogo.

 

Holocausto é toda oferta queimada; importa dizermos que nem todos os Holocaustos são feitos ao nosso Deus, na verdade no 74 d.C, foi extinta a prática de oferendas queimadas a Deus, pelo imperador romano dá época. Todas as ofertas de sacrifício foram exterminadas, então nos dias atuais não existi ofertas de Holocausto a Deus.

 

 

O HOLOCAUSTO, O SACRIFÍCIO MAIS ANTIGO

 

Um holocausto era um sacrifício totalmente queimado para Deus. O animal era morto e seu sangue era derramado sobre o altar onde a carcassa era queimada (Êxodo 29:16-18). O holocausto servia como pagamento pelo pecado.

 

Muito antes de Moisés receber a Lei de Deus, já era prática oferecer holocaustos a Deus. O holocausto era um animal sem defeito (boi, carneiro, bode ou pomba), que servia como substituto, levando o pecado da pessoa que o oferecia (Levítico 1:3-4).

 

Os israelitas deveriam oferecer holocaustos individualmente e como nação. Todos os dias holocaustos eram oferecidos a Deus pelo pecado do povo. Havia também datas e situações especiais em que as pessoas deveriam dar um holocausto a Deus. Era necessário oferecer holocaustos regularmente porque as pessoas voltavam a pecar e precisavam de novo do perdão de Deus.

 

Qual era o significado do holocausto?

 

O holocausto era uma forma receber perdão de Deus pelos pecados. Deus é justo, por isso o pecado precisa ser punido. O castigo pelo pecado é a morte e a separação eterna de Deus. Mas Deus nos ama e quer ter um relacionamento conosco. Por isso, Ele permitiu o sacrifício da morte de um substituto inocente e sem defeito, em lugar do pecador (Levítico 17:11).

 

O holocausto apenas tinha valor se a pessoa se arrependesse do pecado. O holocausto mostrava que a pessoa entendia as consequências do pecado mas queria mudar de vida. O fogo consumia completamente o holocausto, assim como o castigo de Deus consome o pecado. O sangue derramado do animal representava a morte da pessoa que tinha cometido pecado.

 

O holocausto não servia para “alimentar” Deus. Ele não precisa de sacrifícios para comer (Salmos 50:12-15). O holocausto servia para salvar as pessoas do pecado, não para o benefício de Deus.

 

O HOLOCAUSTO NAS HISTORIA DE ISRAEL

 

A antiguidade do holocausto. O holocausto é também o mais antigo sacrifício da História Sagrada. Introduzido mui provavelmente por Abel, foi observado durante todo o período do Antigo Testamento. É o cerimonial que mais caracteriza o culto levítico; descreve gestualmente, a peregrinação da alma penitente da Queda, no jardim do Éden, à Redenção, no monte Calvário.

 

Pelo que depreendemos da narrativa sagrada, após a morte de Jó, o holocausto, como o praticara os primeiros descendentes de Noé, não demoraria a desaparecer. Manter-se-ia, porém, no clã de Abraão, o ramo mais nobre de Sem; messiânico e soteniológico.

 

Em Canaã, se o holocausto noético foi alguma vez oferecido, não tardou a dar espaço a celebrações sórdidas, lascivas e criminosas. Naqueles templos e lugares altos, dominados por régulos tiranos e sanguinários prostituição e homicídio litúrgico eram livremente praticados. Já Egito, sacrifícios como o holocausto eram algo impensável. Se bovinos e ovinos eram deuses, por que lhes tirar a vida?

 

Nas escavações arqueológicas realizadas nos entornos das pirâmides, animais mumificados são descobertos em nichos e santuários. Aqui, um macaco; ali, um falcão. E quanto ao boi? Era intocável; personificava a Terra. Imolá-lo? Sacrilégio dos sacrilégios aos olhos egípcios.

 

No Cairo, capital do Egito, existe um museu em que é possível constatar que os ídolos, nos quais Faraó depositava toda a sua confiança, eram absurdamente esdrúxulos. Cada um deles, embora tivesse corpo de homem, carregava uma cabeça de animal. Até deus com cara de cachorro pode ser visto ali entre múmias de reis e carcaças de nobres.

 

Já que a religião egípcia tinha o holocausto como algo abominável, como descrever-lhe a soteriologia? Para mim, semelhante religião nem soteriologia possui. O mais acertado seria qualificá-la de tanatologia: doutrina ou estudo da morte. Isso porque, no Egito, empregavam-se todos os recursos para dar a Faraó, após o seu falecimento, confortos, regalias e honras. O reino do Nilo mais parecia uma imensa casa funerária.

 

A bem da verdade, os egípcios não acreditavam na vida eterna, mas numa morte sem fim. No mundo além, dependiam do mundo aquém. Nem mesmo Aquenáton que, reinando no século XIV antes de Cristo, buscou estabelecer um culto monoteístico em ambos os Egitos (alto e baixo), logrou uma doutrina da salvação que tivesse a Deus como redentor. Adorando o Sol, ignorou o Criador dos Céus e da Terra. Retornemos, agora, aos descendentes de Noé que perseveraram em seguir-lhe as pisadas.

 

O holocausto no período patriarcal. Se considerarmos o sacrificio que Abel ofereceu ao Senhor uma espécie de holocausto, então essa oferenda foi, de fato, a mais antiga da História Sagrada (Gn 4.4). O costume seria preservado pelos filhos de Abraão em Isaque e Jacó (Gn 8.20; 22.13).

A religião divina, como Adão e Noé a transmitiram a seus descendentes, foi preservada nos holocaustos que, sem interrupção, foram oferecidos ao Senhor desde Abel até a destruição do Templo de Esdras, no ano 70 de nossa era. Cada vez que um desses crentes imolava um animal, profetizava ele, tipologicamente, a morte de Cristo no Calvário. Em cada oferenda, sustentada pela fé, havia uma súmula da soteriologia que hoje professamos.

 

O holocausto no período mosaico. Após a saída dos filhos de Israel do Egito, o Senhor instruiu Moisés a sistematizar o culto divino, para evitar impurezas pagãs. Quanto ao holocausto, por exemplo, apesar de já ser uma tradição na comunidade de Israel, teria de observar preceitos e normas. A partir daquele momento, haveria um altar específico para as ofertas queimadas (Êx 31.9). Tudo deveria ser executado de acordo com as normas estabelecidas por Deus (Lv. 1-6).

 

Em sua peregrinação, os israelitas retornam livremente ao holocausto. Se, no Egito, era abominação imolar um animal a Jeová, agora, naquele deserto inóspito, o sacrifício de animais veio a constituir-se na parte mais bela e nobre da religião hebréia. Os sacerdotes, agora, ofereciam redis inteiros ao Senhor.

 

Como puderam eles criar tantos animais, não apenas consumo próprio, como também para oferecê-los a Deus? Se em prados verdejantes e junto a águas tranquilas já é difícil tanger bois e carneiros, o que fazer em regiões ermas e abrasadoras? Quando nos pomos a servir a Deus, tudo Ele dispõe a nosso favor. À noite, orvalhava o maná para o sustento do povo. Durante o dia, providenciava o pasto àqueles rebanhos que se esparramavam pelo Sinai.

 

A instituição e a continuidade do culto levítico, no deserto, constitui, em si, um grande milagre. Uma religião como a hebréia que, litúrgica e teologicamente, requer animais, perfumes, incensos e pães, não pode sobreviver sem uma logística perfeita. Num grande centro urbano, não haveria problemas; fornecedores de matérias-primas não faltam. Mas, no Sinai, já distante do Egito e ainda longe de Canaã, adorar ao Senhor, com os rigores e demandas do culto levítico, era um desafio cotidiano. Sem mencionar a construção do Tabernáculo em si.

 

O holocausto na Terra de Israel. Após a conquista de Canaã, os holocaustos continuaram a ser oferecidos livremente ao Deus de Abraão. Josué celebrou uma importante vitória sobre os cananeus com holocaustos e ofertas pacíficas Os 8.31). Gideão, ao ser comissionado pelo Senhor para libertar Israel, ofertou-lhe um holocausto (Jz 6.26). Quanto a Samuel, ofereceu o mesmo sacrifício ao Poderoso de Jacó, antecipando uma grande vitória sobre os filisteus (I Sm 13.9,10).

A reforma de Ezequias foi marcada por generosos holocaustos (II Cr 29.7-35). Após o retorno do exílio, os judeus, agradecidos a Deus pela restauração de seu culto, também ofereceram-lhe holocaustos que iam além de suas posses (Ed 8.35).

 

A essa altura, o que era tradição adâmica e noética torna-se instituição religiosa em Israel. Agora, o holocausto é visto como a principal liturgia do culto israelita. Se fizermos uma pesquisa no âmbito da história, da cultura e da antropologia, concluiremos que apenas a linhagem de Sem observou a prática de ofertas queimadas ao Senhor. Quanto aos camitas, que povoaram a África e partes do Oriente Médio, e aos jáfetitas, que colonizaram a imensa região da Eurásia, temos evidências de que não deram continuidade a oferenda com que Noé inaugurara a segunda civilização humana.

 

As etnias acima citadas praticavam sacrifícios cruentos; nenhum desses, porém, assemelhava-se ao holocausto semítico. Entre os povos tidos como bárbaros, houve (e ainda há) abate ritual de animais e de seres humanos.

 

Mas holocausto, semelhante ao hebreu e com a sua essência teológica, não; é algo exclusivo de Israel, a linhagem mais nobre e representativa de Sem. E, por se falar em sacrifícios humanos, veremos, daqui a pouco, por que esse tipo de oferenda jamais seria aceito por Deus.

 

A IMPLICAÇÃO TEOLÓGICA DO HOLOCAUSTO

 

Em todo sacrifício levítico, subjaz uma teologia que tem, em sua natureza, uma soteriologia que nos remete, de imediato, à morte vicária de Jesus Cristo. Sendo assim, precisamos descobrir aquilo que não seria incorreto chamar de a mecânica teológica do holocausto.

 

A consciência do pecado humano. Quando um crente hebreu propunha-se a oferecer um holocausto ao Senhor, a primeira coisa que lhe vinha ao coração era a sua própria culpabilidade (Sl 51.5). Ele sabia que, em Adão, todos haviam pecado; ninguém seria tido por inocente diante de Deus. Até mesmo o recém-nascido, apesar de ainda não ter a experiência do pecado, já carregava, em si, a essência da ofensa adâmica (Rm 3.23; 5.12).

Se a situação do peregrino é tão desfavorável, o que fazer?

 

Ele não poderia apresentar a si próprio a Deus, pois não ignorava a pecaminosidade que lhe ia na alma. Por isso, buscava num animal tenro, bom e geneticamente perfeito (símbolo de um intermediário eficaz); uma ponte que o conduzisse a Deus. Sem o saber, o penitente evocava perspectivamente, pela fé, ali, junto àquele altar, o sacrifício do Senhor Jesus Cristo no Calvário.

O Filho de Deus haveria de morrer, de fato, em favor de todos os filhos de Adão: pelos contemporâneos da cruz, pelos que viriam a nascer e pelos que já haviam morrido.

 

A consciência da justiça divina. Já diante do altar, esse mesmo crente sabia que, confrontado pela justiça de Deus, merecia apenas uma coisa: a morte; o salário mais adequado ao pecado adâmico. Nesse impasse, a pergunta vinha-lhe à mente: “Como aplacar um Deus irado?”. Se, por um lado, ele sabia que Deus é justo, por outro, não ignorava que a justiça divina jamais deixava de vir acompanhada por um amor que, incompreensivelmente, se dá. Por essa razão, apresentava ao Senhor a vítima do holocausto, como a rogar-lhe: “Nele, perdoa-me”. E, pela fé, era não apenas perdoado, mas justificado imediatamente.

 

A justificação não é uma doutrina exclusivamente apostólica; no âmbito profético, era já conhecida e praticada junto ao trono divino. O salmista, ao discorrer sobre a ousada ação de Fineias no episódio de Baal-Pedor, reconhece: “Isso lhe foi imputado por justiça, de geração em geração, para sempre” (Sl 106.31, ARA).

 

No episódio narrado pelo autor sagrado, observa-se que Fineias assim agiu porque fora movido por uma fé incomum na santidade divina. E, por essa mesma fé, foi justificado. O mesmo acontecia àquele que, crendo na justiça divina, apresentava-lhe um holocausto. No ato da matança e da queima do animal, mostrava ele a Deus a sua confiança num sacrifício vicário que alcançaria o mundo todo. No ato do holocausto, desfilava diante de Deus toda a soteriologia do Novo Testamento.

 

A consciência da propiciação diante de Deus. O que o crente hebreu mais ansiava era tornar-se propício a Deus. Todavia, ninguém poderia fazê-lo por si só, a não ser por meio de um intermediário, que fosse visto pelo justíssimo Deus como alguém igualmente justo, santo, inocente e eficaz como salvador; o próprio Filho de Deus.

 

Nos tempos dos patriarcas, ainda não se tinha um retrato do Messias como hoje encontramos nos Salmos e nos Profetas. Davi, em vários de seus cânticos, descreveu a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Já Isaías, no capítulo 53 de seu livro, pinta o Servo de Jeová em tons fortes e inapagáveis.

 

Ambos os autores sagrados já não precisavam do holocausto para saber que o Filho de Deus, ao vir a este mundo como homem, teria o mesmo destino do animal oferecido a Deus numa oferta queimada. Eis porque o rei de Israel, numa evocação messiânica, lembra a transitoriedade do holocausto na soteriologia messiânica: “Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não requeres” (51 40.6, ARA).

 

Davi, como bom teólogo, sabia que o homem, para tornar-se propício diante de Deus, carece não propriamente de um animal perfeito, mas de um perfeitíssimo medianeiro. Já antevendo não apenas o Messias, mas também o Consolador, roga ele a Jeová, depois de haver quebrantado duplamente a lei divina:

 

Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário. (SI 51.9-12, ARA)

 

Observemos que Davi, embora almejasse a aceitação de Deus, não lhe ofereceu um único holocausto. Sua compreensão das coisas divinas ia além da pedagogia das oferendas e dos sacrifícios. Naquele momento, ofertório algum, ainda que duplamente cruento, ser-lhe-ia útil.

 

Por essa razão, evocando implicitamente a intermediação de Jesus Cristo, o Holocausto dos holocaustos, confessa sua confiança no verdadeiro Mediador entre Deus e os homens: “Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl 51.16,17, ARA).

 

Não procuramos, aqui, ao evocar Davi e Isaías, invalidar o holocausto na compreensão da soteriologia bíblica. Sem esse sacrifício, o profeta e o rei jamais viriam a entender adequadamente a mecânica da redenção que Deus, em Jesus Cristo, nos providenciara antes mesmo da fundação do mundo.

 

A consciência de um sacrificio perfeito diante de Deus. Assombrado pela justiça divina, indaga o profeta:

 

Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus. (Mq 6.6-8 ARA)

 

Sim, indaga Miquéias: “Com que me apresentarei ao SENHOR?”. Buscando a propiciação divina, o crente hebreu poderia oferecer diversas coisas a Deus: bezerros, carneiros e azeite.

Numa instância já desesperada, não hesitaria em dar-lhe o próprio filho; o primogênito da alma. Vejamos a inadequabilidade desses ofertórios. Iniciemos por examinar a oferta que mais dor custaria a um pai.

 

Antes de tudo, deixemos bastante claro, que Deus jamais exigiu sacrifícios humanos. A razão é bastante simples. Não obstante o custo espiritual, moral e espiritual que tal demanda acarretaria ao adorador, o seu efeito redentor e soteriológico seria inútil perante a justiça divina. Se todos pecaram e carecem da glória de Deus, quem estaria apto a morrer vicariamente por alguém? Um recém-nascido?

 

Embora ainda inocente, já traz em si a semente da transgressão adâmica. Até mesmo os três homens mais justos da História Sagrada não seriam capazes de se darem vicária e salvificamente em favor dos transgressores, como o próprio Deus o demonstra através do profeta Ezequiel:

 

Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, cometendo graves transgressões, estenderei a mão contra ela, e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e eliminarei dela homens e animais; ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, salvariam apenas a sua própria vida, diz o SENHOR Deus. (Ez 14.13,14, ARA).

 

No entanto, se o Senhor Jesus Cristo estivesse nessa mesma cidade, Ele, em virtude de sua justiça vicária, certamente morreria; ela, porém, seria poupada. Foi o que disse mui sabiamente o sumo sacerdote Caifás:

 

“Vós nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação” (Jo 11.49,50, ARA). Ao registrar o fato, o apóstolo João, com a sua elevadíssima acuidade teológica, assim interpretou a alocução de Caifás:

 

Ora, ele não disse isto de si mesmo; mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos. (Jo 11.51,52, ARA).

 

Inspirados por esse modelo teológico, como explicaremos a experiência de Abraão ao ser instado pelo Senhor a oferecer-lhe Isaque? O patriarca, como o melhor teólogo da época, depois de Melquisedeque, sabia que, seja desta seja daquela forma, haveria de recobrar o filho, pois tinha irrestrita fé na promessa divina. Mas, ainda que viesse a imolar o seu querido unigênito, a morte deste poderia ser doxológica, mas jamais soteriológica e redentora, porque Abraão já havia sido justificado ao crer em Deus (Gn 15.6).


No instante extremo da provação, o Senhor interveio, não permitindo que o hebreu lhe imolasse o filho da promessa (Gn 22.11-13). Vicariamente, o ser humano é ineficaz até para si mesmo. Se a nossa morte fosse suficiente para salvar-nos, bastaríamos optar pelo suicídio, e a nossa situação, diante de Deus, estaria resolvida de vez, O suicídio, todavia, não tem qualquer eficácia remidora. Se assim fosse, Judas Iscariotes estaria hoje no Paraíso junto ao Senhor Jesus. Mas sabemos que, perdendo-se ele, foi para o seu próprio lugar.

 

Se a morte do meu primogênito é ineficaz para tornar-me aceitável diante do Senhor, o que lhe entregarei? Rios de azeite? O fruto da oliveira pode (e deve) ser apresentado ao Senhor como dízimo e ação de graças, mas, soteriologicamente, que eficácia tem? Afinal, não somos salvos pelas obras, mas pela fé em Jesus Cristo. Logo, tais ofertas servem apenas evidenciar-nos a salvação; somos salvos não pelas boas obras, mas à prática de obras boas, meritórias e que mostrem, por intermédio delas, o nosso compromisso com o Pai Celeste.

 

Restam-nos, agora, os bezerros de um ano e os carneiros tenros e bons. Tornar-nos-ão propícios a Deus? Como símbolos e tipos são eficazes. Mas, vicariamente, não. Se a simbologia e tipologia desses animais fossem recebidas pela fé, o adorador não deixaria de ver, em cada um deles, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

 

Caso contrário, a morte desses bichos não passaria de um desperdício litúrgico, um pesado encargo ao crente, um enfado ao sacerdote e um enojamento ao Senhor.

 

O adorador que, pela fé, oferecia um holocausto ao Senhor, demonstrava a eficácia desse sacrifício, em sua vida, na prática da justiça, no exercício da misericórdia e na vivência do amor divino em seu cotidiano. E, no final de tudo, veria naquele bezerro ou naquele carneirinho, o Cordeiro de Deus.

 

JESUS CRISTO O HOLOCAUSTO PERFEITO

 

Sempre que se fala em holocausto somos remetidos ao Velho Testamento e aos sacrifícios de animais, porém nunca trazemos para os nossos dias o sacrifício que agrada a Deus. Quando Jesus morreu em nosso lugar, Ele cumpriu todas as profecias, toda a lei e substituiu todos os holocaustos feitos através dos animais por um único e suficiente sacrifício: Sua própria Vida, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.

 

Isso significa que não precisamos mais sacrificar animais para pedir perdão a Deus pelos nossos pecados, ou para agradecer Suas bênçãos, tudo é feito através de Jesus. A questão é que Deus não riscou de Seu dicionário a palavra “sacrifício”, o que mudou é a forma de se sacrificar. Vamos entender direitinho como funciona?


O mais importante sacrifício, aquele que agrada “em cheio” a Deus é reconhecer Jesus como Salvador, é reconhecer o sacrifício Dele na cruz para pagar pelos nossos pecados. Ponto. Feito isso, você começa uma jornada com Jesus, que se chama santificação. Neste processo, você vai fazer vários sacrifícios visando seu crescimento espiritual. Como assim? O sacrifício depois da conversão é não pecar? Claro que não, pessoal, isso é consequência de sua vida com o Espírito Santo e não dói nadinha, até porque, não se deixa velhos hábitos e pecados de estimação na unha, na marra, isso é tarefa do Espírito de Deus.

 

Os sacrifícios da vida cristã são bem diferentes dos holocaustos do Velho Testamento, que se baseava no sacrifício de animais. Agora os holocaustos são outros, leia: “Amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar ao próximo como a si mesmo é mais importante do que todos os sacrifícios e ofertas." (Marcos 12:33). Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo agrada a Deus mais que qualquer sacrifício e oferta.

 

Isso não elimina a prática das ofertas voluntárias, aquelas que você faz por amor ao Senhor Jesus, para contribuir com Sua Obra sobre a face da terra e nem os dízimos devidos a Deus, você só não pode fazer nada “da boca pra fora”, tudo depende do seu coração, portanto, faça de coração puro e não para “aparecer” diante do homem.

 

Outra coisa. Fazer a vontade de Deus em nossas vidas e adorá-lo de forma racional são sacrifícios agradáveis a Ele, veja: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:1,2).

 

O que é um culto racional? Não há uma receita prontinha de como devemos adorar a Deus, mas existe uma regrinha de ouro: não exagerar na dose. Somos humanos e temos uma tendência horrível de julgar pela aparência e de estimular nossas emoções, então arrepios não indicam a presença de Deus, podem acontecer em situações especiais, mas não são a regra. A regra está escrita na Bíblia, leia: “Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles". (Mateus 18:20).

 

Onde se reunirem duas, ou mais pessoas para orar a Deus, Jesus estará no meio delas. E quando eu estiver orando sozinho em meu quarto, Jesus não estará comigo? Claro que sim. Você e o Espírito Santo somam duas pessoas, quórum mínimo para Jesus estar presente.

 

O fato é que a vida cristã é feita de belas vitórias, batalhas parcialmente ganhas e convivência com Jesus. Na medida em que sua intimidade com Ele aumentar, muito mais você terá a oferecer como sacrifício agradável a Deus. Agora é só experimentar.

 

CONCLUSÃO

 

O sistema de sacrifícios atinge seu ponto máximo com a nação de Israel. Deus ordenou que esta nação executasse inúmeros sacrifícios diferentes. De acordo com Levítico 1:1-4, um certo procedimento era para ser seguido. Primeiro, o animal tinha que ser perfeito. Segundo, a pessoa que estava oferecendo o animal tinha que se identificar com ele. Então, a pessoa oferecendo o animal tinha que infligir morte ao animal. Quando feito em fé, esse sacrifício providenciava perdão dos pecados. Um outro sacrifício chamado de dia de expiação, descrito em Levítico 16, demonstra perdão e a retirada do pecado. O grande sacerdote tinha que levar dois bodes como oferta pelo pecado. Um dos bodes era sacrificado como uma oferta pelo pecado do povo de Israel (Levítico 16:15), enquanto que o outro bode era para ser solto no deserto (Levítico 16:20-22). A oferta pelo pecado providenciava perdão, enquanto que o outro bode providenciava a retirada do pecado.

 

Jesus Cristo realizou um único e perfeito sacrifício, suficiente para nos abrir um novo e vivo caminho até a presença do Pai. Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. (Hb 10:12-13)

 

Evangelista Isaias Silva de Jesus

 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério - Em Dourados – MS

 

Bibliofrafia

 


 


 


 

Livro Adoração, Santidade e Serviço – lª. Edição CPAD –  Claudionor de Andrade

 

Nenhum comentário: